21.04.2013 Views

Definição e Avaliação da Qualidade Arquitectónica ... - Lnec

Definição e Avaliação da Qualidade Arquitectónica ... - Lnec

Definição e Avaliação da Qualidade Arquitectónica ... - Lnec

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />

DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ARQUITECTÓNICA HABITACIONAL<br />

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA HABITACIONAL E DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO<br />

Lisboa, 2005<br />

João Branco Pedro<br />

Arquitecto, Doutor em Arquitectura<br />

Investigador Auxiliar<br />

Comunicação apresenta<strong>da</strong> ao Seminário Internacional "NUTAU'2002 – Sustentabili<strong>da</strong>de,<br />

Arquitectura e Desenho Urbano", realizado na Facul<strong>da</strong>de de Arquitetura e Urbanismo <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong>de de São Paulo (FAUUSP), Brasil, Outubro de 2002


DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ARQUITECTÓNICA HABITACIONAL<br />

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA HABITACIONAL E DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO<br />

RESUMO<br />

A habitação influencia sobre múltiplos aspectos o dia-a-dia dos moradores, marcando profun<strong>da</strong>mente a<br />

sua quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, e as suas expectativas e possibili<strong>da</strong>des de desenvolvimento futuro. A quali<strong>da</strong>de<br />

habitacional, com expressão directa na satisfação dos utentes, constitui assim um importante objectivo<br />

de todos os intervenientes nos processos de concepção, financiamento, construção, fiscalização,<br />

utilização e gestão de empreendimentos habitacionais.<br />

Para orientar a sua actuação, os diferentes intervenientes nestes processos precisam de conhecer as<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes, traduzi<strong>da</strong>s em termos de exigências e especificações. Este conhecimento nem<br />

sempre é fácil de obter <strong>da</strong>do que podem não ser conhecidos os utentes ou ser difícil a sua consulta, as<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes evoluem com o decorrer do tempo, os utentes podem variar durante o período<br />

de vi<strong>da</strong> útil do empreendimento, a satisfação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos utentes deve ser compatível com os<br />

interesses <strong>da</strong> própria socie<strong>da</strong>de, etc. Assim, foi desenvolvido um programa de quali<strong>da</strong>de arquitectónica<br />

habitacional, ajustado à situação portuguesa contemporânea, que organiza os <strong>da</strong>dos de programa,<br />

define as principais exigências e especificações, e apresenta modelos exemplificativos.<br />

Por outro lado, os processos referidos implicam frequentemente a necessi<strong>da</strong>de de optar entre várias<br />

soluções possíveis para a resolução de um determinado problema. Tomar estas decisões é por vezes<br />

uma activi<strong>da</strong>de complexa, para a qual nem sempre a resposta é imediata ou facilmente justificável, <strong>da</strong>do<br />

que é necessário ter em conta múltiplos aspectos do problema e os objectivos específicos dos vários<br />

intervenientes no processo. Assim, foi desenvolvido um método de avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica<br />

que permite organizar e quantificar os aspectos mais importantes <strong>da</strong> habitação, fornecendo informação<br />

que torna possível, de um modo mais esclarecido, formular e justificar as decisões.<br />

O presente artigo está organizado em duas partes: uma primeira com a descrição do programa<br />

habitacional, e a segun<strong>da</strong> com a apresentação do método de avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica. Nas<br />

notas finais apresentam-se algumas perspectivas de desenvolvimento futuro do estudo.<br />

Palavras-chave: Quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional, Formulação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, Métodos de avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de


DEFINITION AND EVALUATION OF ARCHITECTONIC HOUSING QUALITY<br />

PRESENTATION OF THE HOUSING PROGRAM AND THE EVALUATION METHOD<br />

ABSTRACT<br />

The characteristics of the residential space strongly influence the <strong>da</strong>ily live of users, and so constitute a<br />

determinant factor for their life quality and for their perspectives of future development. The residential<br />

quality, with direct expression in user’s satisfaction, is therefore an important objective to all the<br />

intervening entities in housing promotion, financing, design, construction, inspection, use and<br />

management.<br />

One the one hand, the knowledge of user’s needs and wishes, expressed by the requirements and<br />

specifications, is necessary to guide the different entities intervening in housing process. This knowledge<br />

is not always easy to obtain because, at the design phase the users may not be known or may be<br />

difficult to hear everyone; because users needs evolve along time; because users may vary along the<br />

useful life time of the building, etc. Therefore, it was developed a program of architectural residential<br />

quality, adjusted to the contemporary Portuguese situation, which organizes the general <strong>da</strong>ta, defines<br />

the main requirements and specifications, and presents exemplificative models.<br />

One the other hand, during the processes referred above it is usually necessary to decide between<br />

different solutions for a problem, which is sometimes a complex activity, given the multiple aspects of<br />

the architectural residential quality and the objectives of the different intervening entities. Consequently,<br />

it was developed a multi-criteria evaluation method of architectural residential quality that helps to<br />

organise and quantify the most important aspects of the problem, and so supplies information to base a<br />

more clarified formulation, justification and justification of the decisions.<br />

This article is organized in two parts: the first one describes the housing program, and the second<br />

presents the evaluation method. The last remarks present some perspectives for the future development<br />

of the study.<br />

Keywords: Architectural Residential Quality, Quality definition, Quality evaluation methods<br />

II


ÍNDICE<br />

ENQUADRAMENTO ....................................................................................................................... 1<br />

PARTE I – PROGRAMA HABITACIONAL............................................................................................ 2<br />

1. Objectivo ...................................................................................................................... 2<br />

2. Âmbito ......................................................................................................................... 2<br />

3. Metodologia................................................................................................................... 2<br />

4. Conteúdo ...................................................................................................................... 4<br />

4.1 Dados de programa ............................................................................................ 4<br />

4.2 Exigências e especificações.................................................................................. 4<br />

4.3 Modelos ............................................................................................................ 6<br />

5. Interesse ...................................................................................................................... 7<br />

6. Limitações..................................................................................................................... 8<br />

PARTE II – MÉTODO DE AVALIAÇÃO ............................................................................................ 10<br />

1. Objectivo ....................................................................................................................10<br />

2. Bases para o desenvolvimento....................................................................................... 10<br />

3. Modelo de avaliação ..................................................................................................... 11<br />

3.1 Árvore de pontos de vista.................................................................................. 11<br />

3.2 Indicadores...................................................................................................... 12<br />

3.3 Critérios de ponderação .................................................................................... 14<br />

3.4 Método de síntese de resultados......................................................................... 14<br />

3.5 Apresentação de resultados ............................................................................... 15<br />

4. Programa informático de avaliação ................................................................................. 16<br />

5. Metodologia de aplicação .............................................................................................. 17<br />

6. Interesse ....................................................................................................................21<br />

7. Limitações...................................................................................................................22<br />

NOTAS FINAIS .......................................................................................................................... 24<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 25<br />

ANEXO – SLIDES DE APRESENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO .............................................................. A.1<br />

III


DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ARQUITECTÓNICA HABITACIONAL<br />

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA HABITACIONAL E DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO<br />

ENQUADRAMENTO<br />

Com vista a contribuir para uma melhor programação e concepção de novas habitações, e<br />

uma análise e avaliação mais objectiva de habitações construí<strong>da</strong>s ou em projecto, foi<br />

realizado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), entre 1995 e 2000, um estudo<br />

intitulado "<strong>Definição</strong> e <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>Arquitectónica</strong> Habitacional". Este estudo teve<br />

como principais resultados um programa habitacional, que define um conjunto de exigências<br />

de quali<strong>da</strong>de arquitectónica, aplicáveis aos espaços funcionais, às habitações, aos edifícios e<br />

às vizinhanças próximas, e um método de avaliação que permite verificar em que grau são<br />

satisfeitas essas exigências.<br />

O estudo insere-se numa linha de investigação que tem vindo a ser desenvolvi<strong>da</strong> no LNEC<br />

desde os anos 80, teve o apoio <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção para a Ciência e Tecnologia, e foi apresentado<br />

como tese de doutoramento na Facul<strong>da</strong>de de Arquitectura <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Porto.<br />

1


PARTE I – PROGRAMA HABITACIONAL<br />

1. Objectivo<br />

A concepção, a análise e a avaliação <strong>da</strong> habitação implicam o conhecimento <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes, traduzi<strong>da</strong>s em termos de exigências e especificações. Este<br />

conhecimento por vezes é difícil de obter porque na fase de projecto podem não ser<br />

conhecidos os utentes ou ser difícil a sua consulta, porque as necessi<strong>da</strong>des dos utentes<br />

evoluem com o decorrer do tempo (sendo importante conhecer as suas perspectivas de<br />

evolução), porque os utentes podem variar durante o período de vi<strong>da</strong> útil do edifício (sendo<br />

importante generalizar as suas necessi<strong>da</strong>des), porque a satisfação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos<br />

utentes deve ser compatível com os interesses <strong>da</strong> própria socie<strong>da</strong>de, etc.<br />

Assim, considerou-se de interesse desenvolver um programa de quali<strong>da</strong>de arquitectónica<br />

habitacional (designado apenas por programa habitacional), ajustado à situação portuguesa<br />

contemporânea, que organiza os <strong>da</strong>dos de programa, define as principais exigências e<br />

especificações, e apresenta modelos exemplificativos.<br />

2. Âmbito<br />

No programa habitacional são abor<strong>da</strong>dos os níveis físicos dos espaços funcionais, <strong>da</strong><br />

habitação, do edifício e <strong>da</strong> vizinhança próxima. As exigências e especificações de quali<strong>da</strong>de<br />

arquitectónica defini<strong>da</strong>s no programa habitacional são as relativas ao conforto ambiental, à<br />

segurança, ao uso e à economia (as exigências estéticas não são portando defini<strong>da</strong>s).<br />

O programa habitacional é também enquadrado pela situação portuguesa contemporânea,<br />

designa<strong>da</strong>mente no que respeita: à regulamentação aplicável na concepção de edifícios<br />

habitacionais e áreas residenciais, aos tipos de edifícios habitacionais e áreas residenciais<br />

mais frequentes, e às necessi<strong>da</strong>des e modos de uso <strong>da</strong> habitação dos tipos de agregados<br />

familiares mais frequentes. O programa habitacional não cobre portanto formas especiais de<br />

habitação, como por exemplo, a habitação para pessoas idosas ou para estu<strong>da</strong>ntes.<br />

3. Metodologia<br />

O programa habitacional foi desenvolvido segundo uma abor<strong>da</strong>gem, do particular para o<br />

geral, em quatro fases que correspondem aos níveis físicos abor<strong>da</strong>dos (Figura 1).<br />

