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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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58 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

Evangelho de João, a vinda do Consolador, do Paráclito, do Espírito da Verdade,<br />

incumbido de restabelecer a pureza da seara, separando o joio do trigo. O horizonte<br />

espiritual se abre em espirais crescentes sobre o mundo: primeiro, num círculo<br />

restrito de apóstolos e adeptos, oferece o modelo de uma nova ordem; depois,<br />

espalha­se pela terra, modificando as consciências, mas comprometendo­se com os<br />

elementos da velha ordem; por fim, domina o mundo, mas impregnado das heranças<br />

mitológicas; e só então consegue romper as perspectivas apocalípticas de “um novo<br />

céu e uma nova terra”, através da Reforma e do Espiritismo. Quando os homens<br />

atingiram o nível necessário de conhecimentos, para voltarem à verdadeira<br />

concepção cristã, tomando­se capazes de compreender o que o Cristo havia ensinado<br />

e o que não pudera ensinar na sua época, segundo as suas próprias palavras, então a<br />

revolta sacudiu a Igreja e o Espírito derramou­se fartamente sobre toda a carne.<br />

Lutero encarnou a luta contra o paganismo idólatra que invadira, como<br />

terrível joio, a seara cristã. Combateu corajosamente o comércio de indulgências.<br />

Reclamou e impôs a volta a Cristo e aos textos esquecidos do seu Evangelho. Mas<br />

depois de Lutero viria o Espírito da Verdade, para impor o retorno não somente à<br />

letra, aos textos, e sim ao próprio espírito do Evangelho, à essência espiritual do<br />

Cristianismo. E Kardec iniciaria o grande movimento doutrinário de<br />

restabelecimento do ensino de Jesus, sob a égide da Falange do Espírito da Verdade.<br />

É por isso que vemos, na propagação do Espiritismo, repetirem­se os milagres da fé<br />

e da coragem dos cristãos primitivos. Completa­se, com a era do Consolador, o ciclo<br />

espiritual iniciado há dois mil anos, pelo próprio Cristo. Os mártires se entregavam<br />

às chamas e às feras, porque sabiam existir uma realidade supraterrena, e não apenas<br />

por crerem nessa realidade. Entre os espíritas, veremos a mesma coisa. O escritor<br />

inglês Denis Bradley conclui o seu livro, RUMO ÀS ESTRELAS, declarando<br />

peremptoriamente: “Eu não creio. Eu sei”. É essa convicção poderosa, resultante do<br />

desenvolvimento da mediunidade positiva, que faz o movimento espírita enfrentar<br />

todas as forças organizadas do mundo, desde o púlpito até à cátedra, para sustentar<br />

uma nova concepção da vida e do mundo. Kardec explica, em A GÊNESE, capítulo<br />

primeiro, por que o Espiritismo só poderia surgir em meados do século dezenove,<br />

depois da longa fermentação dos princípios cristãos da Idade Média e do<br />

desenvolvimento das ciências na Renascença. Escreveu ele: “O Espiritismo, tendo<br />

por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca<br />

forçosamente na maioria das ciências. Só poderia, pois, aparecer, depois da<br />

elaboração delas. Nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo<br />

explicar­se apenas pelas leis da matéria”. Como se vê, da conjugação dos elementos<br />

materiais e espirituais, em evolução simultânea, resulta o clima que permite ao<br />

mundo atingir a plenitude do horizonte espiritual, onde a mediunidade positiva se<br />

torna a fonte de esclarecimento e orientação dos problemas do espírito. Graças a ela,<br />

o homem se emancipa da tutela dos ritos e cultos primitivos.

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