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tese silvia carvalho - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães - Fiocruz

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63<br />

Sílvia Maria Santos Carvalho<br />

Caracterização da transmissão da leishmaniose tegumentar americana no município <strong>de</strong> Ilhéus, Zona da Mata do Estado da Bahia<br />

compara esses dados com a área rural, cuja <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa espécie foi<br />

relativamente elevada.<br />

Em geral, as espécies que participam da transmissão da doença são aquelas<br />

que têm a maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional na área endêmica em estudo (MARTINEZ-<br />

ORTEGA, 1986). Em nosso trabalho na área rural, entre os exemplares<br />

i<strong>de</strong>ntificados, as espécies L. whitmani e L. fischeri foram predominantes, presentes<br />

no intra, peri e extradomicílio. Neste sentido, apresentam evidências indiretas <strong>de</strong> que<br />

sejam as responsáveis pela transmissão nesse ambiente. Em estudo realizado na<br />

localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Braços, Bahia, ficou constatada a alta prevalência da L. whitmani,<br />

estando comprovadamente relacionada com a transmissão <strong>de</strong> Leishmania (Viannia)<br />

braziliensis (HOCH et al., 1986). Em se tratando da L. fischeri, a argumentação <strong>de</strong><br />

que estaria envolvida no ciclo <strong>de</strong> transmissão da área rural foi exposta<br />

anteriormente, quando mencionada a sua ocorrência na área urbana, tendo,<br />

portanto, uma possível participação secundária na transmissão.<br />

A espécie L. choti se mostrou presente no intra, peri e extradomicílio da área<br />

rural. Esse flebotomíneo já foi notificado como único presente na área urbana do<br />

município <strong>de</strong> Una, Bahia, on<strong>de</strong> casos <strong>de</strong> leishmaniose tegumentar são registrados<br />

(CARVALHO et al., 2009). Em pesquisa realizada em unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento militar<br />

na Zona da Mata do estado <strong>de</strong> Pernambuco, suspeita-se a sua participação no ciclo<br />

<strong>de</strong> transmissão, face à predominância em relação a <strong>de</strong>mais espécies encontradas<br />

(BRANDÃO-FILHO et al., 1998). Entretanto, não há registros da incriminação <strong>de</strong>ssa<br />

espécie como vetor da LTA. Porém, em algumas situações, mesmo em baixa<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, acredita-se que o ciclo <strong>de</strong> transmissão seja mantido levando em<br />

consi<strong>de</strong>ração o potencial vetorial <strong>de</strong> uma espécie, embora associado ao conhecido<br />

envolvimento na transmissão da doença, fato constatado no município <strong>de</strong> Bonito,<br />

MS, on<strong>de</strong> fazem referência à L. whitmani (NUNES et al., 2008).<br />

L. migonei foi encontrada apenas em ambiente extradomiciliar, sendo a quarta<br />

espécie mais coletada. Já em Viana, área endêmica do estado do Espírito Santo,<br />

essa espécie teria uma participação auxiliar na transmissão da LTA em ambiente<br />

domiciliar, numa área on<strong>de</strong> L. intermedia seria a principal vetora (FALQUETO,<br />

1997). As <strong>de</strong>mais 12 espécies i<strong>de</strong>ntificadas (L. davisi, L. longispina, L. salesi, L.<br />

lutziana, L. barretoi, L. shannoni, L. yuilli yuilli, L. lanei, L. pessoai, L. edwardsi, L.<br />

missionensis e L. oswaldoi) na área rural <strong>de</strong> Ilhéus correspon<strong>de</strong>ram a 9,33% das<br />

capturas, sem qualquer indício <strong>de</strong> envolvimento em transmissão.

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