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Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia

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<strong>Génese</strong> e <strong>mentores</strong> <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong> <strong>Europa</strong> Moder<strong>na</strong> 49<br />

cano, que no Concílio de Trento e em Salamanca se tornou a primeira<br />

grande face da oposição aos Jesuítas, combaten<strong>do</strong>-os sem descanso. As<br />

suas apreciações, ou melhor, as suas depreciações que atingiram foros<br />

proféticos, vão ser cita<strong>do</strong>s e recita<strong>do</strong>s pelos antijesuítas ao longo de<br />

mais de três séculos. Por isso, este prela<strong>do</strong> espanhol deve ser conta<strong>do</strong><br />

como um <strong>do</strong>s primeiros, senão mesmo o primeiro grande ideólogo <strong>do</strong><br />

<strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong>scente 71 .<br />

A Companhia tinha entra<strong>do</strong> em Espanha através de uma carta de<br />

apresentação <strong>do</strong> soberano português, no dia 17 de Março de 1545, levada<br />

à corte de Filipe II pelos Jesuítas António Araoz e Pedro Fabre.<br />

Nesta altura já pululava muita confusão a respeito da denomi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong>s<br />

Padres Jesuítas e da <strong>na</strong>tureza da sua ordem. Contava o Pe. Araoz que<br />

“alguns nos chamam os iniguistas, outros papistas, outros apóstolos,<br />

outros teatinos e reforma<strong>do</strong>s” 72 . Mas mais grave <strong>do</strong> que esta confusão<br />

foi o embate crítico que algumas perso<strong>na</strong>lidades célebres protagonizaram.<br />

Embora os Jesuítas tivessem angaria<strong>do</strong> a simpatia de importantes<br />

perso<strong>na</strong>lidades da ce<strong>na</strong> sociopolítica <strong>do</strong> tempo, como foi o caso, desde<br />

logo, <strong>do</strong> duque de Gandia, os opositores que se levantam contra eles<br />

não foram de menos peso, como foi o caso de Juan Martinez Siliceo,<br />

recém-nomea<strong>do</strong> arcebispo de Tole<strong>do</strong> e Primaz de Espanha, que desconfiava<br />

destes apóstolos, chegan<strong>do</strong> ao ponto de qualificá-los de heréticos<br />

e de emitir uma proibição que os impedia de pregar e administrar os<br />

sacramentos <strong>na</strong> sua diocese.<br />

Em Espanha, como um pouco por to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>, os Padres da Companhia,<br />

encontram tanto os seus melhores recomenda<strong>do</strong>res como os<br />

seus mais apaixo<strong>na</strong><strong>do</strong>s e radicais opositores. Por exemplo, se em Sa-<br />

não faltan<strong>do</strong> prega<strong>do</strong>res que apodassem os Jesuítas de inova<strong>do</strong>res perigosos e hipócritas<br />

que iriam ter o mesmo destino <strong>do</strong>s hereges alemães (cf. Caballero, Historia<br />

de Carlos V, pp. 830-833). Boehmer refere <strong>na</strong> sua história <strong>do</strong>s Jesuítas que “trois<br />

puissances s’opposaient à la marche victorieuse des Jésuites: la royauté espagnole, le<br />

haute clergé, les Dominicains” (H. Boehmer, Les Jésuites, Introd. e notes par Gabriel<br />

Menod, Paris, 1910, p. 87).<br />

71 Cf. Jean Lacouture, op. cit., pp. 122-123 e 195.<br />

72 Apud António Astrain, op. cit., tomo II, pp. 247-248.<br />

www.lusosofia.net<br />

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