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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

necessariamente uma verdadeira virgem. Eliano fala de um santuário de<br />

Apolo em Épiro cheio de cobras, e estas eram os animais de estimação<br />

do deus. Elas teriam surgido de Píton em Delfos. As serpentes eram<br />

alimentadas com meiligmata ("mitigações/ apaziguamentos") por uma<br />

sacerdotisa virgem. Se elas comessem muito rapidamente de maneira<br />

ansiosa, previa-se que estava por vir um ano de saúde e prosperidade.<br />

Mas caso elas se assustassem ou recusassem a comida, então previa-se o<br />

oposto. 160 Isso levanta questões a respeito da possibilidade de ter havido<br />

uma conexão importante entre o pensamento antigo relacio<strong>na</strong>do a Píton<br />

de Delfos e à pítia ou pitonisa (a sacerdotisa pura e virgem de Apolo). O<br />

mais próximo que somos capazes de chegar é da fantasia astrológica<br />

caleidoscópica de Luciano, <strong>na</strong> qual a sacerdotisa pítia, que obviamente<br />

pertence ao período pós-Píton, o momento Apolíneo do oráculo, é<br />

inspirada por um drakōn que fala debaixo de sua trípode e compartilha<br />

algum tipo de vínculo com o drakōn das estrelas. 161<br />

Roma e a Itália também oferecem alguns exemplos desse mesmo<br />

fenômeno, ambas em níveis míticos (ou o que efetivamente é o mito) e<br />

dos cultos. Em relação ao primeiro, tem-se o dragão do rio Bagrada<br />

pertencente a um dos últimos grandes mitos clássicos relacio<strong>na</strong>dos à<br />

temática do combate a essas criaturas. O dragão teria sido supostamente<br />

morto em 256-5 a.C. pelo exército de Régulo que teria se valido de<br />

catapultas, uma espécie de equivalente antigo aos filmes americanos<br />

modernos em que estes combatem extraterrestres utilizando-se de armas<br />

nucleares. Esse dragão também tinha seu próprio grupo de virgens,<br />

embora Silius coloque o dragão como seu servo e não vice-versa:<br />

160 Eliano Sobre a <strong>na</strong>tureza dos animais 11.2.<br />

161 Luciano Da Astrologia 23.<br />

Ai de nós, com que sanções futuras fomos nós<br />

desti<strong>na</strong>dos a concordar com essa guerra! Quão<br />

grandiosos foram os castigos, quão intensas foram<br />

as raivas, tivemos nós a experiência! Nossos<br />

profetas piedosos explicaram a questão.<br />

Aconselharam-nos que nós destruíssemos com<br />

nossas próprias mãos o servo (famulus) das irmãs<br />

Naiad, o qual o rio Bagrada alimenta em suas<br />

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