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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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86 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

encarados como deuses ou demônios, mas como seres humanos desprovidos de<br />

corpo material.<br />

4 – Uma invasão organizada<br />

A volta do homem à natureza, após o domínio do convencionalismo<br />

medieval, começou pelo exterior, mas tinha de atingir o interior. A observação dos<br />

fenômenos físicos, revelando as leis do mundo material, levaria necessariamente ao<br />

encontro dos fenômenos psíquicos. O caso das Irmãs Fox, em Hydesville, EUA.,<br />

oferece­nos um exemplo típico desse processo. Primeiro, os “raps”, os sinais físicos,<br />

materiais, que suscitaram a atenção e a investigação de curiosos e homens de<br />

cultura. Depois, o intercâmbio, através dos sinais físicos, com as entidades psíquicas<br />

que os provocavam. Desde bem antes de Hydesville, os Espíritos já vinham<br />

provocando preocupações em toda parte.<br />

Ernesto Bozzano conta o caso de Jonathan Koons, que construiu no quintal<br />

de sua casa uma câmara espírita. Ao contrário das celas conventuais, esta câmara<br />

não antecipava nenhuma tortura. Construída na América, filha da Reforma, em<br />

ambiente livre, a câmara espírita de Koons prenunciava o advento de uma nova era.<br />

Comparando as ocorrências mediúnicas da Idade Média com as dos séculos dezoito<br />

e dezenove, Conan Doyle chama á estas últimas de “uma invasão organizada”. No<br />

período medieval, e mesmo depois, as manifestações não seguiam uma diretriz<br />

segura. Os médiuns foram sacrificados aos milhares, inutilmente. Daí sua conclusão<br />

de que eram Espíritos “extraviados de uma esfera qualquer'”.<br />

Nos dois últimos séculos, pelo contrário, as manifestações parecem seguir<br />

um grande plano, articuladas entre si. De Swedenborg, cuja mediunidade se<br />

desenvolve em 1744, a Edward Irving, o pastor escocês, em cuja igreja se verifica,<br />

em 1831, um surto alarmante do dom de línguas, até o episódio curioso dos<br />

“shakers”, na Califórnia, em 1837, e depois o caso de Hydesville, há toda uma<br />

sequência de manifestações, que prepararam o advento do Espiritismo. Conan Doyle<br />

chega mesmo a notar que a invasão é precedida dos “batedores”, das patrulhas de<br />

reconhecimento ou de preparação do terreno. O caso dos “shakers” justifica essa<br />

tese. Eram emigrados ingleses de uma seita protestante, que se localizaram na<br />

Califórnia. Nada menos de sessenta grupos, formando um grande acampamento, que<br />

em 1837 foram surpreendidos por uma invasão de espíritos. Estes penetravam nas<br />

casas e se apossavam dos médiuns, promovendo ruidosas manifestações, que<br />

duraram sete anos consecutivos. Manifestavam­se como índios pele­vermelha, e<br />

enquanto demonstravam aos “shakers” a possibilidade do intercâmbio com o mundo<br />

espiritual, eram por estes evangelizados. Entre os “shakers” havia um homem culto,<br />

Mr. Elder Evans, que relatou os fatos. Certo dia, os índios anunciaram que iam

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