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Mulheres_na_Antiguidade

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MULHERES NA ANTIGUIDADE - NEA/UERJ<br />

Como o sono é lançado sobre a serpente? Na maioria das imagens<br />

ela alimenta a criatura com drogas, presumivelmente em forma líquida, a<br />

partir de uma phialē (boa parte destas são de c.380-60 a.C.), 122 embora<br />

em alguns casos ela pareça segurar uma erva em forma de folha ou<br />

ramo, por vezes, tiradas de uma caixa de medicamentos, seja para<br />

alimentar diretamente a serpente ou para esfregar as drogas <strong>na</strong> criatura<br />

(c. 360 a.C.). 123 Em Apolônio, Medeia lança o sono primeiramente<br />

pronunciando um feitiço verbal, invocando o Sono e Hécate, senhora do<br />

subterrâneo; em seguida, ela entoa encantamentos enquanto esfrega os<br />

olhos da serpente com uma infusão de drogas através de ramos recémcortados<br />

de zimbro; e por último, ela continua untando, manchando a<br />

cabeça adormecida da serpente com o líquido até que Jasão tenha<br />

conseguido o velo. 124 Em Ovídio, uma técnica similar é usada: Jasão, ele<br />

próprio, lambuza o draco com a ‗erva do suco do Leteu, fornecido por Medeia,<br />

repetindo três vezes o feitiço.‘ 125 Para Valerius Flaccus, Medeia levantou suas<br />

mãos e sua varinha para as estrelas e invocou o ‗Sono‘ com feitiços<br />

tártaros, de uma maneira bárbara, pedindo-lhe que ele tomasse uma<br />

forma muito próxima à do seu irmão gêmeo, a Morte, e abando<strong>na</strong>sse a<br />

todos os que existiam no mundo para que entrasse, em sua totalidade, no<br />

dragão. Sua Medeia também agita um ramo de árvore do Leteu. 126<br />

(Pseudo) Apolodoro e Hyginus ape<strong>na</strong>s mencio<strong>na</strong>m brevemente que<br />

Medeia usou drogas para induzir o dragão ao sono. 127<br />

No sentido oposto ao da tradição, a dificilmente canônica<br />

Argonáutica Órfica coloca Medeia junto ao dragão e a Jasão, mas o seu<br />

papel é, então, praticamente e inteiramente reduzido, já que o poema<br />

favorece a atuação de Orfeu. É-nos dito que Medeia teria colhido raízes<br />

venenosas, mas suas funções parecem ter sido ape<strong>na</strong>s as de fornecer<br />

coragem suficiente para enfrentar a besta.É o próprio Orfeu que lança o<br />

sono sobre o dragão <strong>na</strong> medida em que canta e toca sua lira. Novamente,<br />

122 LIMC Iason 40 (c. 380-60 a.C.), 42-3, 46, 47b.<br />

123 LIMC Iason 38 (c. 360 a.C.), 39, 41.<br />

124 Apolônio Argonáutica 4.145-66.<br />

125 Ovídio Metamorfose 7.149-58.<br />

126 Valério Flaco Argonáutica 8.69-121.<br />

127 [Apolodoro] Biblioteca 1.9.23; Hyginus Fabulae 22.<br />

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