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Génese e mentores do antijesuitismo na Europa Moderna - LusoSofia

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14 José Eduar<strong>do</strong> Franco<br />

que corre é água fresca. Quase todas as calúnias são repetições e cópia<br />

servil das que se propalaram durante séculos pelos inimigos da Companhia<br />

de Jesus” 9 . Identifican<strong>do</strong> uma das características mais salientes<br />

<strong>do</strong> mito jesuíta (sem o entender como tal, mas como lenda negra) como<br />

fenómeno de longa duração, desmascaran<strong>do</strong> o seu carácter mimético<br />

de des<strong>do</strong>bramento repetitivo <strong>do</strong>s seus mitemas estruturantes, chama a<br />

atenção para a importância prévia <strong>do</strong> conhecimento das suas origens:<br />

“Convém-nos, pois, conhecer aqueles ma<strong>na</strong>nciais originários” 10 .<br />

As raízes da autêntica enxurrada de literatura antijesuítica produzida<br />

em Portugal a partir <strong>do</strong> consula<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministro <strong>do</strong> mo<strong>na</strong>rca<br />

D. José I (literatura que dá forma a um mito da Companhia de<br />

Jesus no país), devem ser escavadas mais profundamente no tempo. Os<br />

gérmenes <strong>do</strong> <strong>antijesuitismo</strong> português, como aconteceu com o <strong>antijesuitismo</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, brotaram logo nos primeiros passos da Ordem<br />

neste reino.<br />

Com efeito, para compreender a figuração mítica operada em torno<br />

da Companhia <strong>na</strong> sua globalidade é imprescindível, pois, perscrutar<br />

prelimi<strong>na</strong>rmente as suas raízes, <strong>na</strong>s quais assenta o edifício mítico que<br />

veio a ser ergui<strong>do</strong> mais tarde no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> iluminismo político. Tanto<br />

mais que as raízes <strong>do</strong> mito pombalino alicerçam-se numa argumentação<br />

onde o passa<strong>do</strong>, apresenta<strong>do</strong> pela sua historiografia de pen<strong>do</strong>r jurídico-<br />

-historicista tem um papel estruturante e fundamenta<strong>do</strong>r, a que se faz<br />

constantemente apelo como meio e base inesgotável de argumentos e<br />

provas e como lugar de justificação para ilumi<strong>na</strong>r a explicação. Daí que<br />

sejamos conduzi<strong>do</strong>s à génese da Ordem de Santo Inácio e aconselha<strong>do</strong>s<br />

pelos resulta<strong>do</strong>s da pesquisa a acompanhar o percurso histórico desde<br />

os <strong>do</strong>is primeiros séculos da sua existência, onde escalpelizaremos o<br />

progressivo rebentar, cada vez mais intenso e clamoroso, de diatribes,<br />

acusações, queixas, denúncias, suspeitas, insinuações pejorativas, cen-<br />

9 Ig<strong>na</strong>cio Arbide, s.j., op. cit., Primeira série, p. 9.<br />

10 Ibidem; ver também Manfred Barthel, The Jesuits: History & legend of the<br />

Society of Jesus, New York, 1984.<br />

www.clepul.eu<br />

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