20.04.2013 Views

J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

3 – Inteligência finita<br />

55 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

Procuremos aprofundar o tema da inteligência finita em relação com a<br />

Inteligência Suprema ou infinita. As mais antigas concepções religiosas, do Oriente<br />

e do Ocidente — como o Vedismo indiano ou Druidismo gaulês — mostram­se<br />

impregnadas de emanatismo. As almas humanas são apresentadas como emanações<br />

da Divindade. A inteligência finita do homem nada mais é que uma centelha da<br />

Inteligência Suprema, que dela provém e a ela voltará. Ainda hoje, no meio espírita<br />

e nos meios espiritualistas mais diversos, essa concepção encontra defensores, e não<br />

raro é apresentada corno novidade. Há mesmo quem pretenda, com ela, superar a<br />

concepção espírita ou “melhorá­la”, afirmando que somente o emanatismo pode dar<br />

explicação cabal do processo da Criação.<br />

O Espiritismo, entretanto, não pretende dar explicações cabais, definitivas e<br />

absolutas. Seu objetivo é a penetração gradual no desconhecido, que a razão humana<br />

não pode tomar de assalto. Por isso mesmo, sua posição é científica, como<br />

assinalava Kardec, não religiosa ou mística, ao tratar dos problemas fundamentais da<br />

vida humana. Concebido como inteligência finita, o homem não se apresenta no<br />

Espiritismo como emanação de Deus, mas como sua criação. Se fosse emanação,<br />

seria parte do próprio Deus. Sendo criação, é obra de Deus.<br />

No capítulo primeiro da segunda parte de O LIVRO DOS ESPÍRITOS<br />

encontramos a pergunta 77, assim formulada: “Os Espíritos são seres distintos da<br />

Divindade, ou não seriam mais do que emanações ou porções da Divindade, por essa<br />

razão chamados filhos de Deus?” E a resposta é clara e incisiva: “Meu Deus! São<br />

obra sua, precisamente como acontece com um homem que faz uma máquina. Esta é<br />

obra do homem, e não ele mesmo. Sabes que o homem, quando faz uma coisa bela e<br />

útil, chama­a sua filha, sua criação. Dá­se o mesmo com Deus. Nós somos seus<br />

filhos, porque somos sua obra”. Num capítulo anterior, o primeiro da parte primeira<br />

do livro, encontramos, na pergunta inúmero 10, a explicação de que o homem não<br />

pode compreender a natureza íntima de Deus, porque: “para tanto, falta­lhe um<br />

sentido”" Somente com a evolução, esclarece o livro, o homem desenvolverá esse<br />

sentido, aproximando­se gradativamente do conhecimento de Deus. A inteligência<br />

finita é, portanto, uma criação da Inteligência Suprema. Criação universal, a que<br />

Deus concedeu, por toda parte, a mesma natureza.<br />

Como essa natureza é essencialmente evolutiva, a inteligência finita, em<br />

todo o universo, avança para Deus, através de uma incessante expansão de suas<br />

faculdades, de um contínuo aprimoramento de si mesma. Aristóteles já notara esse<br />

movimento ascensional Ias coisas e dos seres, colocando o seu Deus na<br />

impassibilidade de um ímã universal, que a tudo e a todos atrai, “como a criatura<br />

amada atrai o amante”. Esta segunda nota da fuga musical a que Dilthey se refere, e<br />

que interpretamos aqui à luz do Espiritismo, constitui uma das características

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!