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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

Embora, para a visão ocidental, a concubi<strong>na</strong> possa ser aproximada<br />

à figura da prostituta, não há <strong>na</strong>da de mais falso. O Islã ao organizar as<br />

relações sexuais dentro de uma estrutura centrada <strong>na</strong> família polígama,<br />

onde o casamento podia ser desfeito de forma rápida ensejando a<br />

realização de um novo casamento de forma rápida permitiu que a<br />

satisfação do desejo sexual fosse conseguida de maneira quase<br />

permanente e lícita.<br />

Mas, este desejo só pode legalmente ser satisfeito por meio do<br />

casamento e do concubi<strong>na</strong>to, nunca pela prostituição. A escrava pode<br />

prestar favores sexuais ao seu senhor, mas não poderia ser forçada por<br />

ele a prostituir-se. Mas, esta determi<strong>na</strong>ção ia de encontro aos costumes<br />

árabes pré-islâmicos, uma vez que antes da pregação do Profeta a<br />

prostituição era bastante difundida e considerada uma prática legítima.<br />

Mas, a pergunta se impõe. Embora, os ensi<strong>na</strong>mentos de Maomé<br />

sejam bastante claros quanto ao tema, podemos afirmar que o sexo pago<br />

era uma prática desconhecida no mundo árabe-muçulmano?<br />

A resposta é negativa. No mundo muçulmano, assim como em<br />

qualquer outra cultura há uma grande distância entre a doutri<strong>na</strong> e a<br />

prática. Profundamente arraigada <strong>na</strong> cultura da Arábia pré-islâmica, a<br />

prostituição, apesar dos esforços de Maomé, jamais foi erradicada.<br />

Assim, em todas as regiões do império muçulmano a presença de<br />

mulheres que vendiam seu corpo <strong>na</strong>s chamadas ―casas de tolerância‖ era<br />

tão grande que o viajante podia encontrar bairros inteiros reservados à<br />

prática.<br />

Apesar das determi<strong>na</strong>ções religiosas os Estados islâmicos<br />

acabaram por admitir a existência da prática e numa atitude<br />

extremamente pragmática viu que poderia obter lucro, estabelecendo<br />

uma taxa que deveria ser paga pelas meretrizes. Na cidade de Caiurão,<br />

mais da metade dos imóveis onde as mulheres se prostituíam eram<br />

prédios religiosos.<br />

Mas, <strong>na</strong> sociedade muçulma<strong>na</strong> a prostituta era uma ―fora da lei‖,<br />

que, contudo, não parece ter sido alvo de discrimi<strong>na</strong>ção e ódio. Nas<br />

cidades peque<strong>na</strong>s eram conhecidas pelo nome e até mesmo convidadas<br />

para festas familiares, principalmente as celebrações de casamento. Nada<br />

impedia que se casassem abando<strong>na</strong>ndo seu ofício.<br />

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