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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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21 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

correspondência entre as duas forças. Os selvagens polinésicos diziam, como já<br />

referimos, que o ectoplasma humano é produzido pela mente. O Prof. Geley afirma,<br />

por sua vez, que os Espíritos, nas sessões experimentais realizadas por ele e outros<br />

cientistas, na Europa e na América, agiam sobre o cérebro dos médiuns e dos<br />

participantes da reunião, para provocar a emanação do ectoplasma.<br />

A observação vulgar dos selvagens, traduzindo uma simples opinião,<br />

coincide, assim, com a observação científica de Geley. Como em tantos outros<br />

casos; a ciência confirma, dessa maneira, um conhecimento vulgar, adquirido na<br />

experiência comum. Provocada a emanação, o ectoplasma gira em torno dos<br />

assistentes, flui em redor do grupo, aumentando pouco a pouco sua intensidade e sua<br />

força, para a final se dirigir ao médium. Liga­se ao sistema nervoso deste, formando<br />

aquilo que Geley considera “um suprimento”. É graças a este “suprimento” que os<br />

Espíritos, chamados por Geley de “operadores”, conseguem produzir, em seguida,<br />

os vários fenômenos de levitação, movimento de objetos e materialização. A teoria<br />

científica do “suprimento” de ectoplasma corresponde também à “superstição”<br />

polinésica de acumulação ou armazenamento de mana ou orenda, para operações<br />

mágicas posteriores.<br />

Resta acentuar que o processo de seleção do médium e de realização de<br />

sessões é praticamente o mesmo, entre selvagens e civilizados. Bozzano explica que<br />

os selvagens se utilizam de indivíduos sensitivos, depois de prová­los quanto a essa<br />

qualidade, e realizam suas sessões à noite ou ao entardecer, evitando a luz excessiva<br />

do sol. Freedom Long chega a pormenores curiosos. Os selvagens se dispõem ao<br />

redor de uma pequena cabana de palhas, para cantar e dançar, ao entardecer. O<br />

médium fica no interior da cabana. Esta corresponde, como vemos, à cabina<br />

mediúnica das experiências científicas, onde o médium se livra da incidência da luz<br />

na sala de sessões. As experiências de Crookes, por exemplo, feitas a plena luz, com<br />

as famosas materializações de Katie King, eram desse tipo. A médium ficava num<br />

gabinete ou cabina, onde se processa a elaboração ectoplásmica. Só depois de<br />

materializado, o espírito sai para a sala iluminada. Os fenômenos produzidos nas<br />

selvas são naturalmente mais grosseiros, violentos e fortes, que os produzidos nas<br />

experiências científicas. Isso se explica pela qualidade mental dos assistentes, do<br />

próprio médium, e consequentemente dos “operadores” ou espíritos que atuam no<br />

meio selvagem. Os fenômenos do meio civilizado são mais sutis, revestindo­se, por<br />

vezes, de inegável harmonia e beleza, como ocorria nas materializações de Katie<br />

King, com Crookes, e nas famosas sessões com o médium Douglas Home, onde<br />

havia encantadoras materializações de mãos. As mãos grosseiras da selva, porém, e<br />

as delicadas mãos inglesas das sessões de Home, revelam a mesma coisa: a<br />

sobrevivência do homem após a morte do corpo e a possibilidade de comunicação<br />

entre encarnados e desencarnados. As mãos produzidas por mana ou orenda indicam

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