J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita
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105 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />
prolongandose na consolidação de uma profunda confiança espiritual, através de<br />
quinze anos de intensa atividade, é suficiente para mostrarnos quanto se achavam<br />
integrados no mesmo esforço, para a consecução do mesmo objetivo.<br />
Se o Espírito da Verdade comandava, por assim dizer, as atividades no<br />
plano espiritual, Allan Kardec fazia o mesmo no plano material. A Falange do<br />
Consolador se apresentava, portanto, como aquele grande exército espiritual, de que<br />
nos fala Conan Doyle, que tinha à frente uma turma de batedores. Desta vez, porém,<br />
os batedores estavam encarnados, constituíam a pontadelança, a vanguarda terrena.<br />
E seu chefe, seu comandante, seu orientador, era o Prof. Rivail, um homem de<br />
cinquenta anos de idade, largamente experimentado, duramente provado,<br />
intensamente preparado para a grande missão. Somente ele, com o discernimento, a<br />
serenidade, a acuidade espiritual, o desprendimento, a isenção de ânimo, a coragem<br />
e a profunda cultura que o caracterizavam, podia colocarse à frente da equipe que<br />
enfrentaria o “velho mundo”, eriçado de preconceitos e ambições, para fazer nascer<br />
entre os homens a alvorada de um “mundo novo”, irradiante de compreensão e de<br />
amor. As pessoas que, dotadas de uma certa cultura, entusiasmamse hoje com as<br />
possibilidades da época, e pretendem reformar a obra de Kardec, refundila, ou<br />
mesmo substituíla por suas elucubrações pessoais ou por instruções particulares que<br />
recebem de espíritos pseudosábios, deviam meditar um pouco sobre a grandeza<br />
daquele momento em que o Espírito da Verdade se revelou ao Prof. Rivail. O que<br />
então se cumpria era uma promessa do Cristo, através de todo um imenso processo<br />
de amadurecimento espiritual do homem terreno. Kardec era apenas o instrumento<br />
necessário à elaboração do Terceiro Testamento, da codificação da Terceira<br />
Revelação, e nunca, jamais, como ele mesmo acentuou, um Revelador, um Profeta,<br />
um Messias, ou ainda um Filósofo, que por si mesmo elaborasse um novo sistema de<br />
pensamento.<br />
De outro lado, o Espírito da Verdade não se dizia o detentor exclusivo da<br />
Verdade, nem o Revelador Espiritual, mas o orientador dos trabalhos de toda a<br />
Falange do Consolador. Ao lado do Espírito da Verdade encontramos toda a plêiade<br />
de entidades espirituais que subscrevem a mensagem publicada nos “Prolegômenos”<br />
de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, e as demais, que aparecem como autoras das<br />
numerosas mensagens transcritas nesse livro, bem como em O EVANGELHO<br />
SEGUNDO O ESPIRITISMO e nas outras obras da codificação.<br />
Além dessas entidades, as que não transmitiram mensagens diretas, mas<br />
auxiliaram o advento do Espiritismo, em todo o mundo, através de operações<br />
invisíveis, mas tão importantes, ou mais ainda, do que as visíveis e ostensivas. Ao<br />
lado de Allan Kardec, encontramos os seus colaboradores, desde os que foram<br />
incumbidos de despertarlhe a atenção para os fenômenos, e a que já aludimos várias<br />
vezes, até os médiuns que mais diretamente o serviram, como as meninas Baudin, a<br />
Srta. Japhet, a Srta. Ermance Dufaux, Camille Flammarion, Victorien Sardou,