O discurso acerca de los versos de Faria y Sousa no prólogo do ...
O discurso acerca de los versos de Faria y Sousa no prólogo do ...
O discurso acerca de los versos de Faria y Sousa no prólogo do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O <strong>discurso</strong> <strong>acerca</strong> <strong>de</strong> <strong>los</strong> <strong>versos</strong> <strong>de</strong> <strong>Faria</strong> y <strong>Sousa</strong><br />
219<br />
Na época em que <strong>Faria</strong> y <strong>Sousa</strong> escrevia, em Portugal era ainda vivo<br />
o eco da presença política espanhola durante o rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Felipe II. O país<br />
precisava <strong>de</strong> re<strong>no</strong>var seu prestigio cultural mediante a criação <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos<br />
mitos relativos às origens. Além disso, é preciso levarmos em conta as<br />
disputas, em particular entre catalãos e italia<strong>no</strong>s, com respeito à primazia<br />
da língua. Este é o quadro em que temos que situar o Discurso <strong>de</strong> <strong>Faria</strong><br />
y <strong>Sousa</strong>, com a sua tentativa <strong>de</strong> constituir uma cro<strong>no</strong>logia fictícia <strong>no</strong> que<br />
respeita ao emprego <strong>do</strong> verso príncipe <strong>do</strong> petrarquismo europeu.<br />
Estas, e outras, mistificações <strong>de</strong> Brito e <strong>Faria</strong> y <strong>Sousa</strong> suscitaram<br />
<strong>no</strong> séc.XIX, por um la<strong>do</strong>, um profun<strong>do</strong> interesse na literatura portuguesa<br />
(veja-se a tradução <strong>de</strong> Almeida Garrett), e por outro, uma longa e fervente<br />
polêmica entre Teófilo Braga e Carolina Michaëlis <strong>de</strong> Vasconcel<strong>los</strong> em volta<br />
da mitificação das origens 132 bem como <strong>do</strong>s fundamentos da ‘poesia popular’,<br />
questões pelas quais tanto se apaixonaram o romantismo e o positivismo.<br />
Bibliografia<br />
al<strong>de</strong>a, M.A./Pulsoni, C. (2006), “Per la storia <strong>de</strong>l Cancioneiro da Ajuda: 1. Dalla<br />
sua compilazione a Ribeiro <strong>do</strong>s Santos”, La parola <strong>de</strong>l testo 10: 59-117.<br />
ferreira, Andra<strong>de</strong> J.M. (1875), Litteratura portugueza, Lisboa, Livraria editora<br />
<strong>de</strong> Mattos Moreira.<br />
anglés, H. (1964), La música <strong>de</strong> las Cantigas <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong>l Rey Alfonso el<br />
Sabio, Barcelona, Deputación Provincial.<br />
aramon i serra, R. (1997), “Problèmes d’histoire <strong>de</strong> la langue catalane”, in<br />
Id., Estudis <strong>de</strong> llengua i literatura. Prefaci i edició a cura <strong>de</strong> J. Carbonell,<br />
Barcelona, Institut d’Estudis Catalans :505-50.<br />
armisén, A. (1982), Estudio sobre la lengua <strong>de</strong> Boscán: la edición <strong>de</strong> 1543,<br />
Universidad <strong>de</strong> zaragoza – Libros Pórtico.<br />
askins, A. L-F. (1968), Cancioneiro <strong>de</strong> corte e <strong>de</strong> magnates. Ms. CXIV/2-2 da<br />
Biblioteca Pública e Arquivo Distrital <strong>de</strong> Évora, Berkeley & L.A., University<br />
of California Press.<br />
avalle-arCe, J.B. (2001), Macías: Trovas, Amor y Muerte, in Ocaña, A. C. coord.,<br />
Estudios galego-medievais, Santa Barbara (California): 177-88.<br />
132 Sobre uma polêmica <strong>no</strong> mesmo âmbito, aliás mais conhecida, veja-se Buescu<br />
1987; Ead. 1991. Foi Duarte Galvão que fixou, em 1505, a versão completa <strong>de</strong>sta narrativa,<br />
reproduzida, mais tar<strong>de</strong>, pela chamada historiografia alcobacense: justamente Bernar<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> Brito na sua Chronica <strong>de</strong> Cister (1602) e Fr. António Brandão na Terceira Parte da<br />
Monarquia Lusitana (Lisboa, INCM, 2008: fac-símil da ed. Pedro Craesbeck, 1632). Veja-se<br />
Silva 2001.