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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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117 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

CAPÍTULO II<br />

A CIÊNCIA ADMIRÁVEL<br />

1 – Os caminhos da ciência<br />

Assim como a religião pode ser de natureza dedutiva ou indutiva, também a<br />

ciência pode seguir um desses caminhos. As ciências da antiguidade podem ser<br />

consideradas de natureza dedutiva. Partiam de princípios gerais, de ensinos<br />

tradicionais, para aplicações dedutivas a casos particulares. O exemplo mais<br />

esclarecedor deste tipo de ciência é o que nos oferece o princípio teológico da<br />

“ciência infusa”, que é recebida sem aprendizagem. Adão, o “primeiro homem”, a<br />

teria recebido, e também Jesus Cristo, como homem, a possuía sem ter estudado.<br />

Ciência revelada, que vem do Alto, inspiração divina, que o homem recebe e aplica<br />

às coisas da terra. A tradição escolástica medieval é o exemplo clássico da ciência<br />

dedutiva, aristotélica, contra a qual se processou a revolução indutiva de Francis<br />

Bacon e a revolução racionalista de René Descartes. A experiência baconiana e a<br />

razão cartesiana representam as duas reações contra a autoridade da Mística e da<br />

Tradição, despertando o homem para a necessidade de verificar a exatidão e a<br />

segurança de seus pretensos conhecimentos.<br />

Dois poderes foram postos em choque, de maneira definitiva, por essas<br />

duas formas de reação: o poder da Mística Oriental, que se apresentava como<br />

revelação divina, e o poder da Tradição Aristotélica, que se definia como sujeição da<br />

razão humana àquela revelação. A partir daquilo que podemos chamar “a revolução<br />

metódica”, ou ainda “a revolução do método” — pois tanto Bacon quanto Descartes<br />

partiram da necessidade de um método para a conquista do conhecimento verdadeiro<br />

— os caminhos da ciência foram modificados. Já não bastavam a sanção das antigas<br />

escrituras sagradas, dos livros de Aristóteles ou da tradição cultural, para que a<br />

ciência se impusesse e pudesse ser transmitida como verdade. Cabia ao homem<br />

equacionar de novo os velhos problemas, para encontrar as soluções mais seguras.<br />

Já vimos o que isso representa, no processo geral da evolução humana. Mas<br />

o que agora nos importa é colocar nesse quadro o problema da ciência espírita.<br />

Tomemos para exemplo a classificação das ciências, de Augusto Comte, que data da<br />

época de Kardec. Vemos que ela se constitui de seis ciências, correspondentes às<br />

fases da evolução fixadas na lei dos três estados.<br />

São as seguintes:

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