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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

masculinos. Tais determi<strong>na</strong>ções visavam evitar a fragmentação do<br />

patrimônio do grupo.<br />

Para conjurar este mal, apelava-se também para a endogamia. O<br />

Islã admite o casamento entre primos, até mesmo de primeiro grau. Esta<br />

prática evitando a rotação de mulheres evitava a dispersão do<br />

patrimônio, mas impedia a realização amorosa de qualquer matrimônio<br />

contrário aos interesses do grupo.<br />

A expansão muçulma<strong>na</strong> colocou os seguidores do Islã em contato<br />

com judeus e cristãos, o que inevitavelmente levaria ao contato sexual<br />

entre homens e mulheres de diferentes religiões. Isto levantou uma<br />

questão da qual se ocuparam os juristas, elaborando normas que<br />

enquadrassem estas relações dentro da moral islâmica. As regras<br />

elaboradas permitiam o casamento de um muçulmano com uma cristã<br />

ou judia, sem exigir a conversão, sendo os filhos da união considerados<br />

muçulmanos; por outro lado era proibido o casamento de uma mulher<br />

muçulma<strong>na</strong> com um seguidor de outra religião, a não ser que este se<br />

convertesse.<br />

O casamento entre uma mulher livre e um escravo era permitido e<br />

tor<strong>na</strong>va-o emancipado. Mas, contrariamente, ao homem livre era vedado<br />

casar-se com uma escrava. Podia ape<strong>na</strong>s tê-la como concubi<strong>na</strong>, embora o<br />

<strong>na</strong>scimento de uma criança do sexo masculino origi<strong>na</strong>do da relação,<br />

emancipasse a mãe.<br />

Alguns traços referentes à moral imposta às mulheres era comum<br />

aos seguidores das três religiões monoteístas. A virgindade da jovem<br />

antes do casamento e a fidelidade da mulher casada são exemplos destes,<br />

embora não devamos interpretá-los como uma exigência ligada à virtude<br />

pessoal ou a necessidade da manutenção de um compromisso assumido,<br />

mas sim a de que os traços referidos ligavam-se a idéia de honra familiar.<br />

Assim, todos os homens da família consideravam-se responsáveis pela<br />

entrega de uma noiva virgem no dia do matrimônio, pois se tal não<br />

ocorresse era a estes que o marido e sua família apresentavam a queixa<br />

exigindo reparação.<br />

Mas, mesmo que a noiva chegasse ao casamento com sua<br />

integridade hime<strong>na</strong>l preservada, ainda assim a responsabilidade de<br />

defendê-la de uma futura injúria permanecia sendo de responsabilidade<br />

de seus irmãos e de seus tios maternos.<br />

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