2


Fase Fase Fase<br />

Modelos de<br />

1 2 espaços 3 4<br />

Espaços e<br />

Compartimentos<br />

Organização de<br />

<strong>da</strong>dos de<br />

programa<br />

<strong>Definição</strong> de<br />

exigências<br />

Realização e<br />

análise de<br />

modelos<br />

Modelos de<br />

espaços<br />

funcionais<br />

comuns<br />

Habitação Edifício<br />

Organização de<br />

<strong>da</strong>dos de<br />

programa<br />

<strong>Definição</strong> de<br />

exigências<br />

Realização e<br />

análise de<br />

modelos<br />

Modelos de<br />

habitações<br />

3<br />

Organização de<br />

<strong>da</strong>dos de<br />

programa<br />

<strong>Definição</strong> de<br />

exigências<br />

Realização e<br />

análise de<br />

modelos<br />

Figura 1 – Metodologia geral<br />

Modelos de<br />

edifícios<br />

Fase<br />

Vizinhança<br />

próxima<br />

Organização de<br />

<strong>da</strong>dos de<br />

programa<br />

<strong>Definição</strong> de<br />

exigências<br />

Realização e<br />

análise de<br />

modelos<br />

Ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s fases foi desenvolvi<strong>da</strong> de acordo com a seguinte metodologia (Figura 2):<br />

1) Pesquisa bibliográfica – Foi realiza<strong>da</strong> uma extensa recolha bibliográfica sobre a<br />

quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional, que incluiu documentação portuguesa e<br />

estrangeira do seguinte tipo: regulamentos, normas, manuais técnicos, inquéritos a<br />

moradores, análises de empreendimentos habitacionais, etc.<br />

2) Dados de programa – O estudo e a síntese <strong>da</strong> bibliografia permitiu classificar os<br />

espaços e as funções de uso, seleccionar critérios de tipificação e caracterizar as<br />

tipologias mais frequentes.<br />

3) Exigências e especificações – O estudo e a síntese <strong>da</strong> bibliografia permitiu também<br />

definir as exigências e formular as respectivas especificações. Na realização desta<br />

síntese bibliográfica foram pondera<strong>da</strong>s a actuali<strong>da</strong>de dos documentos e a proximi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de de referência para que foram realiza<strong>da</strong>s em relação à socie<strong>da</strong>de<br />

portuguesa contemporânea.<br />

4) Modelos experimentais – Para as tipologias mais correntes estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s em 2) foram<br />

realizados modelos de ensaio que satisfazem às especificações defini<strong>da</strong>s em 3). Depois<br />

foram analisados os modelos e alguns projectos concretos, com o objectivo de aferir a<br />

adequação e a viabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s especificações propostas no programa.


Bibliografia com<br />

classificações de<br />

espaços e<br />

funções<br />

Bibliografia com<br />

critérios de<br />

tipificação<br />

Bibliografia com<br />

projectos<br />

Bibliografia com<br />

classificações<br />

tipológicas<br />

4. Conteúdo<br />

Classificação de<br />

funções<br />

Classificação de<br />

espaços<br />

Selecção de<br />

critérios de<br />

tipificação<br />

Aplicação de<br />

critérios de<br />

tipificação aos<br />

exemplos<br />

Caracterização de<br />

tipologias<br />

Dados de<br />

programa<br />

Análise de<br />

modelos<br />

Realização de<br />

modelos<br />

Modelos<br />

PROGRAMA HABITACIONAL<br />

Figura 2 – Metodologia de ca<strong>da</strong> fase<br />

4<br />

Aferição de<br />

especificações<br />

<strong>Definição</strong> de<br />

exigências e<br />

especificações<br />

Exigências de<br />

quali<strong>da</strong>de<br />

Bibliografia com<br />

exigências e<br />

especificações de<br />

quali<strong>da</strong>de<br />

O programa habitacional é composto por quatro partes, que correspondem aos níveis físicos<br />

abor<strong>da</strong>dos. Ca<strong>da</strong> um destes níveis físicos está organizado segundo uma estrutura idêntica,<br />

composta por <strong>da</strong>dos de programa, exigências e modelos. Como complemento são<br />

apresentados um glossário e alguns anexos.<br />

4.1 Dados de programa<br />

Os <strong>da</strong>dos de programa apresentam uma caracterização geral de ca<strong>da</strong> nível físico, segundo os<br />

seguintes aspectos: classificação dos espaços, com vista a delimitar o significado de ca<strong>da</strong><br />

designação adopta<strong>da</strong>; descrição do comportamento dos utentes segundo uma classificação<br />

em funções, sistemas de activi<strong>da</strong>des e activi<strong>da</strong>des; e sistematização dos critérios de<br />

tipificação e descrição <strong>da</strong>s principais características <strong>da</strong>s tipologias mais correntes.<br />

4.2 Exigências e especificações<br />

São defini<strong>da</strong>s as exigências e especificações que condicionam significativamente a definição<br />

arquitectónica <strong>da</strong>s habitações e áreas residenciais, e que são passíveis de uma formulação<br />

com base em especificações objectivas ou mensuráveis (Figura 3).


A definição <strong>da</strong>s exigências foi realiza<strong>da</strong> de acordo com as seguintes orientações: dentro do<br />

possível, foram formula<strong>da</strong>s por especificações que fixam o desempenho esperado mas<br />

deixam em aberto as soluções para as concretizar; procurou-se perspectivar a evolução<br />

provável <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos utentes e modos de vi<strong>da</strong> pela consulta de bibliografia de<br />

países mais desenvolvidos; apresentaram-se os critérios e a metodologia utilizados na<br />

definição do programa habitacional, de modo a permitir aos utilizadores realizar alterações<br />

fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s que o adequem às especifici<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> situação concreta; e para as<br />

especificações decorrentes de regulamentos e normas nacionais em vigor são indicados os<br />

números ou artigos que as fun<strong>da</strong>mentaram.<br />

Exigências de habitabili<strong>da</strong>de<br />

Exigências de segurança<br />

Exigências de uso<br />

Exigências de economia<br />

Conforto ambiental<br />

Segurança<br />

Adequação espaço-funcional<br />

Articulação<br />

Personalização<br />

Economia<br />

5<br />

Conforto acústico<br />

Conforto visual<br />

Quali<strong>da</strong>de do ar<br />

Conforto higrotérmico<br />

Segurança contra incêndio<br />

Segurança no uso normal<br />

Segurança contra a intrusão/agressão/roubo<br />

Segurança viária<br />

Espaciosi<strong>da</strong>de<br />

Capaci<strong>da</strong>de<br />

Funcionali<strong>da</strong>de<br />

Privaci<strong>da</strong>de<br />

Acessibili<strong>da</strong>de<br />

Apropriação<br />

A<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de<br />

Economia<br />

Figura 3 – Exigências abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s no programa habitacional


As exigências são formula<strong>da</strong>s por especificações organiza<strong>da</strong>s segundo três níveis de<br />

quali<strong>da</strong>de, que representam diferentes patamares de satisfação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos<br />

utentes, designa<strong>da</strong>mente:<br />

1) O nível mínimo, que satisfaz às necessi<strong>da</strong>des elementares de vi<strong>da</strong> quotidiana dos<br />

utentes num nível não inferior ao limiar em que, na situação portuguesa<br />

contemporânea, se considera que o habitat pode concorrer para restringir o modo de<br />

vi<strong>da</strong> dos utentes.<br />

2) O nível recomendável, que suporta melhor diferentes modos de uso, a evolução<br />

previsível <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos utentes durante o período de vi<strong>da</strong> útil dos edifícios, e o<br />

uso eventual por utentes condicionados de mobili<strong>da</strong>de.<br />

3) O nível óptimo, que permite uma resposta integral às principais necessi<strong>da</strong>des dos<br />

utentes, e o uso permanente por utentes condicionados de mobili<strong>da</strong>de após pequenas<br />

a<strong>da</strong>ptações.<br />

A formulação <strong>da</strong>s exigências de quali<strong>da</strong>de segundo diferentes níveis de quali<strong>da</strong>de permite:<br />

definir vários patamares de satisfação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos utentes e de custo; contemplar<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes, para além <strong>da</strong>s determina<strong>da</strong>s pelas necessi<strong>da</strong>des elementares <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong> quotidiana; alargar o campo de aplicação do programa <strong>da</strong> habitação social à habitação<br />

de promoção livre de nível médio; e flexibilizar a aplicação do programa visto que o<br />

projectista pode escolher o patamar de satisfação que pretende para ca<strong>da</strong> exigência.<br />

4.3 Modelos<br />

Os modelos foram realizados a<strong>da</strong>ptando as tipologias mais frequentes às especificações<br />

defini<strong>da</strong>s (Figura 4).<br />

Os modelos podem ser utilizados como exemplos de referência no desenvolvimento de novos<br />

projectos, mas não constituem projectos de arquitectura, <strong>da</strong>do que: respondem a um<br />

programa geral não a<strong>da</strong>ptado às características específicas de ca<strong>da</strong> situação concreta (ex.,<br />

localização, dono de obra, modos de vi<strong>da</strong> locais, etc.); incorporam uma definição construtiva<br />

genérica (ex., coordenação com a estrutura de suporte do tipo pilar-viga de betão armado);<br />

e não incorporam exigências estéticas (ex., intenções de tratamento volumétrico ou de<br />

facha<strong>da</strong>).<br />

6


5. Interesse<br />

Figura 4 – Exemplos de modelos dos quatro níveis físicos<br />

Considera-se que o interesse do programa habitacional resulta <strong>da</strong>s seguintes possibili<strong>da</strong>des<br />

de utilização: constitui um documento que contribui para a divulgação de informação técnica<br />

junto de todos os interessados no problema <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional; define<br />

exigências de referência que podem ser utiliza<strong>da</strong>s na concepção de habitações novas ou na<br />

reabilitação de habitações existentes; pode fun<strong>da</strong>mentar o desenvolvimento de instrumentos<br />

de análise e avaliação de conjuntos habitacionais em projecto ou construídos; e, se for<br />

regularmente actualizado, permite acumular conhecimentos e experiências do passado,<br />

evitando que se repitam erros e propiciando a aplicação de soluções que se revelaram<br />

satisfatórias.<br />

7


Na prática, o programa habitacional pode ser aplicado pelos diferentes intervenientes no<br />

processo de promoção de habitação, como segui<strong>da</strong>mente se resume:<br />

