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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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81 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

demasiado complexo, apoiado em complexas formulações teológicas, em minuciosa<br />

racionalização teórica. O quinto passo, aquele que estamos dando no momento,<br />

através do Espiritismo, é o da volta à liberdade primitiva, com o rompimento dos<br />

formalismos religiosos de qualquer espécie.<br />

Quando o Cristo anunciou, à mulher samaritana, que um dia os verdadeiros<br />

adoradores de Deus o adorariam em espírito e verdade, sem necessidade de se<br />

dirigirem ao Templo de Jerusalém ou ao Monte Garazin, nada mais fez do que<br />

prever a sequência do desenvolvimento histórico do processo religioso. O Cristo<br />

sabia, não em virtude de poderes misteriosos, mas em consequência de sua natural<br />

elevação espiritual, que a evolução religiosa levaria o homem à libertação dos<br />

formalismos asfixiantes do culto exterior. Sabia também, como os grandes filósofos<br />

do passado sabiam outras muitas coisas, que o seu próprio ensino seria formalizado,<br />

asfixiado nas formas do culto, deturpado, para afinal ser libertado e restabelecido.<br />

Vemos assim que o Espiritismo, ao apresentar­se, na forma de Consolador<br />

Prometido, de Espírito da Verdade, de Paráclito anunciado pelo Cristo, não precisa<br />

de justificações teológicas ou formais. Sua justificação está no próprio<br />

desenvolvimento do processo histórico da evolução religiosa. Conforme ao símbolo<br />

hindu da evolução, que a Sociedade Teosófica adotou no seu emblema, — uma<br />

cobra em círculo, mordendo a ponta da cauda — o Espiritismo volta à liberdade de<br />

relações mediúnicas da era primitiva, enriquecido com a experiência, e o<br />

conhecimento das leis espirituais. O que leva os religiosos formalistas a não<br />

aceitarem o Espiritismo como o Consolador é o preconceito formal, esse mesmo<br />

preconceito que levou os judeus formalistas a rejeitarem o Cristo como Messias. Se<br />

esses religiosos conseguissem compreender o processo religioso em sua estrutura<br />

cíclica de evolução, não se perderiam em dúvidas de natureza mística, diante de uma<br />

realidade natural e historicamente evidente.<br />

As relações mediúnicas naturais da era primitiva, quando homens e<br />

espíritos conviviam na natureza, eram possíveis diante da naturalidade da mente<br />

primitiva. Mas a evolução é um processo de enriquecimento. Os homens, ao se<br />

civilizarem, complicaram sua mente, perderam­se no Dédalo dos raciocínios e das<br />

suposições, afastaram­se da naturalidade primitiva. Os espíritos, identificados como<br />

seres de outra espécie, assumiram, cada vez mais, papel misterioso no quadro da<br />

natureza. Tudo isso era necessário, pois a evolução exige a sequência de etapas que<br />

vimos acima. Uma vez, porém, enriquecida a mente, desenvolvida em seus poderes<br />

de abstração e de penetração, o homem pode voltar, com conhecimento das leis<br />

naturais, à naturalidade primitiva. É por isso que, no Espiritismo, as relações entre<br />

homens e espíritos se processam com naturalidade, livres das complicações já agora<br />

inúteis do culto, do formalismo religioso.

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