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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

Não devemos acreditar que esta norma levasse a constantes e<br />

sangrentas querelas, isto porque o fato de a endogamia patrilinear ter<br />

sido freqüente fazia com que os conflitos fossem resolvidos de maneira<br />

mais tranqüila do que se envolvessem grupos familiares estranhos.<br />

A existência da poligamia, a permissão do concubi<strong>na</strong>to e a própria<br />

existência do harém, leva a que no mundo ocidental se torne bastante<br />

difícil avaliar a real importância do casamento para a sociedade islâmica.<br />

Mas, ela é enorme. Os jurisconsultos da lei religiosa – alfaquis – foram<br />

unânimes em afirmar que todo homem ou mulher de condição livre e<br />

pertencente a comunidade islâmica , uma vez tendo se casado legalmente<br />

estavam adstritos a uma estrita fidelidade conjugal.<br />

Sendo assim, o casamento legal reservava a pessoa unicamente<br />

para o seu cônjuge. As relações sexuais fora do casamento ou da<br />

concubi<strong>na</strong>gem eram consideradas espúrias e, por isso mesmo,<br />

repreensíveis. O adultério, quando praticado entre duas pessoas casadas,<br />

quando descoberto, levava a aplicação da pe<strong>na</strong> máxima: os dois seriam<br />

apedrejados até a morte.<br />

O casamento era compreendido como o estabilizador da ordem<br />

social, e não somente o reconhecimento da legitimidade das relações<br />

sexuais entre homem e mulher. Esta importância pode ser percebida <strong>na</strong><br />

exigência de publicidade do ato matrimonial, que deveria ser realizado<br />

numa festa, <strong>na</strong> qual não poderiam faltar as danças e os cantos.<br />

O concubi<strong>na</strong>to dava-se entre os senhores e suas escravas, sendo<br />

quase desconhecido no mundo rural. Diferentemente do casamento,<br />

limitado a quatro, o número de concubi<strong>na</strong>s era ilimitado. À princípio a<br />

concubi<strong>na</strong> não deveria procriar, pois as relações car<strong>na</strong>is com o seu<br />

senhor desti<strong>na</strong>vam-se ape<strong>na</strong>s a satisfazê-lo sexualmente. Mas, quando ela<br />

engravidava e dava a luz mudava de status, tor<strong>na</strong>ndo-se um-al-walad,<br />

adquirindo certos direitos, que amenizavam sua condição servil.<br />

A concubi<strong>na</strong> gozava de uma liberdade desconhecida da esposa<br />

legítima, de quem o marido exigia seriedade, o que explica a clausura em<br />

que vivia. Além disso, a primeira, <strong>na</strong> maioria das vezes recebeu uma<br />

instrução refi<strong>na</strong>da, o que não é de admirar, uma vez que sua habilidade<br />

<strong>na</strong> poesia e <strong>na</strong> música fazia com que fosse mais hábil em distrair os<br />

homens, aumentando o seu preço no mercado.<br />

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