20.04.2013 Views

J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

137 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

Primeiro, no sentido de fornecer às religiões, entrincheiradas em seus<br />

dogmas de fé, as armas racionais de que necessitam, para enfrentar o racionalismo<br />

materialista, e especialmente as armas experimentais, com que sustentar os seus<br />

princípios espirituais diante das ciências. Depois, no sentido de que o Espiritismo<br />

não é nem pretende ser uma religião social, pelo que não disputa um lugar entre as<br />

igrejas e as seitas, mas quer apenas ajudar as religiões a completarem a sua obra de<br />

espiritualização do mundo. A finalidade das religiões é arrancar o homem da<br />

animalidade e levá­lo à moralidade. O Espiritismo vem contribuir para que essa<br />

finalidade seja atingida. Nisto se repete e se confirma o que o Cristo declarou, a<br />

propósito de sua própria missão, ao dizer que não vinha revogar a lei e os profetas,<br />

mas dar­lhes cumprimento.<br />

Como desenvolvimento natural do Cristianismo, o Espiritismo prossegue<br />

nesse mesmo rumo. Sua finalidade não é combater, contrariar, negar. ou destruir as<br />

religiões, mas auxiliá­las. Para auxiliá­las, porém, não pode o Espiritismo endossar<br />

os seus erros, o seu apego aos formalismos religiosos, a sua aderência às<br />

circunstâncias. Porque tudo isso diminui e enfraquece as religiões, expondo­as ao<br />

perigo do fracasso, diante das próprias leis evolutivas, que impulsionam o homem<br />

para além das suas convenções circunstanciais. O Espiritismo, assim, não condena<br />

as religiões. Considera que todas elas são boas — o que é sempre contestado com<br />

violência pelo espírito de sectarismo — mas pretende que, para continuarem boas,<br />

não estacionem nos estágios inferiores, já superados pela evolução 'humana.<br />

Justamente por isso, o Espiritismo se apresenta, aos espíritos formalistas e sectários,<br />

como um adversário perigoso, que parece querer infiltrar­se nas estruturas religiosas<br />

e miná­las, para destruí­las. Era o que parecia o Cristianismo primitivo, para os<br />

judeus, gregos e romanos. Não obstante, os ensinos de Jesus não visavam à<br />

destruição, mas ao esclarecimento e à libertação do pensamento religioso da época.<br />

Podem alegar os religiosos atuais que os espíritas os combatem, às vezes<br />

com violência. O mesmo faziam os cristãos primitivos, em relação às religiões<br />

antigas. Mas essa atitude agressiva não decorre dos princípios doutrinários, e sim<br />

das circunstâncias sociais em que se encontram os inovadores, diante da tradição.<br />

Por outro lado, é preciso considerar que a agressividade das religiões para com o<br />

Espiritismo é uma constante histórica, determinada pela própria natureza social das<br />

religiões organizadas ou positivas. Nada mais compreensível que o revide dos<br />

espíritas, quando ainda não suficientemente integrados nos seus próprios princípios.<br />

No capítulo segundo da terceira parte de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, item<br />

653, temos a explicação e a justificação da existência das religiões formalistas.<br />

Kardec estuda, através de perguntas aos Espíritos, a lei de adoração, que é o<br />

fundamento e a razão de ser de todo o processo religioso. Desse diálogo resulta a<br />

posição espírita bem definida: “A verdadeira adoração é a do coração”. Não<br />

obstante, a adoração exterior, através do culto religioso, por mais complicado e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!