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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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168 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

próprias tendências e hábitos mentais. A mente do obsedado, nesses casos, é o pivô<br />

do processo. Ensinar­lhe a controlar e dominar sua mente pela vontade, com apoio<br />

no esclarecimento doutrinário, é o que mais importa. Do domínio da mente decorre<br />

naturalmente o domínio das emoções e dos sentimentos, que são por assim dizer os<br />

elementos de atração do espírito obsessor. Nenhuma atitude exorcista, na tentativa<br />

de afastar o obsessor pela força ou através de ameaças dá resultados. A doutrinação<br />

é um trabalho paciente de amor. Deve­se compreender que estamos diante de casos<br />

de reconciliação de antigos desafetos, carregados de ódio e de cumplicidade­mútua<br />

em atividades negativas. Todo e qualquer elemento material que se queira empregar<br />

— passes complicados, preces insistentes e demoradas, uso de objetos ou coisas<br />

semelhantes — tudo isso só servirá para prolongar o processo obsessivo. O<br />

importante é a persuasão amorosa, o esclarecimento constante de obsedado e<br />

obsessor. O doutrinador é sempre auxiliado pela ação dos Espíritos sobre obsessor e<br />

obsedado. Todas as prescrições de medidas prévias a serem tomadas pelos membros<br />

da equipe de médiuns, como abstenção de carne, repouso antes do trabalho,<br />

abstenção de fumo e álcool, comportamento angélico durante o dia e assim por<br />

diante, não passam de prescrições secundárias. Os médiuns têm naturalmente o seu<br />

comportamento normal regidos por princípios morais e espirituais. Se não o tiverem,<br />

de nada valerão essas improvisações de santidade. Se o tiverem, não necessitam<br />

desses artifícios. Como Kardec explica, a única autoridade que se pode ter sobre os<br />

espíritos é a de ordem moral, e o que vale no socorro espiritual não são medidas de<br />

última hera, mas a intenção pura de médiuns e doutrinadores, pois que: “O<br />

Espiritismo é uma questão de fundo e não de forma”. As medidas que se devem<br />

tomar, quando médiuns e doutrinadores não forem suficientemente esclarecidos, são<br />

apenas as precauções que o bom senso indica: não exceder­se na alimentação, na<br />

bebida, nos falatórios impróprios e maldosos no dia do trabalho. É necessário afastar<br />

os artifícios do religiosismo místico e as pretensões de importância pessoal no ato de<br />

doutrinar. Médiuns e doutrinadores são apenas instrumentos — conscientes, é claro<br />

— mas instrumentos dos Espíritos benevolentes que deles se servem na hora do<br />

trabalho. O mérito individual do cada um está apenas na boa intenção e no amor que<br />

realmente os anime no serviço fraterno. É natural a tendência mística na prática<br />

mediúnica, proveniente do sentimento religioso do homem e dos resíduos do<br />

fanatismo religioso do passado, em que fomos cevados no medo ao sobrenatural e<br />

no anseio de salvação pessoal através de sacramentos e atitudes piegas. Mas temos<br />

de combater e eliminar de nós esses resíduos farisaicos e egoístas, tomando uma<br />

atitude racional e consciente nas relações com os espíritos, que ainda ontem eram<br />

nossos companheiros na existência terrena e que a morte não transformou em santos<br />

ou anjos. O meio espírita está cheio de pregadores de voz untuosa e expressões<br />

místicas, tanto encarnados como desencarnados, mas a doutrina não nos indica o<br />

caminho do artifício e do fingimento e sim o das atitudes e posições naturais,

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