tese silvia carvalho - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães - Fiocruz
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Sílvia Maria Santos Carvalho<br />
Caracterização da transmissão da leishmaniose tegumentar americana no município <strong>de</strong> Ilhéus, Zona da Mata do Estado da Bahia<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
1.1 Aspectos gerais das leishmanioses<br />
As leishmanioses são enfermida<strong>de</strong>s causadas por várias espécies <strong>de</strong><br />
protozoários do gênero Leishmania, subgêneros Viannia e Leishmania, transmitidos<br />
por diferentes espécies <strong>de</strong> flebotomíneos. A doença se apresenta basicamente <strong>de</strong><br />
duas formas clínicas: a leishmaniose visceral ou calazar e a leishmaniose<br />
tegumentar, que diferem nas manifestações clínicas, agentes etiológicos, insetos<br />
vetores e reservatórios envolvidos em diferentes ciclos <strong>de</strong> transmissão (LAINSON;<br />
SHAW, 2005; MARZOCHI; SCHUBACH; MARZOCHI, 1999).<br />
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma zoonose cujos<br />
reservatórios do parasita são mamíferos silvestres (roedores, marsupiais, e<strong>de</strong>ntados<br />
e primatas). O homem adquire a infecção ao entrar em contato com áreas florestais<br />
on<strong>de</strong> existem a enzootia. Diversos fatores, tais como os processos migratórios,<br />
urbanizações <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadas, além <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco individuais como co-infecção<br />
com HIV, tem contribuído para a expansão da doença (BASANO; CAMARGO,<br />
2004).<br />
A doença apresenta uma varieda<strong>de</strong> em manifestações clínicas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
da espécie do parasita e da resposta imune do hospe<strong>de</strong>iro, tendo como aspectos<br />
clínicos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> formas inaparentes, com lesões discretas <strong>de</strong> pele com tendência à<br />
cura espontânea, a ulcerações múltiplas ou lesões mucosas <strong>de</strong> curso lento e difícil<br />
tratamento (MEDEIROS; ROSELINO, 1999).<br />
A leishmaniose sob a forma tegumentar americana é uma doença autóctone<br />
das Américas. Segundo a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) a enfermida<strong>de</strong> é<br />
um grave problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, estando entre as seis doenças infecto-<br />
parasitárias mais importantes do continente americano (BRASIL, 2007). No mundo,<br />
noventa por cento dos casos <strong>de</strong> leishmaniose tegumentar ocorrem no Brasil,<br />
Afeganistão, Irã, Peru, Arábia Saudita e Síria. A sua distribuição nas Américas se<br />
esten<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o extremo Sul dos Estados Unidos, no estado do Texas, ao Norte da<br />
Argentina, excetuando o Uruguai e o Chile (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,<br />
2010).