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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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174 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

CAPÍTULO II<br />

AS LEIS DA MEDIUNIDADE<br />

1 – As condições da Ciência<br />

O Espiritismo foi acusado, desde o seu aparecimento, de não ter condições<br />

científicas. O objeto de suas pesquisas era ilusório. Os métodos que adotava eram<br />

ineficientes. A repetição necessária dos fenômenos era impossível. Kardec não se<br />

interessava pelas leis dos fenômenos, que na verdade não eram fenômenos e não<br />

estavam sujeitos a leis de espécie alguma, Os Espíritos, como os deuses mitológicos,<br />

eram figurações evanescentes, sem nenhuma consistência possível. Avesso à<br />

realidade física, o Espiritismo nada tinha a acrescentar ao mundo sensorial, não<br />

revelava nem estudava nenhum aspecto novo da matéria. Tratava­se apenas de uma<br />

ressurreição das velhas superstições da Antiguidade, que a Ciência tinha por dever<br />

destruir para sempre. Atravessando os limites do real, invadia as regiões do inefável<br />

pitagórico, onde a razão nem sequer podia discernir coisa alguma. Kardec<br />

trapaceava para criar urna religião de aparência científica. Seu objetivo só podia ser<br />

a criação de uma nova igreja, da qual certamente se tornaria o Papa. A presença de<br />

Deus na sua estrutura pretensamente científica não podia iludir a ninguém. Deus era<br />

objeto da Teologia, cuja área sagrada Kardec invadia atrevidamente. Só restava ao<br />

mundo moderno repelir de maneira definitiva a intromissão desse corpo estranho e<br />

nebuloso no campo racional da Ciência.<br />

Não obstante, Kardec insistia. E explicava reiteradamente que o objeto da<br />

Ciência <strong>Espírita</strong> era a própria essência do homem, que se podia atingir através da<br />

sua manifestação (o fenômeno), que estes, pela sua própria natureza, eram acessíveis<br />

à pesquisa científica e que a sua repetição, como a de todos os fenômenos, dependia<br />

apenas da conjugação dos elementos necessários, como se faz numa reação química.<br />

Lembrava que esses fenômenos eram naturais, existiam desde todos os tempos,<br />

repetindo­se indefinidamente através dos milênios. Como fenômenos naturais,<br />

tinham as suas leis, que o Espiritismo descobria através da experiência e da<br />

pesquisa, provocando­os e analisando­os. Enquadrava o Espiritismo no campo da<br />

Psicologia. E dava início à Psicologia Experimental, sem o engano de servir­se de<br />

métodos físicos ou biológicos, pois afirmava que o método devia ser adequado ao<br />

objeta. Por isso, criava o seu próprio método. Na REVISTA ESPÍRITA, seu órgão<br />

de difusão e debates, inscrevia sob o título: “Revista de estudos psicológicos”.<br />

Quanto às superstições, lembrava que a função da Ciência era precisamente de

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