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Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia

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<strong>Génese</strong> e <strong>mentores</strong> <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong> <strong>Europa</strong> Moder<strong>na</strong> 31<br />

Companhia de Jesus, por este acto ser considera<strong>do</strong> o primeiro momento<br />

funda<strong>do</strong>r da Ordem – a fundação simbólica e oficiosa.<br />

Este grupo funda<strong>do</strong>r esmaga<strong>do</strong>ramente de origem espanhola foi,<br />

entretanto, engrossa<strong>do</strong> com novas adesões até à aprovação oficial da<br />

Companhia seis anos depois. Em 1538, entraram Diogo Hozes e Francisco<br />

Estrada; em 1539, agregam-se António Araoz, Jerónimo Doménech<br />

e Pedro Ribadanera; em 1540, Diego de Egríca. A 3 de Setembro<br />

de 1539, Paulo III aprova viva voce o esboço apresenta<strong>do</strong> pelo grupo<br />

chama<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ‘iniguistas’ para Fórmula <strong>do</strong> instituto que projectavam<br />

fundar 36 . E nessa altura são manda<strong>do</strong>s pelo Papa a diversas partes da<br />

<strong>Europa</strong> em missão. Um ano mais tarde acontece um <strong>do</strong>s factos que se<br />

veio a revelar mais significativo <strong>do</strong> século XVI: Paulo III aprova oficialmente,<br />

a 27 de Setembro de 1540 a Companhia de Jesus pela bula<br />

Regimini Militantis Ecclesiae 37 . Assim <strong>na</strong>sce a Ordem que ousou usar<br />

<strong>na</strong> sua denomi<strong>na</strong>ção, que também não deixou de ser polémica, o nome<br />

<strong>do</strong> Funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Cristianismo – Companhia de Jesus – e trabalhar para a<br />

realizar o objectivo supremo que toma como ideal carismático: Ad majorem<br />

Dei gloriam, que deve imprimir nos seus religiosos a preocupa-<br />

36 Inácio de Loyola tinha apresenta<strong>do</strong> nos inícios <strong>do</strong> Verão de 1539 os pontos<br />

essenciais <strong>do</strong> novo instituto religioso, orde<strong>na</strong><strong>do</strong>s em cinco capítulos, os quais ficaram<br />

conheci<strong>do</strong>s por Fórmula <strong>do</strong> Instituto. Isto apesar da resistência de algumas figuras<br />

da Cúria Pontifícia à admissão de novas ordens religiosas, pois eram de parecer que<br />

já havia ordens a mais, sen<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s necessário renovar as que já existiam. Além<br />

disso apontavam o excesso de novidades que a configuração proposta para o novo<br />

instituto comportava, entenden<strong>do</strong> que a Igreja não poderia permitir tanta inovação,<br />

nomeadamente a de isentar os religiosos i<strong>na</strong>cianos da obrigação <strong>do</strong> coro e de um<br />

hábito específico. Cf. Manuel Pereira Gomes, s.j., Santo Inácio e a Fundação de<br />

Colégios, s.l., 1995, p. 28; e cf. Alain Woodrow, Les Jésuites, Histoire de Pouvoirs,<br />

Paris, 1990.<br />

37 Serafim Leite, s.j., História da Companhia de Jesus no Brasill, tomo I (Século<br />

XVI – o estabelecimento), Lisboa/Rio de Janeiro, 1938, pp. 5 e ss.; James Brodrick,<br />

Origines et Expansion des Jésuites, 2 vols., Paris, 1950; e David J. Mitchell, History<br />

of Jesuits, New York, 1981. Apesar <strong>do</strong>s fortes antagonismos, o Papa Paulo III<br />

aprovou o novo instituto proposto por Inácio de Loyola e seus companheiros, ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> atribuídas ao Pontífice estas palavras de to<strong>na</strong>lidade profética bem justificativas<br />

<strong>do</strong> risco assumi<strong>do</strong>: “digitus Dei hic” (Está aqui a mão de Deus).<br />

www.lusosofia.net<br />

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