• Os promotores podem utilizar o programa habitacional como um auxiliar na definição<br />

dos objectivos de quali<strong>da</strong>de que pretendem que a solução a promover cumpra. Por<br />

exemplo, os promotores podem seleccionar do programa as exigências que, em seu<br />

entender, são mais importantes, e elaborar um documento que fornecem à equipa<br />

projectista.<br />

• Os projectistas podem utilizar o programa habitacional como base de referência na<br />

concepção de novas soluções, ou como manual de consulta para esclarecer dúvi<strong>da</strong>s<br />

pontuais sobre a concepção de um determinado aspecto <strong>da</strong> habitação. Por exemplo, os<br />

projectistas podem utilizar a lista de mobiliário e equipamento para testar a<br />

capaci<strong>da</strong>de de uma solução em projecto.<br />

• Os compradores podem utilizar o programa habitacional como um manual técnico que<br />

estabelece os aspectos que contribuem para a quali<strong>da</strong>de arquitectónica e que,<br />

portanto, devem ponderar quando escolhem uma nova casa.<br />

6. Limitações<br />

O programa habitacional tem algumas limitações que devem ser considera<strong>da</strong>s na sua<br />

aplicação, nomea<strong>da</strong>mente:<br />

• Necessi<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação a ca<strong>da</strong> situação – Ao definir o programa habitacional foram<br />

equaciona<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong>des dos potenciais utentes, e foi realiza<strong>da</strong> uma<br />

generalização que implicou significativas simplificações <strong>da</strong>s diferenças humanas,<br />

sociais e culturais. Este processo de generalização implica que as especificações não<br />

são universais, infalíveis ou exaustivas, nem prevêem to<strong>da</strong>s as contingências<br />

específicas que os casos concretos levantam.<br />

Como consequência, a aplicação <strong>da</strong>s especificações não deve ser directa ou automática<br />

mas, pelo contrário, as especificações devem ser considera<strong>da</strong>s como uma base de<br />

referência que pode ser interpreta<strong>da</strong> e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> pelo projectista a ca<strong>da</strong> situação<br />

concreta.<br />

• Modo de interpretação <strong>da</strong>s especificações – As especificações defini<strong>da</strong>s no programa<br />

habitacional apontam para modelos abstractos, sendo a função do projectista<br />

8


transformar estes modelos em Arquitectura, concretizando espaços abstractos em<br />

experiências reais, introduzindo as componentes estética, simbólica e construtiva.<br />

Portanto, a utilização do programa não assegura necessariamente a satisfação dos<br />

utentes, porque a sua concretização depende <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de, do talento e do sentido<br />

crítico do projectista.<br />

• Âmbito restrito – O programa habitacional define apenas as exigências relativas a<br />

alguns vectores <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional e alguns níveis físicos do<br />

habitat, e privilegia um campo de aplicação específico.<br />

Este âmbito restrito implica que a aplicação do programa deve ser complementa<strong>da</strong><br />

com a satisfação <strong>da</strong>s restantes exigências, e que o programa pode não se adequar a<br />

promoções que não se enquadrem no seu campo de aplicação.<br />

9


PARTE II – MÉTODO DE AVALIAÇÃO<br />

1. Objectivo<br />

A intervenção em processos habitacionais implica frequentemente a necessi<strong>da</strong>de de optar<br />

entre várias soluções possíveis para a resolução de um determinado problema. Tomar estas<br />

decisões é por vezes uma activi<strong>da</strong>de complexa, para a qual nem sempre a resposta é<br />

imediata ou facilmente justificável, <strong>da</strong>do que é necessário ter em conta múltiplos aspectos do<br />

problema e os objectivos específicos dos vários intervenientes no processo. Assim foi<br />

desenvolvido um método de avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica que permite organizar e<br />

quantificar os aspectos mais importantes <strong>da</strong> habitação, fornecendo informação que torna<br />

possível, de um modo mais esclarecido, formular e justificar as decisões.<br />

O método de avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional tem por objectivo avaliar o<br />

grau de adequação <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> habitação e <strong>da</strong> sua envolvente às necessi<strong>da</strong>des<br />

imediatas e previsíveis dos moradores.<br />

2. Bases para o desenvolvimento<br />

O desenvolvimento do método de avaliação foi precedido por um trabalho preliminar que<br />

permitiu preparar as bases e adquirir os conhecimentos teóricos necessários. Neste trabalho<br />

preliminar foram abor<strong>da</strong>dos três temas principais:<br />

1) Programa Habitacional – Foi definido o conceito de quali<strong>da</strong>de arquitectónica<br />

habitacional e estu<strong>da</strong>do o modo de formular essa quali<strong>da</strong>de. Em segui<strong>da</strong>, foi definido<br />

um programa composto por um conjunto de exigências e especificações de quali<strong>da</strong>de<br />

arquitectónica.<br />

2) Métodos de análise e avaliação existentes – Foi realiza<strong>da</strong> uma análise dos métodos de<br />

avaliação existentes que abor<strong>da</strong>m temas e prosseguem objectivos próximos dos<br />

definidos para o presente método.<br />

3) Modelo de avaliação – Foram estu<strong>da</strong>dos os conceitos de processo de apoio à decisão e<br />

método de avaliação multicritério, que se consideraram importantes para fun<strong>da</strong>mentar<br />

e enquadrar a elaboração do método.<br />

10


3. Modelo de avaliação<br />

O método de avaliação foi desenvolvido segundo um modelo multicritério, segundo o qual<br />

uma avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional pode ser desagrega<strong>da</strong> num conjunto<br />

de avaliações individualiza<strong>da</strong>s, sendo o valor de síntese determinado tendo em consideração<br />

a importância relativa de ca<strong>da</strong> um deles.<br />

Optou-se por desenvolver um modelo de avaliação em que os resultados são expressos em<br />

termos absolutos, <strong>da</strong>do que os resultados reflectem o valor <strong>da</strong> solução relativamente às<br />

especificações de referência, e objectivos, porque os procedimentos de avaliação são<br />

definidos de modo a permitirem obter resultados o mais possível independentes <strong>da</strong><br />

interpretação dos avaliadores.<br />

Quanto ao modo de uso, o método de avaliação pretende ser: simples, porque a aplicação do<br />

método é modular (permite realizar avaliações globais ou parciais), os <strong>da</strong>dos necessários à<br />

sua aplicação podem ser obtidos com base na análise do projecto ou do empreendimento, o<br />

vocabulário usado é corrente, e os conceitos técnicos utilizados são explicados num<br />

glossário; a<strong>da</strong>ptável, visto que os utilizadores podem alterar a importância de ca<strong>da</strong> objectivo<br />

de acordo com as suas preferências; e automatizado por um programa de computador, que<br />

facilita a gestão dos <strong>da</strong>dos, a realização dos cálculos e a apresentação dos resultados.<br />

O modelo de avaliação é constituído pelos elementos a seguir descritos.<br />

3.1 Árvore de pontos de vista<br />

A árvore de pontos de vista é uma estrutura arborescente e hierarquiza<strong>da</strong> em que são<br />

organizados os sub-objectivos resultantes <strong>da</strong> desagregação sucessiva do objectivo principal<br />

em avaliação, que é o de "assegurar quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional" (Figura 5).<br />

A primeira subdivisão <strong>da</strong> árvore de pontos de vista é a dos níveis físicos, o que permite a<br />

aplicação modular do método, obtendo-se para ca<strong>da</strong> nível resultados com um significativo<br />

grau de independência. Ca<strong>da</strong> nível físico subdivide-se depois de forma idêntica em grupos de<br />

quali<strong>da</strong>des e quali<strong>da</strong>des de modo a permitir a comparação sistemática entre níveis físicos.<br />

11


ÁREA RESIDENCIAL<br />

3.2 Indicadores<br />

Níveis físicos (nível 1) Grupos de quali<strong>da</strong>des (nível 2) Quali<strong>da</strong>des (nível 3)<br />

Habitação<br />

Edifício<br />

Vizinhança próxima<br />

Conforto ambiental<br />

Segurança<br />

Adequação espaço-funcional<br />

Articulação<br />

Personalização<br />

12<br />

Conforto acústico<br />

Conforto visual<br />

Quali<strong>da</strong>de do ar<br />

Conforto higrotérmico<br />

Segurança no uso normal<br />

Segurança contra incêndio<br />

Segurança contra intrusão/agressão/roubo<br />

Segurança viária<br />

Capaci<strong>da</strong>de<br />

Espaciosi<strong>da</strong>de<br />

Funcionali<strong>da</strong>de<br />

Privaci<strong>da</strong>de<br />

Acessibili<strong>da</strong>de<br />

Apropriação<br />

A<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de<br />

Figura 5 – Árvore de pontos de vista até ao nível 3<br />

Para ca<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de existem um ou vários indicadores, que permitem medir objectivamente<br />

o desempenho <strong>da</strong>s soluções. Ca<strong>da</strong> indicador é constituído pelos seguintes elementos (Figura<br />

6):<br />

• Objectivo – texto que define resumi<strong>da</strong>mente o requisito que avalia;<br />

• Elementos de avaliação – características <strong>da</strong> solução considera<strong>da</strong>s importantes para<br />

determinar o seu desempenho;<br />

• Critério de avaliação – permite relacionar as características <strong>da</strong>s soluções com os graus<br />

<strong>da</strong> escala de desempenho (escala uniformiza<strong>da</strong> para todos os indicadores com os<br />

seguintes graus: 0 - nulo, 1 - mínimo, 2 - recomendável, e 3 - óptimo);<br />

• Observações – indicações diversas sobre o indicador;<br />

• Exemplo – aplicação do indicador a um caso concreto.


