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Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia

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<strong>Génese</strong> e <strong>mentores</strong> <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong> <strong>Europa</strong> Moder<strong>na</strong> 21<br />

i<strong>na</strong>ugurar os tempos pneumatológicos em que o cristianismo se plenificaria,<br />

para o que contribuiu muito o esforço de divulgação e interpretação<br />

da obra de Joaquim opera<strong>do</strong> pelos intelectuais da Companhia,<br />

como constituem bom exemplo os anteriormente cita<strong>do</strong>s. Frei Leão de<br />

S. Tomás, autor da Benediti<strong>na</strong> Lusita<strong>na</strong>, testemunhava a vigência desta<br />

opinião, quan<strong>do</strong> escreveu a mo<strong>do</strong> de reparo que “não falta quem diga<br />

que o abade Joaquim profetizou também a instituição da santíssima religião<br />

da Companhia de Jesus, comentan<strong>do</strong> aquelas palavras <strong>do</strong> cap. 3<br />

<strong>do</strong> Apocalipse ditas ao Anjo ou Bispo da Igreja de Filadélfia” 20 .<br />

Uma série de outras visões e profecias de outros autores não deixaram<br />

de ser muito divulgadas 21 , algumas delas pela própria Companhia<br />

de Jesus. Isto a fim de caucio<strong>na</strong>r com timbre divino e aureolar miticamente<br />

a afirmação desta nova ordem, em que to<strong>do</strong>s os apoios eram<br />

bem-vin<strong>do</strong>s e acarinha<strong>do</strong>s para munir a resistência e a defesa contra a<br />

pressão contrária <strong>do</strong>s seus oponentes, que serão cada vez mais nume-<br />

20 Frei Leão de S. Tomás, Benediti<strong>na</strong> Lusita<strong>na</strong>, Introd. e notas críticas de José Mattoso,<br />

Lisboa, 1974, Trat. 1, Parte 5, Parag. VIII. Sobre a influência <strong>do</strong> joaquimismo<br />

em Portugal ver os estu<strong>do</strong>s recentes de Manuel J. Gandra, Joaquim de Fiore, Joaquimismo<br />

e Esperança Sebástica, Lisboa, 1999; e José Eduar<strong>do</strong> Franco, “Influência de<br />

Joaquim de Flora <strong>na</strong> Cultura Portuguesa”, in Brotéria, vol. 151, 2000, pp. 285-303.<br />

A nova mundividência que abria caminho para a possibilitação da universalização<br />

<strong>do</strong> Cristianismo pelo processo de missio<strong>na</strong>ção em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> <strong>na</strong> sequência das<br />

Descobertas Portuguesas e Espanholas, em que a Ordem de Santo Inácio trabalhou<br />

<strong>na</strong> conversão de povos sem número, tornou-se o grande motivo inspira<strong>do</strong>r e justifica<strong>do</strong>r<br />

desta aplicação profética de feição mile<strong>na</strong>rista. É esta gesta Dei per hominis<br />

que mais tarde será desenvolvida pelo famoso jesuíta António Vieira, <strong>na</strong> sua História<br />

<strong>do</strong> Futuro. Nesta obra, o autor faz o anúncio profético <strong>do</strong> Quinto Império sedia<strong>do</strong><br />

em Portugal e por este país promovi<strong>do</strong> em estreita colaboração com o Papa, que não<br />

era mais <strong>do</strong> que a realização da grande expectativa cristã da consumação <strong>do</strong> Reino de<br />

Cristo <strong>na</strong> Terra e a plenificação <strong>do</strong> rei<strong>na</strong><strong>do</strong> espiritual de Cristo em to<strong>do</strong> o universo.<br />

Cf. António Vieira, História <strong>do</strong> Futuro, 2. a edição, Introd., actual. e notas por Maria<br />

Leonor Carvalhão Buescu, [Lisboa], 1992.<br />

21 Recorde-se aqui os trechos proféticos de Santa Teresa de Jesus, de Santa Maria<br />

Magdale<strong>na</strong> de Pazzir, de N. Fr. Lorenzo Nola, e <strong>do</strong> próprio São Francisco de Borja,<br />

entre outros, apresenta<strong>do</strong>s como favoráveis à Companhia de Jesus. Cf. Ig<strong>na</strong>cio Arbide,<br />

s.j., op. cit., p. 37 e ss.<br />

www.lusosofia.net<br />

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