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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

depende de uma releitura de Gênesis 1: 27 ("E Deus criou homem à Sua<br />

imagem, à imagem de Deus Ele criou-o; macho e fêmea Ele os criou"), e a<br />

interpretação desta passagem no Talmud. Baseado <strong>na</strong> mudança de<br />

pronomes de "criou-o" ao plural "criou-os," em Gênesis 1: 27, o Talmud<br />

sugere que o primeiro ser humano era uma única criatura de andrógi<strong>na</strong>,<br />

com duas distintas metades: "A princípio era a intenção que dois [macho e<br />

fêmea] deviam ser criados, mas fi<strong>na</strong>lmente só um foi criado" (Eruvin 18a).<br />

Séculos mais tarde o Zohar elabora que macho e fêmea logo foram<br />

separados. A porção femini<strong>na</strong> do ser humano era unida no lado, então<br />

Deus colocou Adão num sono fundo e "serrou-a fora dele e adornou-a como<br />

uma noiva e a trouxe para ele". Esta porção desprendida é "a Lilith origi<strong>na</strong>l,<br />

que esteve com ele [Adão] e que concebeu dele" (Zohar 34b). Outra passagem<br />

indica que logo que Eva é criada e Lilith vê sua rival unir-se a Adão,<br />

Lilith vai-se embora.<br />

O Zohar, como os tratamentos anteriores de Lilith, a vê como<br />

uma sedutora de homens inocentes, criadora de espíritos do mal e<br />

portadora de doença: "Vagueia à noite, atormentando os filhos de homens e<br />

causando-os a se poluir [emitir semente]" (Zohar 19b). A passagem vai além<br />

dizendo que ela paira sobre suas vítimas sem desconfiança, inspira sua<br />

luxúria, concebe suas crianças e então as infecta com doença. Adão é<br />

uma de suas vítimas, pois ele serve como pai de "muitos espíritos e demônios,<br />

pela força da impureza que ele tinha absorvido" de Lilith.<br />

Em vários pontos, o Zohar escapa da apresentação tradicio<strong>na</strong>l<br />

da perso<strong>na</strong>lidade divi<strong>na</strong> como exclusivamente masculi<strong>na</strong> e discute um<br />

lado feminino de Deus, chamado Shekhiná 279. No Zohar, a luxúria que<br />

Lilith instiga em homens envia a Shekhiná ao exilo. Se a Shekhiná é a mãe<br />

de Israel, então Lilith é a mãe da apostasia de Israel.<br />

A inovação fi<strong>na</strong>l do Zohar concernente ao mito de Lilith é a<br />

associação dela com a personificação masculi<strong>na</strong> do mal, chamada Samael<br />

ou Asmodeus. É associado com Satã, a serpente e o líder dos anjos<br />

caídos. Lilith e Samael formam uma aliança ímpia (Zohar 23b, 55a) e<br />

incorporam a obscura esfera negativa do depravado.<br />

279 A Shekhiná, cujo nome significa "a Presença Divi<strong>na</strong>" em hebraico, também<br />

aparece no Talmud.<br />

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