13<br />

Objectivo<br />

Elementos de<br />

avaliação<br />

HABITAÇÃO<br />

ARTICULAÇÃO<br />

Privaci<strong>da</strong>de<br />

Privaci<strong>da</strong>de entre compartimentos<br />

As habitações devem ser concebi<strong>da</strong>s de modo a proporcionarem privaci<strong>da</strong>de<br />

ao nível pessoal e familiar, pelo modo como se estabelece a relação dos<br />

compartimentos entre si.<br />

1) Relação entre a zona de sala/cozinha e as instalações sanitárias:<br />

A. A sala e a cozinha têm acesso a uma instalação sanitária através de<br />

espaços de circulação separados <strong>da</strong> zona de quartos. 3<br />

B. A sala e a cozinha têm acesso a uma instalação sanitária através de<br />

espaços de circulação que podem ser separados <strong>da</strong> zona de quartos. 2<br />

C. Nenhuma <strong>da</strong>s condições anteriores é satisfeita. 1<br />

2) Relação entre os quartos e as instalações sanitárias:<br />

A. Os quartos têm acesso directo à instalação sanitária que os serve ou<br />

através de espaços de circulação separados <strong>da</strong> zona de sala/cozinha. 3<br />

B. Os quartos têm acesso à instalação sanitária que os serve através de<br />

espaços de circulação que podem ser separados <strong>da</strong> zona de<br />

sala/cozinha. 2<br />

C. Nenhuma <strong>da</strong>s condições anteriores é satisfeita. 1<br />

3) Relação entre os quartos e a porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> do fogo:<br />

A. Os quartos têm acesso à porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> através de espaços de<br />

circulação separados <strong>da</strong> sala. 3<br />

B. Os quartos têm acesso à porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> através de espaços de<br />

circulação que podem ser separados <strong>da</strong> sala. 2<br />

C. Nenhuma <strong>da</strong>s condições anteriores é satisfeita 1<br />

4) Relação entre a cozinha e a porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> do fogo:<br />

A. A cozinha tem acesso directo à porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> ou através<br />

espaços de circulação separados <strong>da</strong> sala que não passam pela zona de<br />

quartos. 3<br />

B. A cozinha tem acesso à porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> através espaços de<br />

circulação que podem ser separados <strong>da</strong> sala, e que não passam pela<br />

zona de quartos. 2<br />

C. Nenhuma <strong>da</strong>s condições anteriores é satisfeita. 1<br />

Critério de<br />

avaliação<br />

Observações<br />

Exemplo<br />

5) Relação entre a sala e a porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> do fogo:<br />

A. A sala tem acesso à porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> através de espaços de<br />

circulação separados que não passam pela zona de quartos. 3<br />

B. A sala tem acesso à porta de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> através de outra sala ou de<br />

espaços de circulação que podem ser separados caso os moradores o<br />

preten<strong>da</strong>m e que não passam pela zona de quartos. 2<br />

C. Nenhuma <strong>da</strong>s condições anteriores é satisfeita. 1<br />

(P t .) 15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Nulo (0) Mín. (1) Rec .(2) Ópt. (3)<br />

N.º Ponderação<br />

Pontuação<br />

Nulo Mín. Rec. Ópt.<br />

1) 1 ∗ 0 1 2 3<br />

2) 1 ∗ 0 1 2 3<br />

3) 1 ∗ 0 1 2 3<br />

4) 1 ∗ 0 1 2 3<br />

5) 1 ∗ 0 1 2 3<br />

Total (Σ Pd.∗Pt.) 0 pontos 5 pontos 10 pontos 15 pontos<br />

A selecção dos elementos de avaliação foi realiza<strong>da</strong> considerando as relações<br />

entre compartimentos em que é mais frequente surgirem violações às regras<br />

de privaci<strong>da</strong>de.<br />

N.º Resposta Pont. Pond. Pt.∗Pd.<br />

1) C 1 1 1<br />

2) B 2 1 2<br />

3) B 2 1 2<br />

4) B 2 1 2<br />

5) B 2 1 2<br />

Total (Σ Pt.∗Pd.) 9<br />

Valor de desempenho 1.8 (Recomendável-)<br />

Privaci<strong>da</strong>de entre compartimentos<br />

Planta – escala 1/200<br />

Figura 6 – Exemplo de indicador (privaci<strong>da</strong>de entre compartimentos)<br />

Zona de espaços individuiais<br />

Zona de espaços comuns<br />

Quarto casal<br />

I.S.<br />

Vestíbulo<br />

Cozinha<br />

Marquise<br />

Quarto duplo 1 Quarto duplo 2<br />

Corredor<br />

Sala comum<br />

Arrumos


3.3 Critérios de ponderação<br />

Os critérios de ponderação determinam a importância relativa de ca<strong>da</strong> sub-ponto de vista na<br />

avaliação do ponto de vista de hierarquia superior.<br />

O método de avaliação foi desenvolvido com vista a poder ser utilizado em processos de<br />

decisão relacionados com a promoção, a utilização e a gestão <strong>da</strong> habitação. Por este motivo,<br />

pode ser utilizado por diferentes tipos de utilizadores (ex., moradores, promotores,<br />

projectistas, enti<strong>da</strong>des financiadoras) e em avaliações de diferentes tipos de<br />

empreendimentos (ex., edifícios unifamiliares ou multifamiliares). Esta diversi<strong>da</strong>de tem como<br />

consequência não ser possível definir critérios de ponderação fixos que sejam adequados a<br />

to<strong>da</strong>s as situações. Pelo contrário, os critérios de ponderação devem ser a<strong>da</strong>ptados, caso a<br />

caso, de modo a traduzirem as preferências dos utilizadores.<br />

Contudo, considerou-se desejável que o método de avaliação incluísse todos os elementos<br />

necessários à realização de uma avaliação, pelo que se optou por definir critérios de<br />

ponderação que procurassem traduzir uma definição geral <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica<br />

habitacional.<br />

3.4 Método de síntese de resultados<br />

Para agregar os valores de desempenho parciais num valor de desempenho global,<br />

considerando os respectivos critérios de ponderação, foi utilizado o método <strong>da</strong> média<br />

pondera<strong>da</strong>, isto é:<br />

V<br />

PV<br />

n<br />

SPV<br />

∑ VS<br />

× P PVi<br />

i = npv<br />

P<br />

∑<br />

i<br />

SPV<br />

i<br />

SPV<br />

i<br />

14<br />

VPV Valor do ponto de vista<br />

VSPV Valor do sub-ponto de vista<br />

PSPV Ponderação do sub-ponto de vista<br />

nSPV Número de sub-pontos de vista<br />

Salienta-se que, ao utilizar este método de síntese de resultados, parte-se do princípio que<br />

existe a possibili<strong>da</strong>de de compensação entre os vários pontos de vista, o que, no caso <strong>da</strong><br />

avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitação, corresponde ao que a prática tem<br />

demonstrado (ex., uma sala pequena pode ser compensa<strong>da</strong> por uma cozinha grande com<br />

uma zona para refeições correntes).<br />

Figura 6 – Exemplo de indicador


3.5 Apresentação de resultados<br />

Com o objectivo de possibilitar uma análise fácil e rápi<strong>da</strong>, os resultados <strong>da</strong> avaliação são<br />

apresentados <strong>da</strong>s três formas seguintes:<br />

1) Valor de desempenho global – Valor numérico que define o desempenho global <strong>da</strong><br />

solução, numa escala de 0 a 3.<br />

2) Relatório de avaliação – Texto composto por uma listagem de todos os elementos de<br />

avaliação utilizados na avaliação, em que é apresentado o respectivo valor de<br />

desempenho atingido. A análise do relatório de avaliação permite compreender como<br />

foi atingido o referido valor de desempenho global.<br />

3) Perfil de quali<strong>da</strong>de – Gráfico representando no eixo <strong>da</strong>s abcissas os pontos de vista e<br />

no <strong>da</strong>s ordena<strong>da</strong>s o valor de desempenho atingido por ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s soluções<br />

avalia<strong>da</strong>s (Figura 7). A análise deste gráfico permite apreender de forma mais<br />

imediata os aspectos mais fracos e os mais fortes de uma solução, e comparar<br />

facilmente o desempenho atingido por várias soluções em ca<strong>da</strong> ponto de vista.<br />

Figura 7 – Perfil de quali<strong>da</strong>de produzido pelo programa informático<br />

15


4. Programa informático de avaliação<br />

A utilização do método de avaliação desenvolvido, composto por cerca de 375 elementos de<br />

avaliação, é uma tarefa que implica um significativo esforço, sobretudo quando se preten<strong>da</strong><br />

que uma solução seja sujeita a sucessivas alterações e reavaliações. Assim, desenvolveu-se<br />

um programa informático para facilitar a sua aplicação, que é composto pelos quatro<br />

elementos descritos em segui<strong>da</strong> (Figura 8).<br />

Base de <strong>da</strong>dos de caracterização de soluções<br />

Rotina de avaliação<br />

Interface de apresentação de<br />

resultados<br />

16<br />

Base de <strong>da</strong>dos de caracterização do modelo de<br />

avaliação<br />

Figura 8 – Estrutura dos principais elementos do programa informático<br />

A base de <strong>da</strong>dos (BD) de caracterização de soluções permite criar, modificar, apagar e<br />

arquivar os <strong>da</strong>dos de caracterização <strong>da</strong>s soluções necessários para realizar uma avaliação de<br />

acordo com os indicadores utilizados. A BD foi desenvolvi<strong>da</strong> de modo a permitir arquivar um<br />

conjunto ilimitado de soluções, e a sua interface com o utilizador foi desenvolvi<strong>da</strong> com vista<br />

a facilitar o preenchimento do questionário.<br />

A BD de caracterização do modelo de avaliação permite editar as características dos<br />

elementos de avaliação, bem como as ponderações atribuí<strong>da</strong>s a qualquer dos níveis físicos,<br />

grupos de quali<strong>da</strong>des, quali<strong>da</strong>des e indicadores. A interface desta BD foi desenvolvi<strong>da</strong> com<br />

vista a facilitar a visualização <strong>da</strong> árvore de objectivos e a alteração de qualquer critério de<br />

ponderação.<br />

A rotina de avaliação permite realizar automaticamente a avaliação <strong>da</strong>s soluções<br />

caracteriza<strong>da</strong>s (até ao número máximo de trinta) segundo o modelo de avaliação definido.<br />

Os resultados obtidos na avaliação são arquivados num ficheiro, o que permite a sua<br />

visualização posterior sem ter de refazer a avaliação.<br />

A interface de apresentação de resultados apresenta a informação existente no ficheiro de<br />

resultados num quadro comparativo e num gráfico. Esta interface foi desenvolvi<strong>da</strong> de modo<br />

a permitir ao utilizador conhecer o desempenho de conjunto <strong>da</strong> solução, consultar um


elatório escrito justificativo do desempenho de ca<strong>da</strong> ponto de vista, e comparar<br />

graficamente os resultados.<br />

5. Metodologia de aplicação<br />

O método de avaliação e os instrumentos desenvolvidos para a sua aplicação pressupõem<br />

uma metodologia de utilização, que se descreve em segui<strong>da</strong>, ilustrando ca<strong>da</strong> fase com um<br />

exemplo de aplicação (Figura 9).<br />

1) <strong>Definição</strong> do problema – Em primeiro lugar, procura-se conhecer o melhor possível os<br />

contornos do problema e quais as fases anteriores de evolução do processo, para<br />

depois formular objectivamente qual a decisão a tomar. Em segui<strong>da</strong>, pondera-se sobre<br />

o contributo de uma avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional para a<br />

fun<strong>da</strong>mentação <strong>da</strong> decisão. Em caso negativo deve procurar-se outro instrumento de<br />

apoio à decisão.<br />

Tome-se, como exemplo, uma cooperativa que promove um concurso para selecção do<br />

projecto de um novo empreendimento habitacional. O júri responsável pela avaliação<br />

