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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

Fucino, onde se localizava o santuário de sua deusa especial, Angítia. 174<br />

Desde Sílio Itálico em diante, nós encontramos Medeia identificada de<br />

maneira muito próxima, ou ainda, completa, com a referida deusa. Sílio<br />

diz que Angítia, ‗a filha de Eetes‘, foi a primeira a ensi<strong>na</strong>r aos Marsi como<br />

anular o veneno das víboras utilizando-se de ervas e encantamentos, e<br />

como domar animais venenosos tocando neles. 175 Solino, em meados do<br />

século IV, porém, faz de Angítia uma irmã de Medeia (e de Circe) que<br />

teria vivido pelo lago Fucino, tendo combatido doenças com sua arte de<br />

curar, e até mesmo restaurando a vida <strong>na</strong>s pessoas, e que, por tal razão,<br />

teria sido elevada à condição e status de uma deusa. 176 Sérvio Honorato,<br />

no fi<strong>na</strong>l do século IV d.C., conta que Medeia veio aos Marrubianos (os<br />

Marsi cuja capital era Marruvium), e ensinou-lhes remédios contra as<br />

serpentes e como torturá-las (angerent), causa pela qual eles a chamaram<br />

de Angítia (cf. também anguis, serpente). 177 Os poucos pobres<br />

fragmentos que sobreviveram da estatuária de Angítia sugerem que ela<br />

pode ter sido representada sentada ou em pé de modo semelhante a<br />

Higeia/Salus e deusa roma<strong>na</strong> Bo<strong>na</strong> Dea, alimentando uma serpente a<br />

partir de uma phialē ou patera. De tal modo, ela pode também revocar<br />

Medeia em sua posição como aquela que fornece alimentos ao dragão de<br />

Cólquida.<br />

9. A coleção de venenos para as poções mágicas<br />

Na Medeia de Sêneca, a bruxa é representada reunindo cobras a fim<br />

de coletar suas peçonhas para elaborar o veneno com o qual ela iria<br />

imbuir o vestido de Glauce. No entanto, ela decide que serpentes<br />

comuns não seriam suficientes para tal tarefa, e que ela deveria assim<br />

também retirar a peçonha de cobras cósmicas e míticas. Ela recorre,<br />

portanto, à serpente controlada por Ofiúco, a Píton, a Hidra, e, é claro,<br />

ao seu próprio dragão de Cólquida. 178<br />

174 Virgílio Eneida 7.759-60.<br />

175 Sílio Punica 8.495-99.<br />

176 Solino 2.27-9.<br />

177 Sérvio Sobre a Eneida de Virgílio 7.750.<br />

178 Sêneca Medeia 684-705.<br />

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