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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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184 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

As religiões, a Filosofia, as Ciências e as Artes são os instrumentos<br />

culturais de sua humanização ainda em elaboração. O Espiritismo é o Consolador<br />

prometido pelo Cristo, Guardião da Terra, que não fundou nenhuma igreja e não está<br />

em nenhuma delas, mas no coração de todos o que desejam realmente compreender<br />

o mistério da vida, a finalidade da existência terrena.<br />

2 ­­ O homem natural<br />

A queda do homem não se deu no Éden, onde a Serpente podia conversar<br />

com Eva. Deu­se na Suméria onde parece ter surgido a primeira civilização. Num<br />

lugar em que os homens andavam nus, em comunhão natural com as árvores, os rios<br />

e os animais, a pureza dominava.<br />

Rousseau corrigiu com razão o engano bíblico. O homem puro, sem malícia<br />

nem pecado, saído das mãos do Criador, caiu ao entrar na primeira sociedade. Seria<br />

talvez no lendário país de Nod, onde Caim, o primeiro assassino e fratricida, casou­<br />

se, e teve prole. Um prato de lentilhas no Éden não provocaria ciúmes. Mas numa<br />

sociedade organizada, onde as primeiras forjas do mundo funcionavam, o interesse,<br />

o egoísmo, a cobiça e o ciúme deviam andar à solta, envenenando as almas. E, pois,<br />

pecado original não foi a desobediência, mas a rivalidade. Porque a corrupção do<br />

homem nasceu da briga pela primogenitura. Adão e Eva são símbolos da inocência e<br />

da pureza. Comer uma fruta do pomar edênico, amar sob as árvores e iniciar a<br />

primeira geração do Éden não podiam constituir desobediência, pois Deus criara as<br />

frutas para alimentar os homens, criara Eva para o amor de Adão e criara a Serpente<br />

para sibilar estórias de amor aos ouvidos sensíveis da primeira mulher.<br />

Os rabinos judeus, que fundariam mais tarde a sociedade mais fechada e<br />

xenófoba do mundo, cheia de preconceitos e formalismos, com suas regras de<br />

pureza que Jesus condenaria, foram os inventores da tragédia do Éden. A hipocrisia<br />

famosa dos fariseus, esquecendo as cantigas de amor de Davi, condenaria o sexo<br />

como pecado e aviltraria o amor como invasão diabólica. Por isso Jesus os chamou,<br />

no Pátio do Templo, de filhos do Diabo. A lista de pecados veniais e capitais do<br />

Judaísmo e das Igrejas Cristãs seria suficiente para impedir o povoamento da Terra,<br />

se Deus não fizesse primeiro o povo de Nod e depois o de Israel. Tudo isto pode<br />

parecer brincadeira de mau gosto com os símbolos bíblicos, mas não é.<br />

Durante quase dois mil anos as Igrejas Cristãs gastaram rios de água<br />

sagrada em suas pias batismais para lavar as crianças inocentes do pecado original.<br />

E nada conseguiram, porque as gerações humanas se tornaram cada vez mais<br />

desobedientes. Bastaria esse fato para mostrar o engano dos rabinos. Se os padres,<br />

seus sucessores, tivessem conseguido eliminar a desobediência das novas gerações,<br />

a Terra não teria saído jamais das forjas dos ferreiros de Nod. As gerações

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