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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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8 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

PRELIMINARES<br />

Um século após a codificação do Espiritismo por Allan Kardec, reina ainda<br />

grande incompreensão a respeito da doutrina, de sua própria natureza e de sua<br />

finalidade. A codificação, entretanto, foi elaborada em linguagem clara, precisa,<br />

sensível a todos. A lucidez natural do espírito francês, Kardec juntava a sua vocação<br />

e a sua experiência pedagógicas, além da compreensão de tratar com matéria<br />

sumamente complexa. Vemo­lo afirmar, a cada passo, que desejava escrever de<br />

maneira a não deixar margem para interpretações, ou seja, para divergências<br />

interpretativas. Qual o motivo, então, por que os próprios adeptos do Espiritismo,<br />

ainda hoje, divergem, no tocante a questões doutrinárias de importância? E qual o<br />

motivo por que os não­espíritas continuam a tratar o Espiritismo com a maior<br />

incompreensão? Note­se que não nos referimos a adversários, pois estes têm a sua<br />

razão, mas aos “não­espíritas”. Parece­nos que a explicação, para os dois casos, é a<br />

mesma. O Espiritismo é uma doutrina do futuro. À maneira do Cristianismo, abre<br />

caminho no mundo, enfrentando a incompreensão de adeptos e não­adeptos. Em<br />

primeiro lugar, há o problema da posição da doutrina. Uns a encaram como<br />

sistematização de velhas superstições; outros, como tentativa frustrada de elaboração<br />

científica; outros, como ciência infusa, não organizada; outros ainda, como esboço<br />

impreciso de filosofia religiosa; outros, como mais uma seita, entre as muitas seitas<br />

religiosas do mundo.<br />

Para a maioria de adeptos e não­adeptos, o Espiritismo se apresenta como<br />

simples “crença”, espécie de religião e superstição, ao mesmo tempo, eivada de<br />

resíduos mágicos. Ao contrário de tudo isso, porém, o Espiritismo, segundo a<br />

definição de Kardec e dos seus principais continuadores, constitui a última fase do<br />

processo do conhecimento. Última, não no sentido de fase final, mas da que o<br />

homem pôde atingir até agora, na sua lenta evolução através do tempo. É evidente<br />

que se trata do conhecimento em sentido geral, não limitado a um determinado<br />

aspecto, não especializado. Nesse sentido geral, o Espiritismo aparece como uma<br />

síntese dos esforços humanos para compreensão do mundo e da vida. Justifica­se,<br />

assim, que haja dificuldade para a sua compreensão, apesar da clareza da estrutura<br />

doutrinária da codificação. De um lado, o povo não pode abarcá­lo na sua totalidade,<br />

contentando­se com o seu aspecto religioso; de outro, os especialistas não admitem a

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