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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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115 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

Esse conhecimento global apresenta, necessariamente, uma forma tríplice,<br />

na sua manifestação, mas repousa, internamente, sobre a unidade do ser. Esta<br />

unidade, por sua vez, tem a sua representação externa, que podemos chamar de<br />

Sabedoria, ou mesmo de Conhecimento, ou ainda de Doutrina. Ao longo da História,<br />

e em relação com os graus de evolução de cada momento histórico, essa unidade<br />

tomou os mais diversos nomes, desde a Magia dos tempos primitivos até os<br />

Mistérios orientais, a Filosofia grega e a Ciência moderna. Hoje, porém, o nome que<br />

a define, para todos aqueles que compreenderam o processo do seu<br />

desenvolvimento, é apenas este: Doutrina <strong>Espírita</strong>. Porque entre todas as formas de<br />

saber, entre todas as formulações teórico­práticas da realidade universal, somente<br />

ela, a Doutrina <strong>Espírita</strong>, apresenta essa estrutura, ao mesmo tempo una e trina, que<br />

corresponde à estrutura da consciência e do universo.<br />

Somente no Espiritismo, portanto — no sentido que Kardec deu ao termo,<br />

por ele criado e posto em circulação —, encontramos essa unidade tríplice do saber,<br />

em que ciência, filosofia e religião, embora mantendo cada qual a sua autonomia, se<br />

fundem num todo dinâmico, em que livremente se processa a simbiose, necessária à<br />

produção da síntese. Mas como é possível essa harmonia do “todo dinâmico”, num<br />

mundo em que cada uma das formas do conhecimento revela a tendência de<br />

absorver as demais? Nenhuma explicação nos parece mais feliz, mais precisa e mais<br />

didática, do que a formulada pelo espírito de Emmanuel, no livro O CONSOLADOR,<br />

recebido mediunicamente por Francisco Cândido Xavier. Interpelado a respeito do<br />

aspecto tríplice da doutrina, o espírito respondeu nestes termos: “Podemos tomar o<br />

Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais. A<br />

ciência e a filosofia vinculam à terra essa figura simbólica, porém, a religião é o<br />

ângulo divino, que a liga ao céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina<br />

será sempre um campo de investigações humanas, como outros movimentos<br />

coletivos, de natureza intelectual, que visam ao aperfeiçoamento da humanidade. No<br />

aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a<br />

restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do<br />

homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual”.<br />

Voltamos, assim, um século depois, a ouvir dos Espíritos, como ouvira<br />

Kardec, a afirmação da natureza tríplice do Espiritismo. E a harmonia do “todo<br />

dinâmico” se revela não somente possível, porque, antes de tudo, necessário. De um<br />

lado, as investigações científicas da fenomenologia espírita e a sua interpretação<br />

filosófica, dão ao homem a segurança do conhecimento positivo da espiritualidade.<br />

De outro lado, a prática moral, decorrente dos princípios de uma religião racional,<br />

apoiada na ciência e na filosofia, assegura­lhe o futuro espiritual, ao mesmo tempo<br />

em que lhe garante a tranquilidade no presente material, ou no “agora” existencial.<br />

O homem se encontra a si mesmo, no triângulo de forças da concepção<br />

espírita. A pesquisa científica demonstra­lhe a realidade espiritual da vida,

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