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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

exemplo a ser seguido. Ptah-hotep aconselha, contudo: ―não a julgues,<br />

(mas) afasta-a de uma posição de poder‖ (ARAÚJO, 2000: 252). Ou seja, para<br />

este sábio, a mulher deveria servir ao homem, e não ocupar uma posição<br />

<strong>na</strong> qual pudesse mandar nele. Any também considera que a esposa deve<br />

ser respeitada pelo marido por suas qualidades: ―Não controle sua mulher <strong>na</strong><br />

sua casa, quando você sabe que ela é eficiente: nunca diga para ela: „Onde está isto?<br />

Pegue-o!‟ quando ela o tinha colocado em lugar certo‖ (BAKOS, 2001: 35). Para<br />

ele, todo homem deveria observar com cuidado sua esposa para ver o<br />

quanto ela era habilidosa em seu trabalho.<br />

Por último, as concubi<strong>na</strong>s também foram lembradas por Ptahhotep.<br />

Estas deveriam ser bem tratadas para que continuassem alegres e<br />

distribuíssem sempre a felicidade: ―se tomares uma mulher como concubi<strong>na</strong>,<br />

alegre e conhecida pelos de sua cidade (...) Sê bom para ela (durante) algum tempo,<br />

não a repilas, deixe-a comer (à vontade)‖ (ARAÚJO, 2000: 256-257). As<br />

concubi<strong>na</strong>s, então, também mereciam um tratamento especial, tal qual o<br />

das esposas e, assim como elas, não deveriam ocupar posições de poder.<br />

Em ape<strong>na</strong>s um caso a<strong>na</strong>lisado, <strong>na</strong> literatura gnômica, a mulher<br />

aparece como sofredora. Trata-se de uma comparação feita por Khéti, <strong>na</strong><br />

―Sátira das Profissões‖, entre a condição femini<strong>na</strong> e a de um tecelão: ―o<br />

tecelão <strong>na</strong> ofici<strong>na</strong> é mais desventurado que uma mulher‖ (ARAÚJO, 2000: 221).<br />

Não é fácil precisar a que se devia tal desventura, mas o sábio diz que o<br />

tecelão seria açoitado caso não cumprisse uma determi<strong>na</strong>da meta. Em<br />

nenhum outro documento se fala de tal maneira sobre a sorte da mulher,<br />

e por isso não podemos chegar a uma conclusão precisa.<br />

Fica demonstrado, assim, que a imagem femini<strong>na</strong> nos textos,<br />

produzidos por homens, é marcada pela idealização. Comportamentos<br />

que não devem ser seguidos, sejam eles sexuais ou não – e que não<br />

condizem com o ideal feminino – são punidos com a destruição do<br />

corpo e, consequentemente, da vida após a morte. Já a esposa fiel e boa<br />

mãe é recompensada, e aparece, assim, como o ideal a ser seguido pelas<br />

mulheres egípcias.<br />

Os Poemas de Amor e as Múltiplas Sensibilidades do Feminino<br />

A estabilidade política que passou a existir após a expulsão dos<br />

hicsos – os estrangeiros que gover<strong>na</strong>ram o Egito durante o Segundo<br />

Período Intermediário (c. 1640-1550 a.C.) –, no início do Reino Novo,<br />

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