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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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152 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

em capacidade intelectual e aprimoramento espiritual. A dinâmica social da<br />

caridade, que o Espiritismo hoje desenvolve ativamente, em nosso mundo de provas<br />

e expiações, tem por finalidade romper o egocentrismo social dos indivíduos atuais,<br />

para em seu lugar fazer desabrochar o altruísmo moral, que caracterizará o cidadão<br />

do futuro.<br />

Mesmo no meio espírita, muitas pessoas não compreendem o sentido da<br />

filantropia espírita, entendendo que ela se confunde com os remendos de consciência<br />

das esmolas dos ricos. A verdade, porém, é que a caridade é o único antídoto eficaz<br />

do egoísmo, esse corrosivo psíquico, que envenena os espíritos e toda a sociedade. A<br />

prática da caridade é o aprendizado necessário do altruísmo, é o treinamento moral<br />

das criaturas em expiação e prova, com vistas ao mundo de regeneração. Vemos no<br />

item 913 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS essa colocação precisa do problema: “Estudai<br />

todos os vícios, e vereis que no fundo de todos existe o egoísmo. Por mais que luteis<br />

contra eles, não chegareis a extirpá­los, enquanto não os atacardes pela raiz,<br />

enquanto não lhes houverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços<br />

tendam para esse fim, porque nele se encontra a verdadeira chaga da sociedade.<br />

Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral, deve extirpar do seu<br />

coração todo sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a<br />

justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades”.<br />

Mas a prática da caridade não pode limitar­se à criação de serviços de<br />

assistência. A caridade espírita não é paternalista, mas fraterna. Não pode traduzisse<br />

em protecionismo, mas em ajuda mútua: a mão que distribui não socorre apenas,<br />

porque também recebe. Só há uma paternidade: a de Deus. Sob ela, desenvolve­se a<br />

fraternidade humana, com deveres e direitos recíprocos. No capítulo XV de O<br />

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, item 5, encontramos esta exposição do<br />

problema: “Caridade e humildade são as únicas vias de salvação; egoísmo e orgulho,<br />

as de perdição. Este princípio é formulado em termos precisos nas seguintes frases:<br />

Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti<br />

mesmo: toda a lei e os profetas se resumem nesses dois mandamentos”. E para que<br />

não houvesse equívoco na interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta­<br />

se: “E eis o segundo mandamento, semelhante ao primeiro”. Quer dizer que não se<br />

pode verdadeiramente amar a Deus sem amar ao próximo, nem amar ao próximo<br />

sem amar a Deus, de maneira que tudo o que se faz contra o próximo, contra Deus<br />

se faz. Não se podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo,<br />

todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: “Fora da caridade não há<br />

salvação”.<br />

O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em seu item 917, dá­nos a chave dessa relação,<br />

explicando: “De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de desenraizar é o<br />

egoísmo, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem ainda muito<br />

próximo da sua origem, não pode libertar­se. Tudo concorre para entreter essa

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