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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

se devia ao progressivo afastamento da perspectiva feminista<br />

considerada como um movimento desgastado (HILL, 1995: 10).<br />

A vertente de construção da história das mulheres a partir da<br />

perspectiva feminista resultou <strong>na</strong> abordagem inspirada pela atitude de<br />

opressão sobre a mulher, tanto no passado quanto no presente, sendo o<br />

termo opressão substituído pela expressão ―subordi<strong>na</strong>ção da mulher‖ ao<br />

poder masculino. Não podemos esquecer que a acentuada expansão <strong>na</strong><br />

história das mulheres, desde os anos 60, se deve aos movimentos<br />

feministas liderados por mulheres que estavam fora da academia. O<br />

termo feminismo deve ser usado com acentuada atenção quando<br />

aplicado ao passado, pois o seu significado mantém-se polissêmico e não<br />

adquiriu o status de conceito imutável. A história da mulher têm-se<br />

modificado ao longo do tempo assim como o conceito de feminismo<br />

(HILL, 1995: 11).<br />

Por outro lado, não temos como mencio<strong>na</strong>r a história da mulher<br />

sem antes tecer considerações sobre gênero. O termo têm sido, desde a<br />

década de 70, usado para teorizar a questão da diferença biológica entre<br />

homem e mulher. Foi inicialmente utilizado pelas feministas que<br />

insistiam no caráter social das distinções baseadas no sexo (SOIHET,<br />

1997: 279). O conceito de gênero tem sido empregado de diversas<br />

formas junto à bibliografia feminista, assumindo um caráter descritivo,<br />

que definia o termo gênero como associado aos estudos de temas<br />

relativos às mulheres, sem, entretanto buscar a motivação dos<br />

fenômenos.<br />

O segundo tipo de concepção se preocupa com a interpretação<br />

de ordem causal, ramificadas em três principais abordagens: a teoria do<br />

patriarcado, buscando as origens da domi<strong>na</strong>ção masculi<strong>na</strong>; o enfoque<br />

marxista que enfatiza a prioridade da determi<strong>na</strong>ção econômica <strong>na</strong><br />

construção dos papéis sociais que determi<strong>na</strong>m o gênero e as posições de<br />

base psica<strong>na</strong>lítica. Joan Scott define a precisão conceitual do termo ao<br />

citar que ‖o gênero é um elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as<br />

diferenças percebidas entre os sexos, porém, o gênero é a primeira forma de representar<br />

as relações de poder." (SCOTT, 1988: 141).<br />

Na obra A Gender and Politics of History a cientista política Joan<br />

Scott reafirma que gênero significa o saber com o significado de<br />

compreensão produzida pelas sociedades sobre as relações huma<strong>na</strong>s<br />

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