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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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153 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

influência: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se<br />

enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a material, e sobretudo com<br />

a compreensão que o Espiritismo vos dá, quanto ao vosso estado futuro real, não<br />

desfigurado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo bem compreendido, quando<br />

estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, as<br />

usanças e as relações sociais. O egoísmo se funda na importância da personalidade.<br />

Ora, o Espiritismo bem compreendido, repito­o, faz ver as coisas de tão alto que o<br />

sentimento da personalidade desaparece de alguma forma, perante a imensidade. Ao<br />

destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer ver a personalidade naquilo que de<br />

fato ela é, ele combate necessariamente o egoísmo”.<br />

O amor do próximo não pode existir sem o amor de Deus, e vice­versa,<br />

porque o apego ao mundo, aos bens materiais, aos valores transitórios da terra,<br />

aguça o egoísmo. A “importância da personalidade”, por sua vez, é incentivada pela<br />

ordem social utilitária, baseada no jogo de interesses imediatistas. A compreensão<br />

espírita do mundo e do destino do homem modificará a ordem social. A certeza da<br />

sobrevivência e o conhecimento da lei de evolução arrancarão o homem das garras<br />

do imediatismo: ele pensará no futuro. Assim fazendo, verá as coisas de mais alto e<br />

aprenderá que o valor supremo e o supremo bem estão nas leis de Deus, que são a<br />

justiça, o amor e a caridade. Compreender isso é amar a Deus, amar a Deus é<br />

praticar as suas leis. Sem o amor de Deus, o homem alimenta o amor de si mesmo, o<br />

egoísmo, que o liga estreitamente ao mundo e aos seus bens transitórios e falsos.<br />

A referência às instituições egocêntricas, à legislação humana, contrária às<br />

leis de Deus, à organização social e injusta e à educação deformante, mostram­nos o<br />

que acima acentuamos, ou seja, que a caridade não se limita à assistência. De que<br />

vale amparar apenas os pobres, os necessitados, e entregar à loucura e à embriaguez<br />

do dinheiro e do poder os ricos do mundo? Espiritualmente os dois são necessitados,<br />

pois o rico voltará na pobreza, a fim de corrigir­se pela reencarnação. Cumpre, por<br />

isso mesmo, lutar pela transformação social, pela modificação da ordem egoísta que<br />

incentiva e perpetua o egoísmo, no círculo das reencarnações dolorosas. Qual,<br />

porém, a maneira de lutarmos por essa transformação? O item 914 o aponta: a<br />

educação. E Kardec, no comentário final sobre o item 917, o reafirma: “A cura<br />

poderá ser prolongada, porque as causas são numerosas, mas não é impossível. A<br />

educação, se for bem compreendida, será a chave do progresso moral. Quando se<br />

conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as<br />

inteligências, poder­se­ão endireitá­los, da mesma maneira como se endireitam as<br />

plantas novas”. As respostas dadas a Kardec eram de Fénelon, um educador.<br />

O próprio Kardec, pedagogo, estava à altura de compreender, e<br />

prontamente endossou a opinião do Espírito. As pessoas pouco afeitas ao estudo dos<br />

problemas políticos e sociais estranharão o caminho indicado. Não obstante, se foi<br />

Platão o primeiro a tentar a reforma do mundo pela educação, com a sua

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