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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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52 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

o oráculo ou o pagé, mas o médium, ou seja, o indivíduo humano que se tornou<br />

capaz de servir de intermediário entre seres espirituais e carnais, ambos da mesma<br />

natureza. Rosma, o mascate, morto na casinha de Hydesville, transcende sua<br />

condição material humana, mas continua humano no plano espiritual. De mascate,<br />

passa a espírito, e como espírito se comunica, graças à mediunidade das meninas da<br />

família Fox. Já não estamos mais no plano místico e misterioso do mediunismo, mas<br />

no plano científico, racional, da mediunidade positiva.<br />

Vemos assim que o aparecimento do horizonte espiritual é uma decorrência<br />

natural da evolução mediúnica. Mas vemos também, como assinala Kardec em A<br />

GÊNESE, que essa evolução se realiza num contexto histórico, juntamente com a<br />

evolução mental, moral e espiritual do homem, no processo de desenvolvimento<br />

econômico­social da humanidade. Sem o desenvolvimento científico, assinala<br />

Kardec, não se criaria no mundo o clima necessário à compreensão do Espiritismo:<br />

Quando tratamos, pois, de mediunidade positiva, não fazemos abstração das<br />

condições históricas que propiciaram o seu aparecimento. Temos. de encarar o<br />

problema no seu contexto, para bem compreendê­lo. A transcendência humana que<br />

caracteriza o horizonte espiritual não significa, por isso mesmo, uma fuga ou uma<br />

deserção das condições humanas. Pelo contrário, significa o aparecimento dessas<br />

condições, permitindo a superação da animalidade e a transferência do homem para<br />

o plano antigamente reservado às divindades, fossem elas benéficas ou maléficas.<br />

Por outro lado, essa superação não representa um passe de mágica, um fato<br />

sobrenatural, uma descontinuidade no processo histórico, mas o seu prosseguimento<br />

natural. Tornar­se divino é o próprio destino do homem. O divino, como já<br />

dissemos, é aquilo que está acima do humano, assim como o humano é o que está<br />

acima do animal. Deste ao homem há a distância de uma superação, mas essa<br />

distância não é vazia. Do homem ao divino há também uma distância, que se<br />

prolonga através de fases evolutivas bem definidas.<br />

Podemos falar, lembrando Einstein, de um continuum do processo<br />

evolutivo, englobando matéria e espírito. Porque nesse processo não há solução de<br />

continuidade. Já vimos as fases evolutivas inferiores, em que o homem sobe, pouco<br />

a pouco, do plano biológico para o social e deste para o profético e o espiritual. Mas<br />

nos dois últimos, o profético e o espiritual, já se iniciam as fases evolutivas<br />

superiores. Veremos como essas fases se definem no plano mental, ao analisarmos a<br />

série de concepções que constituem, no seu conjunto, o processo de transcendência<br />

cio horizonte espiritual. É pelo pensamento que o homem se eleva, supera as<br />

condições da vida humana no plano físico, atingindo as possibilidades de<br />

sublimação humana no plano espiritual. Ortiga y Gasset definia o homem como um<br />

drama. Nada nos oferece melhor visão desse drama, em sua extensão e em sua<br />

profundidade, do que o estudo da evolução humana à luz dos princípios espíritas.

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