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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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9 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

sua natureza­sintética; e de outro, ainda, os preconceitos culturais levantam<br />

numerosas objeções aos seus princípios.<br />

No capítulo primeiro de A GÊNESE, número XVIII, Kardec explica que o<br />

Espiritismo, do ponto de vista científico, tem por objeto um dos dois elementos<br />

constitutivos do universo, que é o espírito. O outro elemento é a matéria. Como<br />

ambos se entrelaçam, para a constituição do todo universal, o Espiritismo “toca<br />

forçosamente na maioria das ciências”, ou seja, está necessariamente ligado ao<br />

desenvolvimento das ciências. Assim sendo, esclarece o codificador: “Ele não<br />

poderia aparecer senão depois da elaboração delas, e surgiu por força das coisas, da<br />

impossibilidade de tudo explicar­se somente com a ajuda das leis da matéria”. Léon<br />

Denis, sucessor e continuador de Kardec, observa em seu livro LE GENIE CELTIQUE<br />

ET LE MONDE INVISIBLE, o seguinte: “Pode dizer­se que a obra do Espiritismo é<br />

dupla: no plano terreno, ela tende a reunir e a fundir, numa síntese grandiosa, todas<br />

as formas, até aqui dispersas e muitas vezes contraditórias, do pensamento e da<br />

ciência. Num plano mais amplo, une o visível e o invisível, essas duas formas da<br />

vida, que, na realidade, se interpenetram e se completam, desde o princípio das<br />

coisas”. Logo a seguir, como prevenindo a objeção de dualismo que se poderia<br />

fazer, Denis acentua: “No seu desenvolvimento, ele demonstra que o nosso mundo e<br />

o Lado­de­Lá não estão separados, mas entrosados um no outro, constituindo assim<br />

um todo harmônico”.<br />

Os estudantes de Espiritismo sabem que muitos outros trechos, tanto de<br />

Kardec quanto dos seus seguidores, podem ser citados, para se afirmar a tese da<br />

natureza sintética da doutrina, bem como a sua posição, de última fase do processo<br />

do conhecimento. Lembramos particularmente a definição da doutrina em O QUE É<br />

O ESPIRITISMO, de Kardec, sobre a qual voltaremos mais tarde. Basta­nos, no<br />

momento, esta colocação do problema, para justificar a nossa tentativa de oferecer<br />

uma visão histórica do desenvolvimento espiritual do homem, como a forma mais<br />

apropriada de introdução ao estudo da doutrina.<br />

Foi o próprio Kardec quem criou a disciplina que procuramos desenvolver<br />

neste curso, tanto com a INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA, que<br />

abre O LIVRO DOS ESPÍRITOS, quanto com o PRINCIPIANTE ESPÍRITA. O nosso<br />

curso não dispensa, antes requer o estudo desses trabalhos do codificador. Mas é<br />

evidente que a introdução a qualquer ramo do conhecimento, como explica o<br />

filósofo Julián Marias, no caso particular da Introdução à Filosofia, exige sempre<br />

novas perspectivas, de acordo com o fluir do tempo. A introdução, diz Marias, é o<br />

“agora”, o circunstancial, o ato de introduzir alguém em alguma coisa. Essa alguma<br />

coisa, seja a Filosofia ou seja o Espiritismo, é uma realidade histórica, uma coisa<br />

que existe de maneira concreta. Sendo o Espiritismo uma realidade histórica,<br />

afirmada pelo codificador e seus sucessores, tem ele o seu passado e o seu presente,<br />

como terá o seu futuro.

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