<strong>da</strong>s propostas deverá ponderar se para fun<strong>da</strong>mentar a sua decisão é útil obter uma<br />

avaliação objectiva e justifica<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s<br />

propostas.<br />

2) Identificação dos actores – Depois de verifica<strong>da</strong> a aplicabili<strong>da</strong>de do método de<br />

avaliação ao problema, são identifica<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as pessoas ou enti<strong>da</strong>des que<br />

influenciam a toma<strong>da</strong> de decisão, usualmente designados de actores.<br />

Num processo de decisão sobre a habitação podem intervir diversos tipos de actores,<br />

tais como: o promotor, o projectista, o construtor, as enti<strong>da</strong>des licenciadoras, a<br />

enti<strong>da</strong>de financiadora, os utentes do empreendimento, os utentes de<br />

empreendimentos vizinhos, as enti<strong>da</strong>des responsáveis pela gestão, etc.<br />

Prosseguindo o exemplo, os actores poderiam ser o representante dos moradores dos<br />

empreendimentos vizinhos, os cooperantes, os dirigentes cooperativos, e um<br />

especialista em habitação contratado como consultor.<br />

3) Aferição dos objectivos – Ao aceitar a aplicação do método de avaliação, ficou definido<br />

que o objectivo principal é o de obter eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional.<br />

Assim, esta fase consiste em apresentar aos actores a árvore de pontos de vista, e<br />

17


verificar se eles consideram que a árvore traduz os objectivos que pretendem ver<br />

concretizados. Em caso negativo, deve-se proceder à reformulação <strong>da</strong> árvore de<br />

pontos de vista, com base nas sugestões dos actores, tendo em vista atingir uma<br />

solução consensual.<br />

Seguindo o exemplo, os actores poderiam analisar a árvore de pontos de vista do<br />

método e concluir que não se justificava avaliar a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vizinhança próxima,<br />

porque o programa de concurso previa apenas a construção de dois novos edifícios.<br />

4) Identificação <strong>da</strong>s soluções e verificação dos elementos de avaliação – Identificam-se as<br />

soluções a avaliar e verifica-se se os actores consideram que os elementos de<br />

avaliação descrevem e representam o desempenho <strong>da</strong>s soluções segundo os objectivos<br />

definidos. Em caso negativo, os elementos de avaliação devem ser revistos com base<br />

nas sugestões dos actores.<br />

No exemplo utilizado, as soluções seriam as diferentes propostas apresenta<strong>da</strong>s a<br />

concurso. Depois de analisa<strong>da</strong>s as propostas, os actores poderiam, por exemplo,<br />

concluir que não se justificava avaliar o indicador de privaci<strong>da</strong>de entre compartimentos<br />

pelo elemento de avaliação que assegura a separação entre a sala e a porta de<br />

entra<strong>da</strong> porque, em sua opinião, esta relação não é violadora <strong>da</strong> privaci<strong>da</strong>de.<br />

5) Aferição dos critérios de avaliação – Os actores são informados sobre os critérios de<br />

avaliação utilizados. Caso sejam coloca<strong>da</strong>s dúvi<strong>da</strong>s sobre a adequação dos critérios de<br />

avaliação às soluções, os actores devem proceder à sua revisão.<br />

Os critérios de avaliação integrados no método de avaliação resultaram de um extenso<br />

estudo técnico, que se considera ter conduzido a critérios que permitem medir<br />

correctamente o desempenho <strong>da</strong>s soluções segundo os pontos de vista utilizados. No<br />

entanto, ca<strong>da</strong> situação concreta tem as suas especifici<strong>da</strong>des pelo que se admite a<br />

necessi<strong>da</strong>de de adequação pontual dos critérios de avaliação utilizados.<br />

Prosseguindo o exemplo, os promotores do concurso deveriam informar os diversos<br />

actores dos critérios de avaliação utilizados no método de avaliação e verificar a sua<br />

concordância. No caso de alguns critérios de avaliação suscitarem discordância,<br />

deveriam ser ajustados.<br />

18


Não Aperfeiçoamento do modelo de avaliação<br />

Conhecimento e formulação do problema<br />

O método contribui para a<br />

resolução do problema ?<br />

Sim<br />

Identificação dos actores<br />

A árvore de pontos de vista do<br />

Método aplica-se à situação ?<br />

Sim<br />

Identificação <strong>da</strong>s soluções<br />

Os pontos de vista<br />

elementares permitem avaliar o desempenho <strong>da</strong>s<br />

soluções?<br />

Sim<br />

Os critérios de avaliação medem<br />

o desempenho <strong>da</strong>s soluções ?<br />

Sim<br />

Os critérios<br />

de ponderação traduzem as preferências dos<br />

actores ?<br />

Sim<br />

<strong>Avaliação</strong> de pontos de vista elementares<br />

de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s soluções<br />

Aplicação do método de síntese de resultados<br />

Análise de resultados<br />

Relatório<br />

justificativo Nível quali<strong>da</strong>de Gráfico<br />

Os resultados satisfazem aos decisores ?<br />

Sim<br />

Decisão<br />

19<br />

Não<br />

Não<br />

Não<br />

Não<br />

Não<br />

Utilização de outro método de<br />

avaliação<br />

Revisão <strong>da</strong> árvore de pontos de<br />

vista<br />

Revisão dos pontos de vista<br />

elementares<br />

Revisão dos critérios de avaliação<br />

Revisão dos critérios de<br />

ponderação<br />

Caracterização de soluções<br />

Figura 9 – Metodologia de aplicação do método de avaliação<br />

Não<br />

Aperfeiçoamento <strong>da</strong>s soluções


6) Verificação dos critérios de ponderação – São apresentados os critérios de ponderação<br />

propostos no método de avaliação e verifica-se se os actores concor<strong>da</strong>m com eles. Em<br />

caso negativo, os actores devem definir novos critérios de ponderação, e depois<br />

compará-los com os critérios propostos no método de avaliação, de modo a assegurar<br />

a ausência de dispari<strong>da</strong>des significativas não justifica<strong>da</strong>s.<br />

No exemplo utilizado, os actores deveriam estu<strong>da</strong>r os critérios de ponderação<br />

propostos, e depois poderiam, por exemplo, aumentar a ponderação do indicador<br />

"abertura visual <strong>da</strong>s habitações", porque consideram que os edifícios vão ser<br />

implantados num local com vistas sobre um enquadramento paisagístico que é<br />

importante aproveitar.<br />

7) <strong>Avaliação</strong> dos pontos de vista elementares – São atribuí<strong>da</strong>s respostas aos elementos<br />

de avaliação com base nas características de ca<strong>da</strong> solução. Se for utilizado o programa<br />

informático, esta fase corresponde ao preenchimento dos formulários de<br />

caracterização de soluções.<br />

Seguindo o exemplo, seria realiza<strong>da</strong> a análise <strong>da</strong> informação de projecto de ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>da</strong>s propostas apresenta<strong>da</strong>s a concurso, e preenchidos os respectivos formulários de<br />

caracterização.<br />

8) Aplicação do método de síntese de resultados – Aplica-se o método de síntese de<br />

resultados e obtêm-se os valores de desempenho <strong>da</strong>s soluções em avaliação para os<br />

vários níveis de pontos de vista. Se for utilizado o programa informático desenvolvido,<br />

este passo é realizado automaticamente.<br />

No exemplo utilizado, seria utilizado o programa informático para calcular<br />

automaticamente o valor de desempenho de ca<strong>da</strong> ponto de vista para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s<br />

propostas em concurso, chegando-se no limite a um valor de desempenho global para<br />

ca<strong>da</strong> solução.<br />

9) Análise de resultados – Os valores de desempenho <strong>da</strong>s várias soluções são<br />

apresentados e analisados pelas pessoas ou enti<strong>da</strong>des responsáveis por tomar a<br />

decisão (usualmente designa<strong>da</strong>s de decisores). Caso existam informações<br />

complementares sobre as soluções, podem realizar-se diversos tipos de cruzamentos<br />

de <strong>da</strong>dos (ex., se for conhecido o custo de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s soluções, pode ser realizado<br />

um gráfico <strong>da</strong> relação custo/quali<strong>da</strong>de arquitectónica).<br />

20


Da análise dos resultados podem resultar três opções: 1) tomar uma decisão<br />

informa<strong>da</strong> pelos resultados <strong>da</strong> avaliação; 2) considerar que as soluções não atingem<br />

um nível de desempenho mínimo e, portanto, procede-se à sua reformulação com<br />

base na informação decorrente <strong>da</strong> avaliação; 3) considerar que o método de avaliação<br />

não traduz a apreciação dos actores e, portanto, proceder-se ao aperfeiçoamento e<br />

reaplicação do modelo de avaliação.<br />

Concluindo o exemplo, com base na análise dos resultados o júri do concurso pode<br />

optar por escolher uma <strong>da</strong>s soluções como vencedora do concurso, pode considerar<br />

que nenhuma <strong>da</strong>s soluções atinge um valor de desempenho suficiente para as suas<br />

expectativas pelo que sugerem a reformulação <strong>da</strong>s propostas, ou pode concluir que<br />

um determinado ponto de vista possui uma importância excessiva no modelo de<br />

avaliação pelo que corrige este aspecto e reaplica o método de avaliação.<br />

6. Interesse<br />

A utilização do método de avaliação afigura-se de grande interesse, pois permite organizar e<br />

quantificar os aspectos mais importantes <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica <strong>da</strong>s soluções, com base<br />

numa síntese do conhecimento teórico existente na bibliografia técnica e detido pelos<br />

especialistas. Esta informação permite a quem tiver que tomar opções sobre áreas<br />

residenciais, especialista ou não, formular e justificar as suas decisões de um modo mais<br />

esclarecido.<br />

Na prática, o método de avaliação permite seleccionar as soluções que melhor respon<strong>da</strong>m<br />

aos objectivos de quali<strong>da</strong>de, rejeitar soluções que não respon<strong>da</strong>m a determinados objectivos<br />

de quali<strong>da</strong>de, ordenar soluções pelo grau de satisfação dos objectivos de quali<strong>da</strong>de, e<br />

optimizar soluções pela correcção dos objectivos de quali<strong>da</strong>de não satisfeitos.<br />

