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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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18 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

se desenvolve, assim, a partir do reino mineral até o humano ou hominal. Cada uma<br />

dessas fases é ligada à outra por uma interfase, em que os elementos de adoração se<br />

misturam. E os resíduos das várias fases, desde a litolátrica, permanecem ainda nos<br />

sistemas religiosos da atualidade. O homem carrega consigo as suas heranças,<br />

através do tempo. Se encararmos todo esse processo dentro apenas da teoria do<br />

antropomorfismo, ou mesmo do animismo, será difícil ou impossível explicar a sua<br />

persistência nas fases superiores do desenvolvimento humano. Porque o natural, e<br />

até mesmo o dialético, no desenvolvimento, é o homem libertar­se progressivamente<br />

daquilo que o ajudou numa fase e o atrapalha em outra. A persistência do<br />

antropomorfismo e do animismo, nas próprias elites culturais da atualidade,<br />

demonstra que neles havia alguma coisa além da simples projeção do homem nas<br />

coisas. Essa “alguma coisa”, como já vimos, é a presença dos “agentes espirituais”<br />

atuando incessantemente sobre o homem e as comunidades humanas, em todas as<br />

fases da pré­história e da história.<br />

Kardec dedicou o segundo capítulo da terceira parte de O LIVRO DOS<br />

ESPÍRITOS à Lei da Adoração. Os Espíritos Superiores, que o ajudaram<br />

mediunicamente na elaboração do livro, ensinaram­lhe que “a adoração é o resultado<br />

de um sentimento inato no homem”, como o sentimento da existência da divindade.<br />

Acrescentaram que ela faz parte da lei natural, ou seja, do conjunto de forças<br />

naturais que constituem o mundo, ao qual o homem naturalmente pertence. A seguir,<br />

mostraram como a lei de adoração se desenvolve nas sociedades humanas, a partir<br />

da adoração exterior de objetos materiais, até atingir aquela fase superior que<br />

definiram com estas palavras: “A verdadeira adoração é a do coração”. Já vimos,<br />

anteriormente, que esses ensinamentos espirituais concordam com a interpretação<br />

antropológica de Murphy e Rodolfe Otto, de que o antropomorfismo é uma forma de<br />

“adoração rudimentar”.<br />

Lembremos ainda, para evitar confusões, que os Espíritos não falavam a<br />

Kardec por meio de visões ou de outras formas místicas de revelação. Quando<br />

dizemos que os Espíritos Superiores ajudaram Kardec a elaborar O LIVRO DOS<br />

ESPÍRITOS, os chamados “homens cultos” costumam torcer o nariz, lembrando que<br />

também a Bíblia, os Evangelhos e o Alcorão foram ditados por Deus ou por<br />

Espíritos. Acontece, porém, que as antigas escrituras pertencem às fases do<br />

mediunismo empírico, enquanto a codificação espírita pertence à fase da<br />

mediunidade positiva. Os Espíritos Superiores (superiores em conhecimento e<br />

refinamento espiritual, precisamente como os homens superiores), conversavam com<br />

Kardec e o auxiliavam através da prática mediúnica. Quer dizer: através de<br />

comunicações mediúnicas sujeitas a controle, e não de revelações místicas, aceitas<br />

de maneira emotiva. Por outro lado, quando acentuamos a natureza racional do<br />

Espiritismo, não negamos o valor do sentimento. O velho debate filosófico entre<br />

razão e sentimento, traduzido no plano religioso pelo dualismo de razão e fé,

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