J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita
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167 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />
evidência da voz, da mímica, dos modismos característicos da criatura que deixou o<br />
plano físico e no entanto retorna com todas as modalidades, tiques e trejeitos do seu<br />
corpo carnal desaparecido, o que comprova a identidade teórica do corpo somático<br />
com o corpo espiritual. Essa identidade não é constante, pois o espírito evolui no<br />
plano espiritual, mas a flexibilidade extrema da estrutura do perispírito permite a<br />
este voltar às condições anteriores numa comunicação com pessoas íntimas, seja<br />
pela vontade do espírito comunicante ou involuntariamente, pelas simples emoções<br />
desencadeadas no ato de aproximação do médium ou no ato de transmissão da<br />
comunicação. As pessoas que não conhecem a doutrina e não dispõem de<br />
experiência na prática mediúnica sentemse intrigadas com esses problemas. Como<br />
aconselhava Kardec, é conveniente não participarem de sessões sem terem lido<br />
obras esclarecedoras ou pelo menos recebido explicações de pessoa competente.<br />
Mas exigir que pessoas obsedadas ou médiuns em franco desenvolvimento tenham<br />
de frequentar cursos de vários anos para poderem frequentar as sessões de que<br />
necessitam, como fazem algumas instituições, é simplesmente um absurdo que raia<br />
pela falta de caridade;<br />
b) SESSÕES DE DESOBSESSÃO — Kardec classificou as obsessões em<br />
três tipos, segundo o grau de atuação do Espírito e submissão da vítima: obsessão<br />
simples, fascinação e subjugação. A obsessão simples pode ser tratada em sessões<br />
de doutrinação, sem maiores complicações. O obsedado é geralmente um médium<br />
em desenvolvimento, mas não sempre. Em muitos casos, uma vez esclarecido o<br />
espírito e o paciente se dedicando ao estudo e prática da doutrina, libertase e<br />
converte o obsessor em seu amigo e colaborador, o que Jesus ensinava: “Acertate<br />
com o teu adversário enquanto estás a caminho com ele”. O obsedado não se<br />
transforma em médium, mas em doutrinador ou dedicado auxiliar em campos<br />
diversos da atividade doutrinária. Mas a fascinação e a subjugação exigem<br />
tratamento mais intenso e restrito a pequeno grupo de trabalho, integrado por<br />
médiuns conscientes da responsabilidade e das dificuldades do serviço e dirigido por<br />
pessoas competentes e estudiosas. A cura pode ser obtida em poucos dias ou levar<br />
meses e até anos, com fases intermitentes de melhora e recaída. Só a insistência no<br />
trabalho desobsessivo e a vontade ativa do paciente no sentido de libertarse podem<br />
apressar os resultados. A dificuldade maior está sempre na falta de vontade do<br />
paciente, acostumado à ligação obsessiva, numa situação ambivalente, em que ao<br />
mesmo tempo quer libertarse mas continua apegado ao obsessor, sentindo sua falta<br />
quando ele se afasta e invocandoo inconscientemente. Há obsessores que se<br />
consideram, com razão, obsedados pela sua vítima. Ideias, hábitos, tendências<br />
alimentadas pelo obsedado constituem elementos de atração para o obsessor. Nesses<br />
casos, o trabalho maior da desobsessão é com a própria vítima. Os dirigentes do<br />
trabalho precisam estar atentos, vigilantes quanto ao comportamento do obsedado,<br />
ajudandoo constantemente a reagir contra as influências do Espírito e contra as suas