tese silvia carvalho - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães - Fiocruz
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Sílvia Maria Santos Carvalho<br />
Caracterização da transmissão da leishmaniose tegumentar americana no município <strong>de</strong> Ilhéus, Zona da Mata do Estado da Bahia<br />
compara esses dados com a área rural, cuja <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa espécie foi<br />
relativamente elevada.<br />
Em geral, as espécies que participam da transmissão da doença são aquelas<br />
que têm a maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional na área endêmica em estudo (MARTINEZ-<br />
ORTEGA, 1986). Em nosso trabalho na área rural, entre os exemplares<br />
i<strong>de</strong>ntificados, as espécies L. whitmani e L. fischeri foram predominantes, presentes<br />
no intra, peri e extradomicílio. Neste sentido, apresentam evidências indiretas <strong>de</strong> que<br />
sejam as responsáveis pela transmissão nesse ambiente. Em estudo realizado na<br />
localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Braços, Bahia, ficou constatada a alta prevalência da L. whitmani,<br />
estando comprovadamente relacionada com a transmissão <strong>de</strong> Leishmania (Viannia)<br />
braziliensis (HOCH et al., 1986). Em se tratando da L. fischeri, a argumentação <strong>de</strong><br />
que estaria envolvida no ciclo <strong>de</strong> transmissão da área rural foi exposta<br />
anteriormente, quando mencionada a sua ocorrência na área urbana, tendo,<br />
portanto, uma possível participação secundária na transmissão.<br />
A espécie L. choti se mostrou presente no intra, peri e extradomicílio da área<br />
rural. Esse flebotomíneo já foi notificado como único presente na área urbana do<br />
município <strong>de</strong> Una, Bahia, on<strong>de</strong> casos <strong>de</strong> leishmaniose tegumentar são registrados<br />
(CARVALHO et al., 2009). Em pesquisa realizada em unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento militar<br />
na Zona da Mata do estado <strong>de</strong> Pernambuco, suspeita-se a sua participação no ciclo<br />
<strong>de</strong> transmissão, face à predominância em relação a <strong>de</strong>mais espécies encontradas<br />
(BRANDÃO-FILHO et al., 1998). Entretanto, não há registros da incriminação <strong>de</strong>ssa<br />
espécie como vetor da LTA. Porém, em algumas situações, mesmo em baixa<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, acredita-se que o ciclo <strong>de</strong> transmissão seja mantido levando em<br />
consi<strong>de</strong>ração o potencial vetorial <strong>de</strong> uma espécie, embora associado ao conhecido<br />
envolvimento na transmissão da doença, fato constatado no município <strong>de</strong> Bonito,<br />
MS, on<strong>de</strong> fazem referência à L. whitmani (NUNES et al., 2008).<br />
L. migonei foi encontrada apenas em ambiente extradomiciliar, sendo a quarta<br />
espécie mais coletada. Já em Viana, área endêmica do estado do Espírito Santo,<br />
essa espécie teria uma participação auxiliar na transmissão da LTA em ambiente<br />
domiciliar, numa área on<strong>de</strong> L. intermedia seria a principal vetora (FALQUETO,<br />
1997). As <strong>de</strong>mais 12 espécies i<strong>de</strong>ntificadas (L. davisi, L. longispina, L. salesi, L.<br />
lutziana, L. barretoi, L. shannoni, L. yuilli yuilli, L. lanei, L. pessoai, L. edwardsi, L.<br />
missionensis e L. oswaldoi) na área rural <strong>de</strong> Ilhéus correspon<strong>de</strong>ram a 9,33% das<br />
capturas, sem qualquer indício <strong>de</strong> envolvimento em transmissão.