J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita
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134 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />
natural é a lei de Deus; a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela lhe<br />
indica o que ele deve fazer ou não fazer, e ele só se torna infeliz porque dela se<br />
afasta”. E no item 617 esclarece: “Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois<br />
Deus é o autor de todas as coisas. O sábio estuda as leis da matéria; o homem de<br />
bem, as da alma, e as segue”.<br />
A razão dos sofrimentos e da infelicidade, do desespero humano, é<br />
simplesmente a violação das leis. Os espíritos foram criados “simples e ignorantes,<br />
ou seja, sem conhecimento” (item 114 — O LIVRO DOS ESPÍRITOS) e se destinam à<br />
perfeição, onde atingirão “a felicidade eterna, sem perturbações”. Se todos<br />
seguissem naturalmente as leis de Deus, atingiriam a perfeição sem dificuldades.<br />
Mas há um momento de queda. Não o de Adão e Eva no Paraíso, mas o de cada um<br />
diante de si mesmo, no processo natural do desenvolvimento. A aquisição do<br />
conhecimento gera perturbações. Uns se deixam levar pelas fascinações exteriores e<br />
pelo incitamento de outros, desligandose das leis naturais e criando suas próprias<br />
leis, as da conduta artificial. “Esta é a grande figura da queda do homem e do pecado<br />
original: uns cederam à tentação e outros a resistiram”, diz o item 122 de O LIVRO<br />
DOS ESPÍRITOS.<br />
Isso, entretanto, não quer dizer que uns se perderam e outros se salvaram. O<br />
próprio desvio das leis naturais é uma experiência proveitosa. Porque os Espíritos<br />
devem conseguir a plenitude de consciência e. conquistar a sabedoria, que só é<br />
possível através do uso do livrearbítrio. Por mais que um Espírito se desvie, um dia<br />
chegará em que ele terá de voltar à integração nas leis naturais. Esse é o momento da<br />
“religião”, da volta do Espírito à integração cósmica. O item 126 de O LIVRO DOS<br />
ESPÍRITOS explica: “Deus contempla os extraviados com o mesmo olhar, e os ama a<br />
todos do mesmo modo”. Por outro lado, os que seguiram as leis não escaparam ao<br />
processo evolutivo. Apenas, nele integrados, podem seguilo tranquilamente, em vez<br />
de lutarem contra a correnteza e sofrerem as consequências da luta.<br />
O homem no mundo é, portanto, um Espírito em evolução. Bom ou mau,<br />
virtuoso ou criminoso, pecador ou santo, ele está “agora” e “aqui” para desenvolver<br />
se, para realizarse. Qual o tipo humano ou divino que lhe pode servir de exemplo?<br />
O item 625 responde: “Vede Jesus”, e Kardec explica: “Jesus é para o homem o tipo<br />
da perfeição moral a que pode aspirar a humanidade na Terra”. Por que Jesus e não<br />
Buda? Porque o primeiro ensina ao homem viver plenamente no “aqui” e no<br />
“agora”, enfrentar o mundo em vez de fugir a ele, realizarse no presente em vez de<br />
protelar a realização enclausurandose e furtandose às experiências da vida. O<br />
homem está no mundo para vivêlo. Ë a lei. Só através dessa vivência ele atingirá<br />
Deus. Fugir ao mundo para refugiarse na ilusão contemplativa é desertar da batalha<br />
necessária.<br />
As religiões são formas de reintegração do homem nas leis naturais,<br />
instituições sociais em que se condensam as intuições espirituais que indicam ao