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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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19 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

encontra no Espiritismo a sua solução natural, pelo equilíbrio de ambos, na fórmula<br />

clássica de Kardec: “a fé raciocinada”.<br />

No estudo do antropomorfismo, com suas formas rudimentares de<br />

adoração, encontramos todo um esquema elucidativo do velho e debatido problema.<br />

Razão e fé se apresentam como as formas de contradição de um processo dialético.<br />

4 – Ampliação da teoria de Spencer<br />

O materialismo do século XVIII negou a ação dos “agentes espirituais”,<br />

tanto sobre as comunidades primitivas, quanto sobre as coletividades civilizadas.<br />

Bozzano, que foi positivista durante anos, explicava a crença na sobrevivência<br />

através da teoria de Spencer, o filósofo que chegou a considerar como um<br />

Aristóteles moderno. Em que pese toda essa admiração, a realidade inegável dos<br />

fatos espíritas mostrou a Bozzanoque a tese spencereana estava errada, que não era<br />

possível explicar­se a gênese da crença universal na sobrevivência por alguns<br />

fenômenos comuns, sensoriais, que exigiriam do homem primitivo uma<br />

reelaboração mental, no plano abstrato. Não obstante, Bozzano reconheceu que<br />

Spencer “pusera os pés no caminho certo”. Chega a ser emocionante a maneira por<br />

que o antigo discípulo corrige o mestre, reconhecendo­lhe os méritos. Entende<br />

Bozzano que faltou a Spencer o conhecimento das experiências metapsíquicas.<br />

Dessa maneira, o gênio de Spencer viu­se obrigado a tatear no plano das ciências<br />

materiais. Apesar disso, precisamente por ser um gênio, Spencer tocou no ponto<br />

central do problema, indicando os rumos certos de sua solução. A crença na<br />

sobrevivência decorre de experiências concretas do homem primitivo, e não de<br />

formulações do pensamento abstrato. Sua origem está nas sensações, e não na<br />

cogitação filosófica. Esse o ponto central, que Spencer soube ver. Usando o método<br />

comparativo, Bozzano mostra como a tese de Spencer pode ser desdobrada ou<br />

ampliada, com o acréscimo dos fatos metapsíquicos, para tomar­se plenamente<br />

verdadeira. Vejamos como isso é possível.<br />

As origens da crença na sobrevivência, para Spencer, são estes fatos<br />

comuns da vida primitiva: o sonho, quando o selvagem se sentia liberto do corpo e<br />

agindo em lugar distante; a sombra que o seguia nas caminhadas ao sol e a sua<br />

imagem refletida na água, quando se debruçava nas bordas de um lago; o eco de sua<br />

voz, repetida pelos desfiladeiros e as cavernas. Bozzano acrescenta, ao sonho<br />

comum, o sonho premonitório, que faz ver com antecedência um acontecimento<br />

futuro; ao fenômeno da sombra e do reflexo na água, os fenômenos de vidência, de<br />

aparição e de materialização de espíritos; ao eco, o fenômeno da voz­direta. E<br />

acrescenta, ainda, à força imaginária de mana ou orenda, a prova concreta das<br />

ectoplasmias. Como se vê, a tese spencereana desdobra­se, amplia­se, atingindo os

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