J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita
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93 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />
Mas Davis não está ligado apenas a Swedenborg. Ele se apresenta, na História do<br />
Espiritismo, como um poderoso elo mediúnico, que sustenta a unidade do processo<br />
doutrinário. No passado, ele se liga com o vidente sueco, mas no futuro vai ligarse<br />
com as irmãs Fox e Kardec. Quatro anos depois do encontro com Swedenborg,<br />
vemolo escrever no seu diário as anotações referentes à voz que lhe anuncia os<br />
fatos de Hydesville. Ora, como estes fatos se ligam diretamente ao trabalho de<br />
Kardec, Davis também se liga a esse trabalho.<br />
A falta de visão de conjunto tem levado muitas pessoas a considerarem<br />
Davis um caso à parte. Chegouse mesmo a propor a tese da existência de um<br />
“espiritismo americano”, iniciado por Davis, em oposição ao “espiritismo europeu”<br />
de Allan Kardec. Mas os fatos históricos e as ligações mediúnicas são de tal ordem,<br />
que todas essas proposições nasceram condenadas ao olvido. A unidade do processo<br />
histórico se evidencia nas poderosas ligações espirituais dos fatos mediúnicos. Davis<br />
é um elo, jamais um caso isolado, pois a humanidade é una, e a fase das revelações<br />
parciais já ficou muito para trás.<br />
A série de livros de Davis, intitulada “Filosofia Harmônica”, teve mais de<br />
quarenta edições nos Estados Unidos. A esta série seguiuse, nos anos finais da vida<br />
de Davis, a das “Revelações Divinas da Natureza”. Num dos seus livros, intitulado<br />
PRINCÍPIOS DA NATUREZA, ele prevê o aparecimento do Espiritismo, como<br />
“doutrina e prática mediúnica”. Depois de acentuar que as comunicações espirituais<br />
se generalizarão, declara: “Não decorrerá muito tempo para que essa verdade seja<br />
demonstrada de maneira viva. E o mundo saudará alegremente o alvorecer dessa era,<br />
enquanto o íntimo dos homens se abrirá, para estabelecer a comunicação espiritual,<br />
como a desfrutam os habitantes de Marte, Júpiter e Saturno”.<br />
Além dessas previsões, Davis desenvolve a doutrina de Swedenborg,<br />
estendendo os seus princípios nos rumos da próxima codificação. O mundo<br />
espiritual se lhe apresenta com a mesma nitidez com que o vidente sueco o<br />
descrevia, e sujeito às mesmas leis de evolução que o Espiritismo afirmará mais<br />
tarde. Ninguém melhor do que Conan Doyle para estabelecer a medida em que<br />
Davis avança sobre Swedenborg, caminhando decisivamente em direção de Kardec.<br />
Vejamos o que diz o grande escritor: “Davis tinha avançado além de Swedenborg,<br />
embora não dispusesse do equipamento mental deste, para abranger todo o alcance<br />
da mensagem. Swedenborg vira o céu e o inferno, como Davis também os vira e<br />
minuciosamente os descrevera. Mas Swedenborg não tivera uma visão clara da<br />
situação dos mortos e da verdadeira natureza do mundo espiritual, com a<br />
possibilidade de retorno, como ao vidente americano foi revelado. Esse<br />
conhecimento foi dado a Davis lentamente”. Acrescenta Conan Doyle que, ao se<br />
considerarem alguns fatos da vida de Davis, que são inegáveis, podese admitir o<br />
controle de Swedenborg sobre ele. Controle de um Swedenborg evoluído, que vivera