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O discurso acerca de los versos de Faria y Sousa no prólogo do ...

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O <strong>discurso</strong> <strong>acerca</strong> <strong>de</strong> <strong>los</strong> <strong>versos</strong> <strong>de</strong> <strong>Faria</strong> y <strong>Sousa</strong><br />

209<br />

2) as duas Cartas com as Canções atribuídas à Egas Moniz Coelho:<br />

<strong>de</strong> <strong>Faria</strong> y <strong>Sousa</strong>, que lhes tinha retoma<strong>do</strong> <strong>de</strong> Leitão <strong>de</strong> Andrada,<br />

elas passaram a Almeida Garrett, que <strong>de</strong>las fizera uma versão em<br />

língua portuguesa. Segun<strong>do</strong> Braga, Leitão <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> as atribuiu<br />

«gratuitamente a um cavaleiro da corte <strong>de</strong> D. Afonso Henriques»,<br />

visto que nem o esquema métrico nem a língua são atesta<strong>do</strong>s nas<br />

obras <strong>do</strong>s trova<strong>do</strong>res: sem dúvida alguma, remontam ao séc.XV;<br />

quanto à Egas Moniz, nele tem-se que reconhecer uma personagem<br />

<strong>do</strong> fim <strong>do</strong> séc.XIV, quem traiu D. João I passan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a<br />

causa <strong>de</strong> Castilha; 93<br />

3) A Canção <strong>do</strong> Figueral ou Trovas <strong>do</strong>s Figueire<strong>do</strong>s ou <strong>de</strong> Goesto Ansur,<br />

publicada pela primeira vez por Brito: segun<strong>do</strong> Braga, «<strong>de</strong>sprezadas<br />

as circunstâncias <strong>de</strong> que Frei Bernar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Brito cercou este cantar<br />

velho, e o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> Guesto Ansures, fica uma Canção bailada, ligada<br />

a um episódio da lenda <strong>de</strong> Tristão da <strong>no</strong>vela <strong>do</strong> século XIII e XIV.<br />

E po<strong>de</strong>mos mesmo consi<strong>de</strong>rá-la um Lai primitivo <strong>do</strong> perdi<strong>do</strong> texto<br />

<strong>do</strong> Tristão português». 94 Em seu Curso, Braga tinha igualmente<br />

afirma<strong>do</strong> que esta obra «é genuinamente popular», além <strong>do</strong> mais que<br />

«a forma métrica é semelhante à <strong>do</strong> romance <strong>de</strong> Ayras Nunes, <strong>do</strong><br />

século XIV, o que mais confirma a sua authenticida<strong>de</strong>». 95 Segun<strong>do</strong><br />

Michaëlis (Grundriss, pp. 165-67), quem contu<strong>do</strong>, se guarda <strong>de</strong>sta<br />

vez <strong>de</strong> subestimar os argumentos <strong>de</strong> Braga, esta obra é igualmente<br />

«eine Erfindung Brito’s»; em to<strong>do</strong> caso, ela remonta ao séc.XV, ou<br />

mais precisamente ao séc.XVI.<br />

O conjunto <strong>de</strong> objeções levantadas por Pedro Ribeiro, e sobretu<strong>do</strong> por<br />

Carolina Michaëlis, não ficaram sem eco, tanto é que apenas a Canção <strong>de</strong><br />

Hermigues escapa finalmente, como foi visto, à revisão <strong>de</strong> Teófilo Braga,<br />

na qual ele fez prova <strong>de</strong> toda sua erudição.<br />

93 Foi filho <strong>de</strong> Pedro Coelho e esposo <strong>de</strong> D. Maria Gonçalves Coutinho, filha <strong>de</strong><br />

Gonçalo Vaz Coutinho; está aqui a origem <strong>do</strong>s Con<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Marialva.<br />

94 Braga 2009: 250. «A lenda <strong>do</strong> Tributo das Donzelas, pago a Morhouet da Irlanda,<br />

foi transformada <strong>no</strong> Peito <strong>de</strong> Bur<strong>de</strong>lo que recebia Mauregato, servin<strong>do</strong> o milagre da sua<br />

libertação para fundamento <strong>do</strong> Censo ou Votos <strong>de</strong> São Tiago» (ibid.). Cf. Vasconcel<strong>los</strong> 1897:<br />

165 n. 6.<br />

95 Braga 2009: 140-41: «A confusão das circumstâncias da lenda com o monumento<br />

poético fez com que João Pedro Ribeiro duvidasse da sua authenticida<strong>de</strong>, sem <strong>no</strong>tar que as<br />

creações populares não se simulam, porque se ultrapassa sempre a sua ingenuida<strong>de</strong>».

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