Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia
Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia
Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
✐<br />
✐<br />
✐<br />
✐<br />
<strong>Génese</strong> e <strong>mentores</strong> <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong> <strong>Europa</strong> Moder<strong>na</strong> 67<br />
pode esquecer a importância inspira<strong>do</strong>ra fundamental, <strong>na</strong> obra de Pascal,<br />
da publicação em 1644 da Teologia Moral <strong>do</strong>s Jesuítas da autoria<br />
de António Ar<strong>na</strong>ud, o Velho 108 , pai <strong>do</strong> António Aranud companheiro<br />
de Blaise Pascal e dirigente <strong>do</strong>s Jansensistas. Esta obra opera a sistematização<br />
combativa da moral atribuída aos Teólogos Jesuítas a fim de<br />
denegri-la, consideran<strong>do</strong>-a, no essencial, herética, ímpia e criminosa.<br />
Os Jansenistas de Port Royal trouxeram a lume em 1657 a Nouvelle<br />
Théologie morale des Jésuites et des nouveaux casuistes 109 , que acaba<br />
por ser, em última análise, a reprodução da obra de Ar<strong>na</strong>ud revista,<br />
corrigada e ampliada, contribuin<strong>do</strong> para fazer crescer a bola de neve<br />
antijesuítica. E esta bola não vai parar à medida que caminhamos para<br />
o fim de Seiscentos. Os rigoristas de Port Royal não vão dar tréguas <strong>na</strong><br />
sua propaganda contra os seus inimigos de estimação. Só para referir<br />
ainda outras das peças mais significativas da propaganda <strong>do</strong> Jansenista,<br />
podemos lembrar que em 1667 aparece outra obra detractora da Moral<br />
des Jésuites, extraite fidelement de leurs livres; em 1669, o padre jansenista<br />
Sebastião José de Cambout de Pont-Château, trouxe a público o<br />
1. o volume sobre La morale pratique des Jésuites, représ en plusieurs<br />
histoires arrivés dans toutes les parties du monde. Extraitte ou des livres<br />
très autorisez et fidellement traduits, ou de memoires très seurs<br />
et indubitables; e em 1683 é trazi<strong>do</strong> a lume o 2. o volume dedica<strong>do</strong> a<br />
investigar as práticas missionárias da Companhia 110 , sen<strong>do</strong> até 1895<br />
Flagellum jesuiticum (1632); A<strong>na</strong>tomia Societatis Jesu (1633), etc.<br />
108 Ar<strong>na</strong>ud teceu uma imagem tão deprimente e odiosa <strong>do</strong>s Jesuítas ao tentar inculcar<br />
a ideia-chave de que a moral veiculada pela sua educação e actividade missionária<br />
conduzia a toda a espécie de opressão e mortificação. Chegou mesmo a afirmar temerariamente<br />
que “des péres de famille qui envoient leur fils Jésuites sont pires que<br />
les carthaginois sacrifiant les leurs à Maloch” (A. Ar<strong>na</strong>ud, o Velho, Plai<strong>do</strong>yé pour<br />
l’Université . . . contre les Jésuites, tomo II, Paris, 1594, p. 525).<br />
109 Esta edição veio a lume, apresentan<strong>do</strong> uma autoria colectiva: um grupo de “Curas<br />
de França”.<br />
110 Cf. Sebastião José de Cambout de Pont-Château, La moral pratique des Jésuites,<br />
second volume, divisé en sept parties, où l’on reprèsent leur conduite dans la Chine,<br />
dans le Japon, dans l’Amerique et dans l’Ethyopie, le tout tiré de livres bien autorisez<br />
ou de pièces très authentiques, Paris, 1669.<br />
www.lusosofia.net<br />
✐<br />
✐<br />
✐<br />
✐