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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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94 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

um século a mais, na vida espiritual, o que justifica o avanço de Davis sobre a<br />

doutrina daquele. A posição de Davis se esclarece por si mesma.<br />

É o próprio Davis quem se coloca no limiar daquilo que podemos chamar a<br />

“era espírita”, ou, dentro da terminologia que adotamos, o “horizonte espiritual”. Ele<br />

não se arroga o título de Messias, mas reconhece, pelo contrário, a sua condição de<br />

instrumento mediúnico, a serviço de espíritos superiores, que o dirigem e<br />

esclarecem. Bastaria isso para nos mostrar a impossibilidade de se transformar Davis<br />

em fundador de um "espiritismo americano", diferente ou contrário ao “espiritismo<br />

europeu” Da mesma maneira, aquilo que chamamos “espiritismo anglo­saxão”, em<br />

oposição ao “espiritismo latino”, nada mais é que uma fase do desenvolvimento<br />

histórico do processo espírita. Esse imenso processo abrange todo o mundo<br />

civilizado, mas tem suas raízes nos mais remotos períodos da vida pré­civilizada ou<br />

pré­histórica. Na verdade, portanto, abrange a toda a vida humana na terra, desde os<br />

seus primórdios.<br />

A revelação espírita, como afirmou Kardec, é progressiva. Até agora<br />

desenvolveu­se por etapas bem definidas, que podemos estudar em seus vários<br />

aspectos, nas diversas regiões do mundo, em diferentes áreas da civilização mundial.<br />

Daqui para diante, essas etapas tendem a fundir­se num todo. O estudo que tentamos<br />

fazer, das “antecipações doutrinárias”, ou seja, das formulações de doutrinas<br />

espirituais que podem ser consideradas precursoras do Espiritismo, mostram uma<br />

linha evolutiva que se define, através dos princípios afins e progressivos, num<br />

sentido único: o da revelação do mundo espiritual de maneira positiva e natural.<br />

Quer dizer, a revelação de outra face da vida e do mundo, que não é sobrenatural,<br />

mas natural, pois também faz parte da natureza. Essa revelação se completa em<br />

Kardec, mas teve início em Swedenborg e desenvolveu­se amplamente com Jackson<br />

Davis.<br />

4 – Das antecipações às correlações<br />

A revelação do mundo espiritual, em seu verdadeiro sentido, ou seja, como<br />

“o outro lado da vida” ou “a outra face da natureza”, só poderia ser feita, como o<br />

demonstrou Kardec em A GÊNESE, depois do desenvolvimento científico. Antes que<br />

o homem assumisse o que se pode chamar “uma atitude científica”, diante da<br />

natureza, o mundo espiritual só poderia ser encarado como algo misterioso, e<br />

portanto sobrenatural. Ainda em Swedenborg a atitude mística é dominante, e<br />

mesmo em Davis ela impera, não obstante a maior naturalidade com que o mundo<br />

espiritual lhe é apresentado. Entretanto, Swedenborg era um sábio, um homem<br />

dedicado a estudos científicos, o que mostra a dificuldade com que a mente humana<br />

se desapega de suas posições anteriores.

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