Se considerarmos os diferentes intervenientes no processo de promoção de habitação,<br />

podemos, como exemplo, perspectivar os seguintes modos de utilização:<br />

• os promotores podem avaliar a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s propostas que lhes são apresenta<strong>da</strong>s e<br />

assegurar a quali<strong>da</strong>de do seu produto;<br />

• os projectistas podem avaliar a quali<strong>da</strong>de dos seus projectos e comprovar a quali<strong>da</strong>de<br />

do seu trabalho;<br />

21


• as enti<strong>da</strong>des licenciadoras podem avaliar a quali<strong>da</strong>de dos projectos submetidos a<br />

licenciamento;<br />

• as enti<strong>da</strong>des financiadoras podem avaliar a quali<strong>da</strong>de dos projectos submetidos a<br />

financiamento;<br />

• os compradores de habitação podem avaliar a quali<strong>da</strong>de de várias soluções<br />

alternativas e conhecer as quali<strong>da</strong>des e inconvenientes de ca<strong>da</strong> uma.<br />

7. Limitações<br />

No entanto, durante a aplicação e análise dos resultados do método de avaliação, devem ser<br />

considera<strong>da</strong>s as limitações a seguir indica<strong>da</strong>s:<br />

• Variabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des – A habitação, como produto de uma activi<strong>da</strong>de de<br />

construção, pode ser objecto de uma definição objectiva <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de nos vectores<br />

arquitectónico, construtivo e ambiental. No entanto, a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> habitação não<br />

pode ser dissocia<strong>da</strong> <strong>da</strong> satisfação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos utentes, <strong>da</strong>do que ela constitui<br />

o suporte físico para a vi<strong>da</strong> do dia-a-dia dos moradores.<br />

As necessi<strong>da</strong>des dos utentes são múltiplas e algumas dificilmente quantificáveis,<br />

diferem consoante os modos de vi<strong>da</strong>, variam no tempo como consequência quer do<br />

desenvolvimento económico/social/técnico quer <strong>da</strong> evolução do ciclo de vi<strong>da</strong>, e são<br />

influencia<strong>da</strong>s pelas condicionantes específicas de ca<strong>da</strong> local. Desta variabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes resulta que a interpretação dos resultados de uma avaliação<br />

não deve ser independente do momento e do local em que é realiza<strong>da</strong>, e dos utentes a<br />

que se destina.<br />

• Complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> avaliação – A habitação é um produto complexo, uma vez que:<br />

resulta <strong>da</strong> interacção de um elevado número de intervenientes, com objectivos<br />

próprios, que se encontram em diferentes locais e que, por vezes, não estão<br />

sensibilizados para os problemas uns dos outros; resulta <strong>da</strong> conjugação de uma<br />

grande diversi<strong>da</strong>de de componentes e materiais, que devem satisfazer a múltiplas<br />

exigências funcionais; e deve ter em consideração as condicionantes físicas, sociais e<br />

económicas, específicas de ca<strong>da</strong> local. Consequentemente, na análise e na avaliação<br />

<strong>da</strong> habitação, é necessário ponderar um número muito elevado de pontos de vista,<br />

que estabelecem inter-relações múltiplas entre si.<br />

22


O método avalia apenas o grau de satisfação de alguns tipos de exigências <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional, aplica-se a alguns níveis físicos do habitat e<br />

privilegia um campo de aplicação específico.<br />

• Subjectivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> avaliação – Embora se tenha procurado tornar o método de<br />

avaliação o mais objectivo possível, existe sempre um certo grau de subjectivi<strong>da</strong>de,<br />

nomea<strong>da</strong>mente porque: os pontos de vista são escolhidos subjectivamente, de entre o<br />

conjunto de características do objecto sujeito à avaliação, e a atribuição de critérios de<br />

ponderação é também uma decisão pessoal.<br />

Assim o resultado de uma avaliação não deve ser tomado como um valor absoluto de<br />

quali<strong>da</strong>de, mas como o grau de adequação <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> habitação aos<br />

objectivos de quali<strong>da</strong>de incluídos no método de avaliação e à importância relativa<br />

atribuí<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> objectivo.<br />

• Vali<strong>da</strong>de dos <strong>da</strong>dos – O método de avaliação mede o grau de satisfação <strong>da</strong>s exigências<br />

com base nos <strong>da</strong>dos fornecidos pelos utilizadores, pelo que o rigor e a vali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

avaliação estão naturalmente dependentes <strong>da</strong> correcção dos <strong>da</strong>dos fornecidos.<br />

23


NOTAS FINAIS<br />

A par <strong>da</strong> sua contribuição específica para o desenvolvimento do tema, o estudo realizado<br />

permitiu identificar outras áreas de estudo em que se considera importante prosseguir a<br />

investigação.<br />

O programa habitacional deverá ser periodicamente actualizado e aperfeiçoado, como<br />

resultado <strong>da</strong>s sugestões decorrentes <strong>da</strong> sua utilização prática, <strong>da</strong> evolução social e<br />

tecnológica, e do alargamento do âmbito do documento a outras exigências. O<br />

aperfeiçoamento do programa habitacional poderá também basear-se em estudos específicos<br />

sobre as diversas exigências de quali<strong>da</strong>de arquitectónica <strong>da</strong> habitação e áreas residenciais<br />

(ex., flexibili<strong>da</strong>de, conforto, etc.). Considera-se ain<strong>da</strong> importante elaborar versões<br />

complementares do programa habitacional em que sejam contempla<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong>des de<br />

tipos de utentes específicos (ex., utentes condicionados de mobili<strong>da</strong>de).<br />

Por outro lado, o método de avaliação, apesar de razoavelmente testado, necessita ain<strong>da</strong> ser<br />

aplicado em situações reais, <strong>da</strong>s quais surgirão sugestões de aperfeiçoamento com vista a<br />

um maior rigor e fiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> avaliação. O desenvolvimento do método de avaliação pode<br />

também prosseguir com a introdução de outros objectivos de quali<strong>da</strong>de, nomea<strong>da</strong>mente, as<br />

exigências de economia, de ambiente e, até, de estética.<br />

24


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

CABRITA, A. Reis – Boa habitação. Do conhecimento à gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Lisboa: Ed.<br />

LNEC, 1987.<br />

COELHO, A. Baptista – Análise e avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica residencial. Lisboa:<br />

Ed. LNEC, 1993.<br />

PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Espaços e compartimentos. Lisboa: Ed. LNEC,<br />

1999 (Col. ITA, n.º 4).<br />

PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Habitação. Lisboa: Ed. LNEC, 1999 (Col. ITA, n.º<br />

5).<br />

PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Edifício. Lisboa: Ed. LNEC, 1999 (Col. ITA, n.º 6).<br />

PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Vizinhança próxima. Lisboa: Ed. LNEC, 1999<br />

(Col. ITA, n.º 7).<br />

PEDRO, J. Branco – <strong>Definição</strong> e avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica residencial. Lisboa: Ed.<br />

Facul<strong>da</strong>de de Arquitectura <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Porto, 2000. Tese de doutoramento.<br />

PEDRO, J. Branco – <strong>Definição</strong> e avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de arquitectónica habitacional<br />

(http://www-<br />

ext.lnec.pt/LNEC/DED/NA/Pessoal/Jp/Research/Por_tese/Ing_presentation.htm). Lisboa:<br />

2000<br />

AGRADECIMENTOS<br />

O estudo que baseou este artigo foi realizado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil,<br />

com o apoio do Programa PRAXIS XXI, concedido através de um Bolsa de Doutoramento<br />

(BD/3536/94) e de um Projecto de Investigação (PRAXIS/2/2.1/CSH/844/95). No<br />

desenvolvimento do trabalho foram utiliza<strong>da</strong>s licenças de investigação de software <strong>da</strong><br />

Microsoft e <strong>da</strong> Autodesk.<br />

25


ANEXO<br />

SLIDES DE APRESENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO


Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />

Núcleo de Arquitectura<br />

Enquadramento<br />

Enquadramento<br />

LNEC<br />

Programa<br />

Habitacional<br />

Organismo do Estado Português que se dedica à investigação<br />

aplica<strong>da</strong> no domínio <strong>da</strong> engenharia civil e <strong>da</strong> indústria <strong>da</strong><br />

construção<br />

DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DA<br />

QUALIDADE ARQUITECTÓNICA HABITACIONAL<br />

A.1<br />

Método de<br />

avaliação<br />

Evolução<br />

futura


Departamentos<br />

Barragens<br />

Pessoal<br />

Edifícios Estruturas Geotecnia Hidráulica Materiais Vias<br />

1000 colaboradores<br />

300 com um grau universitário<br />

124 são investigadores com doutoramento ou grau equivalente<br />

A.2


Financiamento<br />

Orçamento actual de 25 milhões de euros:<br />

48% correspondem a receita própria<br />

34% provêm do orçamento geral do Estado<br />

18% são investimentos pagos pelo PIDDAC<br />

Cerca de 40 anos de experiência<br />

Durante este período foram abor<strong>da</strong>dos diversos<br />

temas<br />

Nos últimos anos foi desenvolvi<strong>da</strong> uma linha sobre<br />

a <strong>Definição</strong>, a análise, e a avaliação <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>Arquitectónica</strong> Habitacional<br />

Núcleo de Arquitectura<br />

Tem a missão de efectuar estudos de investigação no domínio <strong>da</strong><br />

Arquitectura e Urbanismo. Desenvolve também activi<strong>da</strong>des de<br />

cooperação, consultoria e formação<br />

A.3<br />

Habitação<br />

Segurança<br />

Reabilitação<br />

Projecto<br />

Urbanismo


Informação técnica<br />

Programa<br />

Habitacional<br />

<strong>Definição</strong><br />

Capa_Programa<br />

Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />

Núcleo de Arquitectura<br />

Enquadramento<br />

Programa<br />

Habitacional<br />

Projecto<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>Arquitectónica</strong><br />

Habitacional<br />

Actualização <strong>da</strong> definição<br />

A.4<br />

Método de<br />

avaliação<br />

Análise/<br />

avaliação<br />

Apoio à decisão<br />

Evolução<br />

futura<br />

Método de<br />

avaliação<br />

DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DA<br />

QUALIDADE ARQUITECTÓNICA HABITACIONAL


Programa<br />

Necessi<strong>da</strong>des<br />

dos utentes<br />

Moradores<br />

Habitação<br />

Caracteríticas<br />

do produto<br />

Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> habitação<br />

Justificação<br />

Contexto<br />

É importante conhecer as<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes,<br />

traduzi<strong>da</strong>s em termos de<br />

exigências e especificações<br />

Adequação <strong>da</strong> habitação<br />

às necessi<strong>da</strong>des imediatas e previsíveis dos utentes<br />

compatibilizando as necessi<strong>da</strong>des individuais com as <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

integrando as priori<strong>da</strong>des e valores determinados pelo contexto<br />

