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Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia

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<strong>Génese</strong> e <strong>mentores</strong> <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong> <strong>Europa</strong> Moder<strong>na</strong> 43<br />

cia das viagens marítimas <strong>do</strong>s Portugueses e Espanhóis, no século XV e<br />

XVI, teve como efeito, apontan<strong>do</strong> para uma perspectiva de longo prazo,<br />

o que Ber<strong>na</strong>rd Vincent denominou sugestivamente o desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> processo de “unification du Monde” 59 , neste perío<strong>do</strong>, que podemos<br />

chamar da proto-globalização.<br />

De facto, a Companhia de Jesus representou um avanço, em diversos<br />

aspectos, no seu esforço de actualização <strong>do</strong> mo<strong>na</strong>quismo tradicio<strong>na</strong>l<br />

60 . Superava, com vantagem, as dificuldades decorrentes de um<br />

certo imobilismo das estruturas canónicas das ordens mendicantes e<br />

mais ainda das ordens mo<strong>na</strong>cais, as quais estavam condicio<strong>na</strong>das por<br />

uma série de obrigações comunitárias, rituais e hierárquicas que impediam<br />

uma resposta rápida (e até mais criativa) às exigências da nova<br />

evangelização de amplitude planetária. Os novos desafios para o proselitismo<br />

cristão obrigavam os missionários a posicio<strong>na</strong>rem-se em várias<br />

frentes, em meios culturais tão diversos e diante de povos e territórios<br />

cesso denomi<strong>na</strong><strong>do</strong> por alguns historia<strong>do</strong>res, primeiro por Pierre Chaunu e depois por<br />

Pierre Léon, pela terminologia que se tornou clássica da “Descompartimentação <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>” (Cf. Pierre Léon, História e económica e social <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, vol. 1, Lisboa,<br />

1981, pp. 11-12). O historia<strong>do</strong>r da missio<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> Japão, Oliveira e Costa, trabalhan<strong>do</strong><br />

muito com o conceito que esta terminologia encerra advoga que esta é “uma<br />

ideia-chave para compreender o verdadeiro enquadramento e importância da expansão<br />

portuguesa quatrocentista e quinhentista no contexto da história universal. Com<br />

efeito, as civilizações fechadas sobre si próprias, que em muitos casos tinham evoluí<strong>do</strong><br />

até então completamente isola<strong>do</strong>s, começaram a contactar gradualmente umas<br />

com as outras até chegar aos sistemas de relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>do</strong>s nossos dias, que<br />

desig<strong>na</strong>mos comummente por aldeia global”. J. Paulo A. Oliveira e Costa, O Cristianismo<br />

no Japão e o Episcopa<strong>do</strong> de D. Luís Cerqueira, Dissertação de <strong>do</strong>utoramento<br />

apresentada à Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1998, p. 3. Ver também os<br />

estu<strong>do</strong>s de Alain Milhou, “Découvertes et christianisation loitaine”, in HC, VII, pp.<br />

521-616; e o estu<strong>do</strong> excelente de Luís Filipe Barreto, Portugal, mensageiro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

re<strong>na</strong>scentista. Problemas da cultura <strong>do</strong>s Descobrimentos, Lisboa, 1989.<br />

59 Ber<strong>na</strong>rd Vincent, 1492. L’année admirable, s.l., 1996, p. 149; e Idem, “Les univers<br />

des Gama e des Colomb”, in Arquivos <strong>do</strong> Centro Cultural Calouste Gulbenkian,<br />

Lisboa-Paris, XXXIX, 2000, pp. 3-8.<br />

60 Para uma visão evolutiva das Ordens religiosas ver v.g. Jesus Alvarez Gomes,<br />

Historia de la vida religiosa, 3 vols., Madrid, 1990.<br />

www.lusosofia.net<br />

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