J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita
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99 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />
condições necessárias, deixandose a mesa o mais livre possível do contato das<br />
pessoas, em plena luz, para que a suspeita de fraude se torne até mesmo ridícula,<br />
diante da evidência do fenômeno.<br />
As experiências malfeitas, por pessoas de boafé, que não tomam as devidas<br />
cautelas, é que dão motivo às suspeitas, de que se servem os adversários do<br />
Espiritismo. Na casa da Sra. Plainemaison o Prof. Rivail travou conhecimento com a<br />
família Baudin, e passou a frequentar as sessões semanais que o Sr. Baudin realizava<br />
em sua residência, à rua Rocheehouart. As médiuns eram duas meninas, filhas do<br />
dono da casa, Julie e Caroline Baudin, de 14 e 16 anos, respectivamente. As<br />
reuniões eram frívolas, e Kardec as define assim: “A curiosidade e o divertimento<br />
eram os objetivos capitais de todos”. O espírito que presidia os trabalhos dava o<br />
nome simbólico de Zéfiro, “nome perfeitamente de acordo com o seu caráter e o da<br />
reunião”, dizem as notas. Não obstante, mostravase bondoso e diziase protetor da<br />
família. Kardec acrescenta: “Se, com frequência, fazia rir, também sabia, quando<br />
necessário, dar conselhos ponderados e utilizar, quando havia ensejo, o epigrama,<br />
espirituoso e mordaz”.<br />
O Prof. Rivail não comparecia às reuniões com o objetivo frívolo de<br />
divertirse. Queria observar os fenômenos e tirar as suas deduções. Bastou a sua<br />
presença, para que o teor das reuniões se modificasse. Submetido a perguntas sérias,<br />
Zéfiro mostrouse capaz de respondêlas, senão por si mesmo, pelo menos<br />
assessorado por outras entidades. Vejamos, pelas suas próprias anotações, como<br />
Kardec conseguiu fazer que a dança das mesas e a própria dança da cesta se<br />
transformassem, de coisas aparentemente insignificantes, nos instrumentos de<br />
transmissão da poderosa mensagem espiritual que o mundo recebeu, no<br />
cumprimento da promessa messiânica do Cristo: “Foi nessas reuniões — dizem as<br />
notas — que comecei os meus estudos sérios de Espiritismo, menos por meio de<br />
revelações, do que de observações. Apliquei a essa nova ciência, como o fizera até<br />
então, o método experimental. Observava cuidadosamente, comparava, deduzia<br />
consequências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo<br />
encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão<br />
quando resolvia todas as dificuldades da questão. Foi assim que procedi sempre, em<br />
meus trabalhos anteriores, desde a idade entre 15 e 16 anos”.<br />
2 A mensagem da cesta<br />
A revelação mosaica, lendariamente ou não, nasceu de uma cesta — a<br />
cestinha de vime em que a princesa egípcia encontrou Moisés nas águas do Nilo —<br />
e a revelação cristã, das palhas de uma manjedoura. Da mesma maneira, podemos<br />
dizer que a revelação espírita nasceu da cestadebico ou cestaescrevente. Se nos