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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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123 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

Quando o cientista da matéria observa os fenômenos, procurando explicações no<br />

plano dos seus conceitos habituais, acaba emaranhando­se nas dúvidas e<br />

perplexidades que aturdiram tantos investigadores. Quando, porém, como no caso de<br />

William Crookes ou Alfred Russell Wallace, o cientista da matéria não se esquece<br />

da sua natureza espiritual, a realidade transparece nos dados materiais da<br />

investigação.<br />

Nosso conhecimento das coisas materiais é extremamente mutável, em<br />

virtude da própria natureza mutável dessas coisas. Mas o nosso conhecimento de nós<br />

mesmos, ou das coisas espirituais, é estável, e podemos mesmo considerá­lo<br />

imutável. Porque esse conhecimento nos é dado por intuição direta, por uma<br />

percepção que coincide com a própria natureza do percipiente. Sujeito e objeto se<br />

confundem no processo da relação cognitiva. Tocamos de novo o problema que<br />

dividiu os filósofos jônicos e eleatas, na Grécia clássica: a realidade móvel de<br />

Heráclito e a estável de Zenon. O que nos mostra, mais uma vez, a acuidade intuitiva<br />

dos gregos, pois os dois aspectos universais continuam a aturdir­nos.<br />

Certas pessoas querem negar a natureza científica do Espiritismo, por<br />

considerarem a “crença” espiritual uma simples superstição. Alegam que desde as<br />

eras mais remotas os homens acreditaram em espíritos. Mas não é o fato de sempre<br />

haverem acreditado o que importa, e sim o fato das próprias investigações científicas<br />

modernas confirmarem essa crença. Enquanto, por exemplo, a concepção<br />

geocêntrica do Universo, tão arraigada, teve de modificar­se, diante da evidência<br />

científica, a concepção espiritual do homem, pelo contrário, mostra­se irredutível. A<br />

ciência espírita, só tem motivos para firmar­se nos seus conceitos, e não para ceder<br />

aos conceitos mutáveis das ciências materiais.<br />

4 – Sementes de fogo<br />

Podemos dizer, diante da validade dos princípios espirituais, afirmados e<br />

reafirmados através do tempo, como dizia Descartes: “temos em nós sementes de<br />

ciências, como o sílex tem sementes de fogo”. Kardec citou, na Introdução de O<br />

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Sócrates e Platão como precursores da<br />

Doutrina. Essa citação não nos impede, pelo contrário nos estimula, a verificar a<br />

existência de outros precursores no campo da ciência e da filosofia, antigas e<br />

modernas. Entre eles, não há dúvida que devemos colocar René Descartes, na<br />

própria França em que surgiria mais tarde o Consolador. Na noite de 10 para 11 de<br />

novembro de 1619, Descartes, então jovem soldado acampado em Ulm; na<br />

Alemanha, sentiu­se tomado por intensas agitações. Seu amigo, biógrafo e<br />

correspondente, o Abade Baillet, diria mais tarde que ele: “entregou­se a uma

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