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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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101 – O ESPÍRITO E O TEMPO<br />

ao episódio das materializações do Tabor, e mais tarde das suas próprias<br />

manifestações nas reuniões apostólicas. Mas, para ambos, faltara a condição<br />

ambiente, a receptividade da mente humana para a compreensão exata do processo<br />

mediúnico.<br />

Moisés e Jesus haviam trabalhado o barro místico do mundo antigo,<br />

modelando­o, com dificuldade, na possível vasilha destinada a receber, mais tarde, o<br />

conteúdo do espírito. O Prof. Rivail surgia muito depois da Idade Média e da<br />

Renascença, depois do Mundo Moderno, no limiar do Mundo Contemporâneo.<br />

Tinha diante dos olhos a vasilha preparada, e ao alcance das mãos o conteúdo que a<br />

ela se destinava. Estava livre das injunções do misticismo, em plena era da razão, e<br />

podia não somente encarar, mas também e principalmente apresentar ao mundo o<br />

problema, em sua verdadeira natureza. Armado dos instrumentos culturais da época,<br />

e da intuição necessária a superá­los, quando preciso, o Prof. Rivail soube tirar da<br />

cesta­escrevente, para o novo mundo em que se encontrava, as mesmas<br />

consequências, já agora com maiores possibilidades de desenvolvimento e<br />

aproveitamento, que a antiguidade bíblica e a antiguidade clássica haviam tirado da<br />

cesta­flutuante do Nilo e da cesta­resplendente de Belém.<br />

Se Moisés e Jesus ouviam o Mundo Espiritual e ofereciam aos homens a<br />

orientação para a transcendência, o Prof. Rivail viu­se em condições de interpelar<br />

esse mundo, penetrar nos seus segredos, dialogar com ele e convidar os homens a<br />

acompanhá­lo nesse diálogo. A cesta­escrevente foi apenas o ponto de partida de um<br />

imenso diálogo, no plano da inteligência, da razão, e da própria experimentação<br />

científica, entre o Visível e o Invisível, que se prolongaria pelo futuro. A natureza<br />

desse diálogo não é mística, não é messiânica, porque os tempos são outros, e as<br />

portas do antigo mistério se abriram ao impacto do raciocínio e da linguagem dos<br />

homens.<br />

Vejamos ainda as anotações íntimas de Rivail: “Um dos primeiros<br />

resultados que colhi das minhas observações, foi que os Espíritos, não sendo mais<br />

do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência<br />

integral. Que o saber de que dispunham se reduzia ao grau de adiantamento que<br />

haviam atingido, e que suas opiniões só tinham o valor das opiniões pessoais.<br />

Reconhecida esta verdade, desde o princípio, ela me preservou do grave escolho de<br />

acreditar na infalibilidade dos Espíritos, e me impediu ao mesmo tempo de formular<br />

teorias prematuras, com base no que fosse dito por um ou por alguns deles”. Esta<br />

posição de Kardec é de importância fundamental para a compreensão do<br />

Espiritismo. Por não a conhecerem, ou por terem propositalmente fechado os olhos e<br />

os ouvidos diante dela, espíritas, não­espíritas e anti­espíritas, têm cometido as mais<br />

graves injustiças ao codificador da doutrina e á sua obra.<br />

Partindo da constatação de um fato: a existência de um mundo invisível que<br />

circundava o visível, o Prof. Rivail iniciou a exploração desse mundo. A mensagem

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