Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia
Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia
Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
✐<br />
✐<br />
✐<br />
✐<br />
<strong>Génese</strong> e <strong>mentores</strong> <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong> <strong>Europa</strong> Moder<strong>na</strong> 69<br />
fenómeno não isola<strong>do</strong>. Esta apresentação sumária <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> ideológico<br />
nuclear e <strong>do</strong>s tecelões <strong>do</strong> mito <strong>do</strong>s Jesuítas em termos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />
permitir-nos-á verificar o carácter mimético <strong>do</strong>s grandes vectores da<br />
argumentação e até, em alguns casos, das motivações das campanhas<br />
contra os membros da Companhia, e nessa medida, constatar os paralelismos<br />
flagrantes relativos aos retratos que dela são pinta<strong>do</strong>s nos<br />
diferentes cenários. Surpreender-nos-á o facto de o pano de fun<strong>do</strong> argumentativo<br />
ser substancialmente o mesmo, varian<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s algumas<br />
matizes acidentais <strong>na</strong> cor da sua imagerie fundamental.<br />
Como veremos, neste perío<strong>do</strong> que definimos como o <strong>do</strong>s antecedentes<br />
<strong>do</strong> mito jesuíta, as grandes controvérsias em torno <strong>do</strong> ensino e<br />
das questões teológicas ou morais, não atingiram os graus de elaboração,<br />
nem a dimensão, como no caso da Espanha ou da França; nem o<br />
movimento antijesuítico produziu qualquer obra que tivesse marca<strong>do</strong> a<br />
língua portuguesa, como aconteceu em relação à língua francesa, ou influencia<strong>do</strong><br />
expressivamente o <strong>antijesuitismo</strong> além fronteiras. O que se<br />
explica em grande medida pelo controlo aperta<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> pela Inquisição<br />
portuguesa que impedia ideólogos e polemistas de arriscar grandes<br />
voos neste <strong>do</strong>mínio, bem como em virtude da protecção e pre<strong>do</strong>minância<br />
cultural que os Jesuítas conquistaram no país. Mas mesmo assim,<br />
as querelas não foram poucas, embora não atingin<strong>do</strong>, de facto, o nível<br />
espectacular, bem como a qualidade e o grau de mobilização de outras<br />
congéneres europeias.<br />
Apesar de persistentes, as querelas limitaram-se <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntemente a<br />
questões jurídico-insitucio<strong>na</strong>is de pouca expressão sócio-cultural e religiosa,<br />
a questões de meto<strong>do</strong>logias missionárias e a chica<strong>na</strong>s em torno<br />
de bens e espaços de influência educio<strong>na</strong>l, missionária e também política.<br />
Mas algumas delas são o reflexo daquilo que se passava no estrangeiro,<br />
e outras tor<strong>na</strong>m-se referência paradigmática para o <strong>antijesuitismo</strong><br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, como a questão da influência <strong>do</strong>s Jesuítas junto<br />
de D. Sebastião e a querela <strong>do</strong>s Ritos Chineses. Este perío<strong>do</strong> longo<br />
contrastará com aquilo que acontecerá no perío<strong>do</strong> pombalino, em que<br />
o <strong>antijesuitismo</strong> português ganhará protagonismo e uma significativa<br />
www.lusosofia.net<br />
✐<br />
✐<br />
✐<br />
✐