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Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia

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<strong>Génese</strong> e <strong>mentores</strong> <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> <strong>na</strong> <strong>Europa</strong> Moder<strong>na</strong> 17<br />

ga<strong>do</strong>res, vai ser aplica<strong>do</strong> à Companhia de Jesus por outros eclesiásticos<br />

que não os desta ordem, como o <strong>do</strong>minicano Pe. Frei Domingo de Gravi<strong>na</strong><br />

e os prela<strong>do</strong>s D. Rutilo Benzonio, Bispo de Laureto, e D. António<br />

de Zara, Bispo de Petín 14 . O relato profético deste santo <strong>do</strong>minicano<br />

foi publica<strong>do</strong> no livro da sua autoria intitula<strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> de la vida espiritual,<br />

e exprime de mo<strong>do</strong> profun<strong>do</strong> a expectativa de uma reforma da<br />

Igreja e das suas instituições. Esta reforma é projectada numa ordem<br />

nova, a qual num futuro que se desejava próximo incar<strong>na</strong>ria e efectivaria<br />

essa vivência regenerada e regenera<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Cristianismo através<br />

da encar<strong>na</strong>ção exemplar <strong>do</strong> ideário evangélico. Escreveu o santo, sem<br />

determi<strong>na</strong>r esse tempo, que<br />

“sairá à luz, nos tempos vin<strong>do</strong>uros um novo esta<strong>do</strong> ou uma Ordem<br />

de homens evangélicos, que é muito digno de meditar-se<br />

dias e noites inteiras; de uns homens, digo, em extremo pobres,<br />

sensíveis, mansos, humildes, despreza<strong>do</strong>s, uni<strong>do</strong>s entre si com<br />

o vínculo de um ardente amor; que <strong>na</strong>da pensem, <strong>na</strong>da falem,<br />

<strong>na</strong>da queiram senão somente a Jesus Cristo e este crucifica<strong>do</strong>;<br />

que, esqueci<strong>do</strong>s de si-mesmos, <strong>na</strong>da busquem deste mun<strong>do</strong> senão<br />

somente ponham <strong>na</strong> mira <strong>do</strong>s seus desejos e termo de seus<br />

suspiros a felicidade eter<strong>na</strong> e glória <strong>do</strong>s bem-aventura<strong>do</strong>s; que<br />

desejem e anelem a morte por o amor divino, prorrompen<strong>do</strong> com<br />

o Apóstolo <strong>na</strong>quela inspirada expressão: ‘desejo desatar-me e<br />

ver-me livre das prisões e peso <strong>do</strong> corpo por estar com Jesus<br />

Cristo somente’. Anelo incessantemente por aqueles inestimáveis<br />

e copiosíssimos tesouros e riquezas <strong>do</strong> céu, e por aquelas<br />

melífluas torrentes de suavidade, de delícias e de gostos que se<br />

descobriram inundan<strong>do</strong> maravilhosamente os seus habitantes. A<br />

estes profetiza<strong>do</strong>s heróis deves tu imagi<strong>na</strong>r como se foram uns<br />

anjos que com acordes musicais e bem temperadas cítaras <strong>do</strong> seu<br />

limpo coração se regozijam e alegram no Senhor. E este mesmo<br />

pensamento te incendiará de uns vivos, incríveis e uns impacientes<br />

desejos de ver e chegar a tempos tão felizes” 15 .<br />

14 Ig<strong>na</strong>cio Arbide, op. cit., pp. 45-46.<br />

15 São Vicente Ferrer, Trata<strong>do</strong> de la vida espiritual, Valencia, 1614, p. 669; ver<br />

www.lusosofia.net<br />

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