É difícil conhecer as necessi<strong>da</strong>des porque:<br />

• na fase de projecto podem não ser conhecidos os<br />

utentes<br />

• as necessi<strong>da</strong>des dos utentes evoluem com o decorrer<br />

do tempo<br />

• os utentes podem variar durante o período de vi<strong>da</strong> útil<br />

do edifício<br />

• as necessi<strong>da</strong>des individuais têm que ser<br />

compatibiliza<strong>da</strong>s com o interesse colectivo<br />

Existe muita informação técnica com exigências e<br />

especificações mas não um documento base de consulta<br />

A.5


Fontes<br />

Recolha bibliográfica<br />

Estudo e síntese <strong>da</strong><br />

informação<br />

Escalas<br />

Espaços funcionais<br />

Habitação<br />

Edifício<br />

Vizinhança próxima<br />

Programa genérico para empreendimentos habitacionais, que<br />

define as principais exigências de quali<strong>da</strong>de arquitectónica de<br />

forma coerente e ajusta<strong>da</strong> à situação portuguesa contemporânea<br />

A.6<br />

Conteúdo<br />

Dados de programa<br />

Exigências de quali<strong>da</strong>de<br />

Modelos


Dados de Programa<br />

Exigências<br />

dormir preparação refeições refeições correntes refeições formais<br />

receber<br />

lavagem de roupa<br />

recreio de crianças estudo de jovens<br />

Informação geral de projecto:<br />

• sistematização dos espaços<br />

• classificação <strong>da</strong>s funções<br />

• descrição dos tipos<br />

A.7<br />

trabalho de adultos<br />

estar/reunir<br />

passar-a-ferro<br />

secagem de roupa higiene pessoal circulação permanência no ext.<br />

São abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s as exigências:<br />

• com contribuições significativas <strong>da</strong> arquitectura para a sua satisfação<br />

• passíveis de definição com critérios objectivos<br />

CONFORTO Conforto higrotérmico<br />

Conforto acústico<br />

Conforto visual<br />

Quali<strong>da</strong>de do ar<br />

SEGURANÇA Segurança no uso normal<br />

Segurança contra incêndio<br />

Segurança contra a intrusão<br />

Segurança viária<br />

USO Espaço-funcionais Capaci<strong>da</strong>de<br />

Espaciosi<strong>da</strong>de<br />

Funcionali<strong>da</strong>de<br />

Articulação Privaci<strong>da</strong>de<br />

Acessibili<strong>da</strong>de<br />

Personalização A<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de<br />

Apropriação<br />

ECONOMIA Economia


Mínimo<br />

Satisfaz às necessi<strong>da</strong>des<br />

elementares de vi<strong>da</strong><br />

quotidiana dos utentes<br />

Não são considera<strong>da</strong>s as<br />

necessi<strong>da</strong>des especificas<br />

de idosos, condicionados<br />

de mobili<strong>da</strong>de, ou grupos<br />

étnicos minoritários<br />

São formula<strong>da</strong>s as<br />

exigências aplicáveis aos<br />

tipos de agregados<br />

familiares mais<br />

frequentes<br />

Tipo de utentes<br />

Recomendável<br />

Permite diferentes modos<br />

de uso e a evolução <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes<br />

A.8<br />

Óptimo<br />

Suporta uma resposta<br />

integral às necessi<strong>da</strong>des<br />

dos utentes, e o uso<br />

permanente por utentes de<br />

mobili<strong>da</strong>de condiciona<strong>da</strong>


Modelos<br />

Exemplos de aplicação <strong>da</strong>s<br />

exigências às tipologias<br />

mais frequentes<br />

Aplicação<br />

Dimensões físicas e de uso<br />

do mobiliário e<br />

equipamento<br />

A.9


Casal + 2 filhos + 2 filhas<br />

Aplicação<br />

Lista de equipamento e<br />

área útil a atribuir a ca<strong>da</strong><br />

função de uso <strong>da</strong> habitação<br />

Casal + 2 filhos + 2 filhas<br />

Aplicação<br />

Lista de equipamento e<br />

área útil a atribuir a ca<strong>da</strong><br />

função de uso <strong>da</strong> habitação<br />

A.10<br />

Casal + 2 filhos + 2 filhas<br />

Casal + 2 filhos + 2 filhas


Aplicação<br />

Aplicação<br />

A.11


Aplicação<br />

Exemplos de aplicação <strong>da</strong>s<br />

exigências às tipologias<br />

mais frequentes<br />

Base de referência na concepção de novas<br />

soluções, ou manual de consulta para esclarecer<br />

dúvi<strong>da</strong>s pontuais<br />

Auxiliar na definição dos objectivos de quali<strong>da</strong>de<br />

que se pretende que o novo empreendimento<br />

satisfaça<br />

Manual que apresenta os aspectos que contribuem<br />

para a quali<strong>da</strong>de arquitectónica de uma habitação,<br />

e portanto devem ser considerados quando se<br />

decide compra uma nova casa<br />

Utili<strong>da</strong>de<br />

Fogo – T4/7 Fogo – T3/6 Fogo – T2/4<br />

Fogo – T1/2<br />

• Contribui para a divulgação de informação técnica<br />

• Serve de referência para a elaboração de projectos concretos<br />

• Pode fun<strong>da</strong>mentar o desenvolvimento de instrumentos de análise e avaliação<br />

A.12<br />

Projectistas<br />

Promotores<br />

Compradores


Necessi<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptar o<br />

programa a ca<strong>da</strong> situação<br />

Necessi<strong>da</strong>de de concretizar<br />

os modelos em soluções<br />

arquitectónicas<br />

Âmbito limitado do<br />

programa<br />

Limitações<br />

Capa_Método<br />

Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />

Núcleo de Arquitectura<br />

Enquadramento<br />

Programa<br />

Habitacional<br />

A.13<br />

Resulta de uma generalização <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />

dos utentes, com simplificações <strong>da</strong>s diferenças<br />

humanas, sociais e culturais<br />

Para introduzir a componente estética<br />

e construtiva<br />

Define apenas algumas <strong>da</strong>s exigências de<br />

quali<strong>da</strong>de arquitectónica e abor<strong>da</strong> apenas alguns<br />

níveis físicos do habitat residencial<br />

DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DA<br />

QUALIDADE ARQUITECTÓNICA HABITACIONAL<br />

Método de<br />

avaliação<br />

Evolução<br />

futura


Método<br />

Justificação<br />

Que informação técnica sobre a quali<strong>da</strong>de arquitectónica existe de apoio à<br />

compra de casa ?<br />

Rótulo<br />

• Nome do produto<br />

• Ingredientes<br />

• Quanti<strong>da</strong>de líqui<strong>da</strong><br />

• Durabili<strong>da</strong>de mínima<br />

• Condições de<br />

conservação<br />

• Modo de emprego<br />

• Nome e mora<strong>da</strong> do<br />

fabricante<br />

• Identificação do lote<br />

• Região de origem<br />

Produto consumo diário<br />

A.14<br />

P.V.P. - 0,35€


Informações e serviços<br />

• Marca e modelo<br />

• Características técnicas<br />

• Cores e acabamentos<br />

• Garantia<br />

• Assistência técnica<br />

• Manual de utilização<br />

• Teste drive<br />

• Testes comparativos<br />

• Acessórios e extras<br />

Produto consumo excepcional<br />

Habitação<br />

Catálogos promocionais<br />

•Imagens gerais do<br />

empreendimento<br />

A.15<br />

P.V.P. - 51.500€<br />

P.V.P. - 125.000€ a 200.000€


Habitação<br />

Catálogos promocionais<br />

•Informação<br />

•Imagens gerais do<br />

sumária sobre o<br />

empreendimento<br />

local<br />

Habitação<br />

Catálogos promocionais<br />

•Informação<br />

•Imagens gerais do<br />

sumária sobre o<br />

empreendimento<br />

local<br />

•Imagens com<br />

momentos felizes<br />

A.16<br />

P.V.P. - 125.000€ a 200.000€<br />

P.V.P. - 125.000€ a 200.000€


Habitação<br />

Catálogos promocionais<br />

•Informação<br />

•Imagens gerais do<br />

sumária sobre o<br />

empreendimento<br />

local<br />

Habitação<br />

Catálogos promocionais<br />

•Informação<br />

•Imagens gerais do<br />

sumária sobre o<br />

empreendimento<br />

local<br />

•Imagens com<br />

momentos felizes<br />

•Imagens com<br />

momentos felizes<br />

A.17<br />

•Plantas mobila<strong>da</strong>s<br />

P.V.P. - 125.000€ a 200.000€<br />

•Plantas mobila<strong>da</strong>s •Lista sumária<br />

(sem escala, área,<br />

de acabamentos<br />

orientação)<br />

P.V.P. - 125.000€ a 200.000€


Habitação<br />

Será que existe:<br />

•Informação técnica? •“Live in” ?<br />

Modelo de avaliação<br />

multicritério<br />

Objectivos<br />

•Testes<br />

comparativos?<br />

Compra-se uma casa ou o sonho de vir a ter uma vi<strong>da</strong> assim?<br />

