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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

anglo-saxão, ligado a vertente do novo imperialismo arqueológico<br />

(CONKEY, 1997: 414).<br />

Podemos afirmar que a história das mulheres <strong>na</strong> historiografia<br />

francesa emerge com os An<strong>na</strong>les, após criticas feministas por terem<br />

deixado passar a oportunidade de incorporá-la de maneira efetiva. O<br />

percurso percorrido foi desde os discursos das primeiras a<strong>na</strong>rquistas<br />

francesas, como os de Marie Huot (1892), Nelly Roussel (1907) e<br />

Madeleine Pelletier (1911). As pesquisadoras perceberam que, enquanto<br />

procriadoras de filhos do sexo masculino, as mulheres eram submetidas<br />

a um poder que lhes oprimia em função de suas características biológicas<br />

definidas como sexo frágil. Os argumentos sustentados pelas escritoras<br />

foram retomados pela conferencista Nelly Roussel, em artigo no jor<strong>na</strong>l<br />

Voix des Femmes de maio de 1920 e ainda guardam a sua atualidade<br />

(FREITAS, 2006: 54).<br />

O contorno ao fato foi à organização de George Duby e<br />

Michele Perrot da coleção sobre a história das mulheres da antiguidade<br />

ao século XX. Nessa coleção os autores questio<strong>na</strong>m sobre a<br />

possibilidade das mulheres constituírem uma historia. O questio<strong>na</strong>mento<br />

se deve a longa duração de silêncio e a imagem voltada para a<br />

reprodução mater<strong>na</strong> e atividades domésticas que não detenha espaço <strong>na</strong><br />

quantificação e <strong>na</strong> construção da <strong>na</strong>rrativa. No século XIX, o trabalho<br />

das mulheres agrícolas ou camponesas havia sido constantemente<br />

subestimado, dado que ape<strong>na</strong>s era contabilizado a profissão do homem<br />

como chefe de família (PERROT, 1991: 07). O projeto de busca <strong>na</strong><br />

construção do lugar de fala da mulher nos leva a perspectiva da cultura <strong>na</strong><br />

qual as atividades femini<strong>na</strong>s devem ser localizadas <strong>na</strong> seqüência da<br />

produção e organização da comunidade ao qual fazem parte.<br />

A pesquisadora C. Roberts a<strong>na</strong>lisa as implicações da categoria de<br />

gênero junto as pesquisas arqueológicas <strong>na</strong> obra A critical approach to<br />

gender as a category of a<strong>na</strong>lysis in archaeology (1993). Roberts nos chama<br />

atenção para duas tendências que demarcam a abordagem sobre gênero<br />

junto a historiografia de língua anglo-america<strong>na</strong> ao denomi<strong>na</strong> de ―the<br />

archaeology of gender‖ e a outra de ―gendered archaeology‖ (ROBERTS, 1997:<br />

423). Para nos latinos estes dois tópicos estão intrinsecamente ligados<br />

pelo fato de não termos uma tradução precisa e especifica para os títulos<br />

utilizados, sendo necessária a definição de cada tendência para efetiva<br />

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