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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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98 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

posição dos incrédulos de hoje — anotaria Kardec mais tarde — que negam, apenas<br />

por não ter visto, um fato que não compreendem”. Logo mais, anotaria ainda:<br />

“Achava­me diante de um fato inexplicado, aparentemente contrário às leis da<br />

natureza, e que a minha razão repelia. Ainda nada vira, nem observara. As<br />

experiências realizadas na presença de pessoas honradas, dignas de fé, confirmavam<br />

a minha opinião, quanto à possibilidade de um efeito puramente material. A ideia,<br />

porém, de uma mesa­falante, ainda não me entrara na mente”.<br />

Como se vê, os materialistas que hoje negam os fenômenos espíritas, sem<br />

estudá­los, e querem tudo atribuir a efeitos materiais, nada fazem de novo. O próprio<br />

Kardec procedeu assim, quando esses mesmos fenômenos exigiram a sua atenção.<br />

No ano seguinte, em 1855, o Sr. Carlotti falou ao Prof. Rivail dos mesmos<br />

fenômenos, com grande entusiasmo. Kardec anota, a respeito: “Ele era corso, de<br />

temperamento ardoroso e enérgico, e eu sempre lhe apreciara as qualidades que<br />

distinguem uma grande e bela alma, porém, desconfiava da sua exaltação. Foi o<br />

primeiro a me falar da intervenção dos espíritos, e me contou tantas coisas<br />

surpreendentes que, longe de me convencer, aumentou­me as dúvidas. Um dia o<br />

senhor será dos nossos, concluiu. Não direi que não, respondi­lhe: veremos isso<br />

mais tarde”.<br />

Em princípios de maio de 1855, em companhia do magnetizador Fortier, o<br />

Prof. Rivail dirigiu­se à casa da sonâmbula Madame Roger, onde foi convidado pelo<br />

Sr. Fortier para assistir as reuniões que se realizavam na residência da Sra.<br />

Plainemaison, à rua Grange Batelière. Numa terça­feira de maio, às 20 horas<br />

(infelizmente o lugar do dia ficou em branco nas anotações), teve oportunidade de<br />

assistir “a alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia,<br />

com o auxílio de uma cesta”. É o antigo processo da cesta de bico, ou seja, uma<br />

cestinha com um lápis amarrado ao lado, pendurada sobre a mesa, e em cujas bordas<br />

os médiuns colocavam as mãos, produzindo a escrita. Viu também, pela primeira<br />

vez, a dança das mesas, que descreveu nestes termos: “Presenciei o fenômeno das<br />

mesas, que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não havia lugar para<br />

qualquer dúvida”. Acentuemos que esta expressão de Kardec: “não havia lugar para<br />

qualquer dúvida” é de grande importância, dado o seu rigoroso critério de<br />

observação. Algumas pessoas contrárias ao Espiritismo, entre as quais se destacam<br />

vários sacerdotes hipnotizadores, esforçam­se até hoje para demonstrar que a dança<br />

das mesas é produto de fraude ou mistificação.<br />

Quem tiver a oportunidade de assistir a uma experiência desse tipo, numa<br />

sala, com pessoas amigas ou insuspeitas — e elas podem ser feitas em qualquer<br />

lugar, desde que em ambiente tranquilo e sadio — verificará sem dificuldades que a<br />

fraude é impossível. A mesa se move por si, muitas vezes com violência, chegando<br />

mesmo a levitar, erguer­se no espaço, sem contato ou apenas com um leve contato<br />

das mãos. Basta que exista um médium de efeitos físicos, e que se observem as

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