A.18<br />

•Garantia<br />

fiável?<br />

•Manual de<br />

utilização?<br />

Instrumento que fun<strong>da</strong>mente uma decisão racional:<br />

• <strong>Avaliação</strong> objectiva e rigorosa<br />

• Utilização por técnicos ou não<br />

(compradores/moradores)<br />

• A<strong>da</strong>ptável às preferências dos utilizadores e às<br />

características de ca<strong>da</strong> aplicação<br />

• Aplicação rápi<strong>da</strong> e intuitiva


Estrutura que organiza os<br />

objectivos resultantes <strong>da</strong><br />

desagregação sucessiva do<br />

objectivo principal<br />

Árvore de pontos de vista<br />

Permite avaliar<br />

objectivamente o<br />

desempenho <strong>da</strong>s soluções<br />

Indicador<br />

Localização<br />

Objectivo<br />

Elementos de avaliação<br />

Critério de avaliação<br />

A.19<br />

HABITAÇÃO<br />

ARTICULAÇÃO<br />

Privaci<strong>da</strong>de<br />

Privaci<strong>da</strong>de relativamente ao exterior<br />

As habitações devem ser concebi<strong>da</strong>s de modo a proporcionarem privaci<strong>da</strong>de<br />

ao nível pessoal e familiar, pelo modo como se estabelece a relação dos<br />

compartimentos com o exterior.<br />

1) Não existem espaços comuns com vista directa sobre quartos, salas<br />

únicas ou instalações sanitárias <strong>da</strong> habitação (considera-se que vãos de<br />

janela cuja altura, medi<strong>da</strong> entre o pavimento exterior e o peito, seja<br />

inferior a 1.5m não satisfazem esta exigência). V=1; F=0<br />

2) Não existem edifícios vizinhos com facha<strong>da</strong>s em confronto com a<br />

habitação a distância inferior a 15m, ou existem elementos que<br />

asseguram a privaci<strong>da</strong>de (por exemplo, barreira visual forma<strong>da</strong> por<br />

elementos verdes). V=1; F=0<br />

3) Não existem espaços públicos com vista directa sobre os espaços<br />

interiores <strong>da</strong> habitação (por exemplo, distância não inferior a 5.0m,<br />

diferença de nível entre pavimentos não inferior a 0.6m, muros,<br />

elementos verdes em canteiros ou quintais privados). V=1; F=0<br />

4) Está assegura<strong>da</strong> a privaci<strong>da</strong>de dos espaços exteriores privados,<br />

relativamente a espaços vizinhos e espaços públicos, pelo menos, em<br />

parte <strong>da</strong> sua área (por exemplo, varan<strong>da</strong> recua<strong>da</strong>). V=1; F=0<br />

t (P .) 10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Nulo (0) Mín.(1) Rec. (2) Ópt. (3)<br />

N.º Ponderação<br />

Pontuação<br />

Nulo Mín. Rec. Ópt.<br />

1) 3 ∗ 0 1 1 1<br />

2) 3 ∗ 0 1 1 1<br />

3) 3 ∗ 0 0 1 1<br />

4) 1 ∗ 0 0 0 1<br />

Total (Σ Pd.∗Pt.) 0 pontos 6 pontos 9 pontos 10 pontos


Determinam a importância<br />

relativa de ca<strong>da</strong> objectivo<br />

na avaliação global<br />

Critérios de ponderação<br />

Método de agregação dos<br />

resultados obtidos na<br />

avaliação de ca<strong>da</strong> objectivo<br />

parcial<br />

Síntese de resultados<br />

V<br />

PV<br />

A.20<br />

n<br />

SPV<br />

∑<br />

i<br />

21<br />

11<br />

30<br />

22<br />

16<br />

=<br />

SPV<br />

∑ VS<br />

PVi<br />

i<br />

n<br />

P<br />

× P<br />

SPV<br />

i<br />

SPV<br />

VPV Valor do ponto de vista<br />

VSPV Valor do sub-ponto de vista<br />

PSPV Ponderação do sub-ponto de vista<br />

nSPV Número de sub-pontos de vista<br />

i<br />

27<br />

31<br />

22<br />

20<br />

25<br />

22<br />

23<br />

30<br />

34<br />

36<br />

30<br />

41<br />

59<br />

54<br />

46


Programa informático<br />

Tem como objectivo facilitar<br />

a aplicação do método,<br />

tornando mais rápido e<br />

intuitivo<br />

Dados<br />

Gerir os <strong>da</strong>dos de<br />

caracterização <strong>da</strong>s soluções<br />

Gerir os <strong>da</strong>dos de definição<br />

do modelo de avaliação<br />

Avaliar as soluções e<br />

visualizar os resultados<br />

Questões que caracterizam<br />

as soluções<br />

A.21


Indicadores<br />

Elementos que<br />

personalizam o modelo<br />

de avaliação<br />

Indicadores<br />

Elementos que<br />

personalizam o modelo<br />

de avaliação<br />

A.22


<strong>Avaliação</strong><br />

<strong>Avaliação</strong> automática de<br />

soluções<br />

<strong>Avaliação</strong><br />

<strong>Avaliação</strong> automática de<br />

soluções<br />

A.23


Visualizar resultados<br />

Quadro comparativo<br />

Visualizar resultados<br />

Quadro comparativo<br />

Perfil de quali<strong>da</strong>de<br />

A.24


Visualizar resultados<br />

Quadro comparativo<br />

Perfil de quali<strong>da</strong>de<br />

Relatório justificativo<br />

Divulgação<br />

http://www-ext.lnec.pt/LNEC/DED/NA/Pessoal/Jp/Research/Por_tese/Ing_presentation.htm<br />

A.25


Aplicação<br />

Aplicação<br />

Arrifana, St.ª Maria <strong>da</strong> Feira (1994) Azenhas de Cima, Matosinhos (1990) Aldoar, Porto (1992)<br />

Bairro Padre Cruz, Lisboa (1992) Vilaverde, Figueira <strong>da</strong> Foz (1989) Luz de Tavira, Tavira (1992)<br />

Soluções enquadra<strong>da</strong>s por uma norma<br />

comum e com um custo final idêntico<br />

Soluções que obtiveram um distinção no<br />

"Prémio INH"<br />

A.26<br />

Verificar se o método destaca as vantagens e<br />

inconvenientes de ca<strong>da</strong> solução ?


Aplicação<br />

Valor<br />

desem.<br />

Aplicação<br />

Arrifana, St.ª Maria <strong>da</strong> Feira (1994) Azenhas de Cima, Matosinhos (1990) Aldoar, Porto (1992)<br />

Bairro Padre Cruz, Lisboa (1992) Vilaverde, Figueira <strong>da</strong> Foz (1989) Luz de Tavira, Tavira (1992)<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Conforto<br />

ambiental<br />

Articulação Personalização Adequação<br />

espaciofuncional<br />

A.27<br />

Segurança<br />

Arrifana, St.ª M.<br />

<strong>da</strong> Feira (1.87)<br />

Azenhas de Cima,<br />

Matosinhos<br />

(1.84)<br />

Aldoar, Porto<br />

(2.23)<br />

Bairro Padre<br />

Cruz, Lisboa<br />

(1.70)<br />

Vilaverde,<br />

Figueira <strong>da</strong> Foz<br />

(1.99)<br />

Conceição,<br />

Tavira (1.88)


Janelas de correr difíceis de limpar<br />

Os compartimentos habitáveis estão afastados<br />

<strong>da</strong>s fontes de ruído<br />

Tem duas facha<strong>da</strong>s opostas, orienta<strong>da</strong>s uma a<br />

nascente e outra a poente<br />

As dimensões dos vãos de janela asseguram a<br />

adequa<strong>da</strong> iluminação dos compartimentos<br />

Existe uma adequa<strong>da</strong> pormenorização funcional<br />

Existe uma instalação sanitária em ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>da</strong>s zonas do fogo<br />

Existe separação entre a zona de espaços<br />

comuns e a zona de espaços individuais<br />

Aldoar, Porto (1992)<br />

Ausência de separação entre a zona de<br />

espaços comuns e a individuais<br />

Existência de uma circulação obrigatória<br />

através <strong>da</strong> sala<br />

Ligação directa entre a zona de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> e<br />

a sala<br />

Reduzi<strong>da</strong> extensão de paredes mobiláveis<br />

Dimensão insuficiente de equipamentos fixos<br />

(banca<strong>da</strong> de cozinha e roupeiros)<br />

Desconforto acústico pela contigui<strong>da</strong>de entre<br />

um quarto, o elevador comum e a sala de um<br />

fogo vizinho<br />

Bairro Padre Cruz, Lisboa (1992)<br />

A.28


Utili<strong>da</strong>de<br />

Permite avaliar o desempenho de alguns<br />

aspectos importantes <strong>da</strong> habitação<br />

Promotores<br />

Projectistas<br />

Enti<strong>da</strong>des licenciadoras<br />

Enti<strong>da</strong>des financiadoras<br />

Compradores<br />

Utili<strong>da</strong>de<br />

A.29<br />

Fornece informação para quem, especialista ou<br />

não, tiver que tomar, formular e justificar<br />

decisões<br />

Avaliar a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s propostas que lhes são apresenta<strong>da</strong>s e<br />

assegurar a quali<strong>da</strong>de do seu produto<br />

Avaliar a quali<strong>da</strong>de dos seus projectos e comprovar a quali<strong>da</strong>de<br />

do seu trabalho<br />

Avaliar a quali<strong>da</strong>de dos projectos submetidos a licenciamento<br />

Avaliar a quali<strong>da</strong>de dos projectos submetidos a financiamento<br />

Avaliar a quali<strong>da</strong>de de várias soluções alternativas e conhecer as<br />

quali<strong>da</strong>des e inconvenientes de ca<strong>da</strong> uma


Variabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong>des dos utentes<br />

Âmbito limitado <strong>da</strong><br />

avaliação<br />

Subjectivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> avaliação<br />

Limitações<br />

Capa_evolução<br />

Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />

Núcleo de Arquitectura<br />

Enquadramento<br />

Programa<br />

Habitacional<br />

A.30<br />

Resulta de uma generalização <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />

dos utentes, com simplificações <strong>da</strong>s diferenças<br />

humanas, sociais e culturais<br />

É necessário introduzir a componente estética<br />

e construtiva<br />

Define apenas algumas <strong>da</strong>s exigências de<br />

quali<strong>da</strong>de arquitectónica e abor<strong>da</strong> apenas alguns<br />

níveis físicos do habitat residencial<br />

DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DA<br />

QUALIDADE ARQUITECTÓNICA HABITACIONAL<br />

Método de<br />

avaliação<br />

Evolução<br />

futura


Evolução<br />

Programa habitacional<br />

Método de avaliação<br />

Contacto<br />

A.31<br />

Actualização e aperfeiçoamento periódico, como<br />

resultado <strong>da</strong> utilização prática, <strong>da</strong> evolução social<br />

e tecnológica, e do alargamento do âmbito do<br />

documento a outras exigências<br />

Desenvolvimento de versões complementares do<br />

programa habitacional para utentes com<br />

necessi<strong>da</strong>des específicas (ex., utentes<br />

condicionados de mobili<strong>da</strong>de)<br />

Aperfeiçoamento decorrente <strong>da</strong> aplicação a mais<br />

casos<br />

Introdução de outros objectivos de quali<strong>da</strong>de no<br />

modelo de avaliação<br />

João Branco Pedro<br />

Núcleo de Arquitectura<br />

Departamento de Edifícios<br />

Laboratório Nacional de Engenharia Civil<br />

Av. do Brasil, n.º 101<br />

1700-066 Lisboa<br />

Tel: 351 21 844 3782 | Fax: 351 21 844 3028<br />

jpedro@lnec.pt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!